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A Eficácia da terapia de estimulação cognitiva para idosos com demência vascular

Por:   •  20/6/2018  •  Artigo  •  2.464 Palavras (10 Páginas)  •  322 Visualizações

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Eficácia da terapia de estimulação cognitiva para idosos com demência vascular         

Em um estudo feito com 35 idosos detentores de demência vascular (DV) discorre-se sobre o possível êxito do programa de terapia de estimulação cognitiva (CST) na sua forma de adaptação italiana (CST-IT) através de uma bateria de testes baseados nos exames de: desempenho cognitivo, qualidade de vida, humor, comportamento e atividades consecutivas na vida diária.

Diante do background que nos é fornecido, a terapia de estimulação cognitiva é apresentada como sendo uma intervenção psicossocial em prol da melhora de indivíduos que sofrem de DV de variadas etiologias, não necessariamente as abrangendo no sucessivo estudo. O acréscimo do número de diagnósticos de DV somado aos resultados farmacológicos duvidosos culminou na conseguinte utilização da CST como via alternativa, resultando no seu ganho de espaço entre as pesquisas nos últimos anos, o que concatenou, através de resultados científicos, em um tratamento eficaz.  

A proposta experimental conduzida pelo Departamento de Psicologia Geral de Pádua mostra interesse devido à potência dos benefícios trazidos pela CST, uma vez que com os altos índices de envelhecimento populacional, a probabilidade do diagnóstico de DV ser positivo aumenta, engendrando um lastro mundial de idosos com incertezas sobre o seu futuro. Os sutis avanços contidos nessa pesquisa são passos consideráveis em defesa do enfretamento de problemas tanto atuais como futuros, à vista que a pirâmide etária aponta cada vez mais para um afunilamento em sua base e um inchaço em seu topo.

A pesquisa obteve sua amostra a partir de casas italianas para idosos, os quais foram designados pelos clínicos que tiveram como base o critério NINDS-AIREN (National Institute of Neurological Disorders and Stroke-Association Internacionale pour la Recherche et l’Enseignement em Neurosciences) que abrange demência documentada, evidência de distúrbio cerebrovascular[1] na história clínica, exame clínico ou exame de imagem cerebral e uma relação justificável entre demência e distúrbio cerebrovascular (um déficit gradativo da memória ou outras funções cognitivas na ausência de lesões focais nos exames neurorradiológicos).

Como dito anteriormente, foram incluídos, ao todo, 35 idosos, identificados e alocados em dois diferentes grupos. Contendo 21 indivíduos, o primeiro grupo foi concebido pela versão italiana da CST (CST-IT), enquanto o segundo, denominado grupo de controle ativo, continha um número menor de pessoas, totalizando-se em 14 idosos. Ambos não diferiram em termos de idade, sexo ou anos de escolaridade.

É importante explicitar que o experimento foi realizado conforme a Declaração de Helsinque[2], além de aferir a elegibilidade da CST acerca de princípios propostos por Spector et al[3] (restritos a indivíduos com: um diagnóstico de DV na faixa leve a moderada, ou seja, uma pontuação de pelo menos 14 no Mini-Exame do Estado Mental -MEEM).

Todos os participantes foram submetidos a uma bateria de 8 atividades avaliativas em sua totalidade, sendo compreendidas por: medidas cognitivas (divididas em dois testes, o primeiro conhecido como MEEM -mini-exame do estado mental- compara itens que testam orientação temporal e espacial, memória verbal, linguagem, atenção, práxis imediatas e tardias. O segundo teste chama-se ADAS-cog, Escala de Avaliação da Doença de Alzheimer e consiste em 11 tarefas que avaliam orientação, memória, linguagem, praxia, atenção e outras habilidades cognitivas); memória (avaliada em curto prazo/operacional, implica que os participantes escutem uma sequência cada vez maior de números -de 2 a 8- e, em seguida, os repitam na ordem inversa. Cada nível consiste em duas sequências do mesmo comprimento. O teste apenas termina quando o entrevistado não consegue repetir as duas sequências); língua (examina a competência textual, o conteúdo da informação discursiva e avalia as habilidades discursivas em função da comunicação efetiva da informação); qualidade de vida (A Escala de Qualidade de Vida - Doença de Alzheimer (QV-D) é um questionário de auto relato composto por 13 itens, cada um classificado em uma escala de 4 pontos, de 1 -ruim- a 4 -excelente-); humor (a escala Cornell consiste em 19 itens que avaliam sinais e sintomas de depressão maior em indivíduos com demência. Cada item é classificado para gravidade em uma escala de 0 -ausente- a 2 -grave); solidão (a escala de solidão social e emocional de 6 itens avalia a solidão emocional e a solidão social. Cada item pode ser pontuado de 1 -absolutamente verdadeiro- a 5 -não verdadeiro); comportamento (o Inventário Neuropsiquiátrico (NPI) avalia 10 distúrbios comportamentais em pacientes com demência. O score total -frequência × gravidade-, varia de 1 a 12, sendo que scores mais altos correspondem a problemas mais frequentes e mais graves.); e atividades do dia a dia (a Avaliação de Incapacidade para Demência (DAD), cobre atividades básicas, instrumentais e de lazer em 10 áreas, desde higiene pessoal até administração de dinheiro e medicamentos. Os itens em cada área avaliam a capacidade do indivíduo em relação a três dimensões: iniciação -capacidade de decidir e / ou iniciar uma ação-, planejamento/organização -solução de problemas e tomada de decisões- e desempenho real -capacidade de concluir uma ação. As opções de pontuação são: 1 -capacidade de realizar a atividade sem ajuda-; 0 -incapacidade de realizar a atividade-; ou nenhuma das alternativas -atividades nunca realizadas antes do início da doença, ou não realizadas nas últimas 2 semanas).

O procedimento de tratamento consiste em 18 sessões: as duas primeiras e as duas últimas foram sessões individuais pré e pós-teste divididas cada uma em duas partes. A sessão 1 pré e pós-teste consistia na aplicação do Mini-Exame do Estado Mental, Escala de Avaliação da Doença de Alzheimer - Subescala Cognitiva, escala de Cornell, Avaliação da Incapacidade para Demência e Backward digit span; enquanto a sessão 2 baseava-se no Inventário Neuropsiquiátrico, Teste de Linguagem Narrativa e Qualidade de Vida - Escala de Doença de Alzheimer. As outras 14 eram sessões grupais ocorridas duas vezes por semana durante sete semanas em pequenos grupos homogêneos em termos de capacidades cognitivas, constituídos de sete ou oito pessoas. Durante tais encontros, é posta a companhia de dois profissionais treinados dispostos a ajudar quaisquer impasses que não atrapalhem ou transfigurem possíveis resultados nos exames. Por conseguinte, o grupo de tratamento participava do programa CST-IT, variando as temáticas entre jogos físicos, sons, minha vida, comida, rostos e lugares, associações de palavras, criatividade, categorização de objetos, orientação, uso de dinheiro, jogos de números, palavras e de time; enquanto o grupo controle ativo estava envolvido em atividades educativas alternativas, como ler histórias, jornais, discussões, fazer pinturas, colorir, decorar e cozinhar.

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