A Coversa Sobre Terapia
Por: Joabe Carvalho • 4/3/2023 • Resenha • 1.946 Palavras (8 Páginas) • 62 Visualizações
Nome : Joabe Carvalho de Oliveira T: Fenomenologia Data:25/02/2023
RA: N475ED0 UNIP - TATUPÉ
Conversa sobre Terapia
“Há algumas coisas, porém, que independem de teorias. Uma delas é a postura do psicólogo diante de coisas fundamentais, como, por exemplo, o respeito pelo paciente, pelo contexto da sessão de terapia, pelo segredo profissional; o bom senso de saber que a terapia, seja qual for não pode tudo, e que as vezes o paciente pode precisar também de uma ajuda psiquiátrica ou de outro tipo” pg 13
Achei importante esse começo pois a postura deve ser mantida do começo ao fim da sessão, e respectivamente do tratamento seja quanto tempo ele durar, é o que separa o paciente do profissional, daquele que acolhe e do que é acolhido, e entendendo seus limites dentre as duas partes e necessidades dependendo do caso.
“ As ”As teorias explicam o pensamento do homem, suas emoções, seu desenvolvimento; explicam o porquê de certas patologias. Todas elas têm algo a dizer, e é importante que o profissional que se propõe a tratar de seres humanos não ignore as ciências e os saberes todos que descrevem o homem” Pg14
Nesse ponto fica bem claro para mim que independente de qualquer escolha de teoria, ciência ou linha de pensamento que eu particularmente faça, não devo ignorar as demais já existentes e que possam surgir, de alguma forma são válidas e cabíveis dentro do tratamento do paciente como uma forma de conhecimento, soma de fatores para entendimento mais afundo de algo em específico ou segunda opinião de hipótese a via de exemplo!!
"“Quando “Quando conhecendo as teorias, você consegue manter o pensamento aberto para permanecer diante do fenômeno, livre das teorias, você vai ter a sensação de estar honestamente fazendo fenomenologia; saberá o que está deixando de lado e por que faz isso. Você sentirá que o faz porque o apelo do fenômeno é maior” Pg16
Acredito que nesse ponto em específico entra a ideia de uso da teoria de fato na sessão, o “ estar livre das teorias” ao meu ver seria você se por no lugar do outro, você está de fato observando o sentido, razão por detrás daquele relato do paciente em sua posição de ser no mundo e para com o outro, em poucas palavras deixar de pensar aos olhos da ciência e seus sentidos e explicações e observar aos olhos do paciente e seus sentidos por de trás de tudo!
“Aliás, nem seria possível uma coisa dessas, mesmo porque somos ser-no-mundo, e o mundo em tal expressão já significa um entrelaçamento de referências: nosso fazer, nosso falar, nosso pensar sempre acontecem na referência a algo que lhes dá sentido.” Pg16"
Essa parte complementa um pouco a anterior, as referencias trazem sentido a justamente tudo, para com o mundo, a pessoa em si e seus envolvimentos ao redor, simplesmente excluir isso: e a exemplo, pensar que por um fato na infância isolado é a explicação do caso por completo é ignorar seu eu de agora, suas referências enquanto ser no presente e tudo oque ele construiu para estar no agora.
“Seu paciente vem semana, após semana, às vezes durante anos. Cada vez ele traz um pedacinho da história que é dele, que é ele. Os sentimentos mais diversos vão passando por ali: raivas e amores, sonhos e desilusões, esperanças e temores, culpas e vontade de poder ser melhor. Ele vem porque, a cada sessão, vocês dois reúnem pedaços de significados que estavam dispersos na vida dele.” Pg18
Acredito que seja um dos pontos mais belos e significativos para um psicólogo, pois nós acolhemos os pedaços que constroem um ser, único, pode ter gostos parecidos com outras pessoas, mas ainda sim é um ser único, de vivencia e sabores como dito no texto sem igual, e orientar para que o paciente possa ter cuidado de cada parte do seu ser é a essência do que é cuidar de fato, ao meu ver.
“Enfim, todos os sentimentos têm o direito de frequentar a sessão. Alguns deles surgem e dizem logo “estou aqui” com muita clareza, e outros, por muito tempo, negam-se a mostrar-se; querem ser chamados por outros nomes ou se misturam com outros sentimentos. Mas com paciência, todos vão chegando e colorindo uma história cheia de sentido.” Pg19
Como o texto já fala sobre ser no mundo e suas referências, é muito comum os sentimentos virem de maneira bagunçada, não categórica para o próprio paciente, a nossa função é ajudar para que ele mesmo entenda seus sentimentos, o por que, a causa, suas circunstâncias e dentro dos seus parâmetros ( social, profissional etc ) para que a cada sessão ele possa entender como viver melhor com cada um dos sentimentos.
“Terapia é um pouco isto: oportunidade de o paciente poder olhar, de novo, para o que foi vivido e passou – Ou não passou –, para o que é vivido agora, e autenticar tudo como sendo dele, como sendo ele. ” Pg23
Aqui eu vejo como a confirmação de que a sessão é o momento apenas do paciente, pois por muitas vezes momentos são vistos como oportunidades, chances e tempo que apenas se passaram, mas o próprio paciente não vê sua evolução e crescimento nesses momentos e não reflete o quanto isso fez ser quem ele é no presente e o que pode e quer ou não para o futuro!
“Sim, porque terapia também é isto: a chance de alguém perceber que não lhe compete mudar os outros; que não compete aos outros tomar a iniciativa para resolver os problemas que são dele, e que a obrigação de cuidar da sua vida é primeiramente de; é a chance de perceber que ele deve isso a si mesmo.“ Pg24
Nesse linha de pensamento é muito importante sempre lembrar a postura novamente, pois não é um pensamento tranquilo de se habituar, se desgarrar de outros para começar a fazer para si tudo oque precisa leva ao meu ver dificuldades, pois implica em cultura, educação, meio familiar e muitos outros pontos que possam estar mal resolvidos, mas que não pode deixar de serem vistos.
“Terapia não pode deixar também de ser isto: o lugar onde se pode ouvir a própria resposta à pergunta inevitável: o que tem valor para mim? “Pg31
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