A Entrevista Com Um Terapeuta
Por: Walace Praguer • 4/10/2021 • Pesquisas Acadêmicas • 1.845 Palavras (8 Páginas) • 190 Visualizações
“entrevista com um terapeuta cognitivo comportamental na pratica clínica”
Trabalho em formato de Artigo Acadêmico para fins de aprovação na disciplina SDE3820: ESTÁGIO BÁSICO I EM PSICOLOGIA.
Oditon Azevedo da Silva Junior
Professor da disciplina
Macaé
2019
1.1 Introdução
A presente entrevista é referente à disciplina de Estágio Básico I do curso de Psicologia e tem o objetivo dar continuidade ao primeiro trabalho direcionado pelo Professor Oditon. Foi proposto desde o princípio do semestre (2019.2) pesquisar a acerca da “Atuação do Profissional na Abordagem desejada”. A abordagem escolhida foi Terapia Cognitiva Comportamental. Essa entrevista será um auxílio para o aluno que deseja atuar futuramente na abordagem de TCC. A finalidade é obter informações da prática na atuação clínica e trazer ao aluno conhecimentos práticos dessa abordagem por um profissional atuante.
Apresentação do Profissional
Psicóloga: Thaís de Oliveira Mello Bernardo
CRP: 05/54897
Instituição que se formou: Faculdade Salesiana Maria Auxiliadora
Ano de formação: 2017
Tempo de atuação Clínica: 1 ano e 6 meses
E-mail: thmello87@gmail.com
Telefone: (022) 99997-2234
Questionário:
Dentro da perspectiva da TCC como o terapeuta prepara o acolhimento?
Terapeuta: “A TCC prepara e trabalha o acolhimento do paciente para deixa-lo à vontade para expressar os seus sentimentos, pensamentos e comportamentos. O paciente precisa compreender que aquele é o seu espaço sem julgamento e totalmente empático, de forma que o mesmo se sinta seguro e realmente acolhido.”
Como é elaborada a entrevista inicial?
Terapeuta: “A entrevista inicial está compreendida como um dos passos do psicodiagnóstico, onde busca-se o levantamento de dados do paciente, através da entrevista clínica e da anamnese, como forma de compreender sua história pregressa e sua história familiar.”
Quando você percebe que o paciente não desenvolveu um rapport no acolhimento ou na entrevista inicial, como você daria continuidade nas próximas sessões?
Terapeuta: “Cada paciente tem o seu tempo de estabelecer confiança e segurança, alguns são extremamente resistentes à terapia, desta forma, precisamos desacelerar e permitir que o paciente caminhe no tempo dele. Enquanto isso o profissional vai permitindo que o mesmo sinta que as suas questões são compreendidas e respeitadas.”
Uma terapia dura em torno de 50 minutos, mas se o paciente começar desenvolver a comunicação nos minutos finais, como você procede para fazer o encerramento?
Terapeuta: “Antes de tudo, o paciente precisa ser informado através do contrato de trabalho o tempo da terapia, para que vá exercitando o funcionamento das sessões. Entretanto, há situações que são trazidas nos minutos finais, e cabe ao profissional permitir que a sessão ultrapasse alguns minutos para que o assunto seja iniciado ou encerrá-la de forma educada, dizendo ao paciente que ele deve guardar aquela informação e até mesmo pensar sobre ela para que seja elaborada e trabalhada na próxima sessão.”
Quando um paciente não colabora em questão de comprometimento com o dia e o horário da terapia, como o terapeuta deve proceder?
Terapeuta: “Novamente o contrato de trabalho contribuirá para que o paciente saiba que existe um compromisso a ser cumprido. Regras sobre horários, datas e cancelamentos de sessões devem ser descritas no contrato para que não fique nenhuma dúvida ao paciente, de forma que ambos tenham seus direitos e deveres estabelecidos e respeitados.”
Em casos que o paciente confessa ou demonstra pensamento suicida, como é a atuação do terapeuta?
Terapeuta: “O psicólogo precisa acolher o sofrimento do paciente, informar que o mesmo não está sozinho e que existem outras possibilidades para que aqueles pensamentos sejam alterados. É preciso trabalhar a tríade cognitiva da depressão com o paciente, uma vez que quando o paciente demostra/confessa pensamentos autodepreciativos sua visão de si (autoestima), visão do mundo e visão de futuro estão distorcidas. Quando existe uma distorção cognitiva em toda a tríade observa-se a necessidade de encaminhar o paciente ao psiquiatra para que seja associada à terapia uma medicação adequada ao seu quadro atual.”
A TCC é uma abordagem que exige um trabalho em conjunto, precisa da atuação do paciente referente as tarefas que são passadas para casa. Em caso de pacientes que não cumprem o que é solicitado, como procede as próximas terapias?
Terapeuta: “O paciente precisa ser informado na Psicoeducação da TCC que de fato o trabalho ocorre em conjunto (psicólogo/paciente), para que o mesmo entenda que é o grande responsável pelas suas mudanças cognitivas, emocionais e comportamentais, e que as tarefas de casa reforçam a parte cognitiva trabalhada nas sessões e contribuem para que essas mudanças ocorram. O profissional precisa enfatizar e trabalhar a responsabilidade do paciente no processo terapêutico.”
Quando se percebe que o paciente se sente incomodado ao falar de suas frustações e sempre tenta fugir do assunto, o que é feito para evitar esse comportamento?
Terapeuta: “É preciso mostrar ao paciente que essa resistência impede que o processo terapêutico caminhe. A TCC nos permite utilizar, questionários, jogos, testes que aproximem o paciente da terapia e que possibilite que o mesmo se abra aos poucos, de maneira que vá se sentindo mais a vontade para falar de suas questões. Em casos onde o paciente realmente não consiga falar é preciso informar que sem demanda não faz sentido dar continuidade à terapia.”
Quando um paciente procura a terapia afim de um diagnóstico apenas e não um tratamento, como se procede?
Terapeuta:
...