A Família e Escola

A família e a escola exercem funções sine qua non para o desenvolvimento social, cognitivo e psicológico da criança, na qual experencia ambos os contextos com repertórios distintos. Um dos papéis fundamentais que compete à família é a socialização da criança a partir do ensino da língua materna, dos símbolos e regras de convivência em grupo, contribuindo assim, em seu processo de aprendizagem na escola; como confirma Polonia & Dessen (2005) a importância e a influência da família como agente educativo é inquestionável. No que tange à escola, é de sua competência criar estratégias visando o aprendizado do conteúdo, oferecer um espaço favorável para o desenvolvimento de ideias; valores e saberes, motivando o sujeito a modificar a sua realidade, tornando-se agente transformador.

Nesse contexto, é possível analisar como a família e a escola são interdependentes, as experiências vivenciadas em um espaço influencia nos comportamentos, na afetividade e cognição no outro espaço que o mesmo sujeito ocupa. Polonia & Dessen (2005) ressaltam a importância das relações que se estabelecem entre a família e a escola e os benefícios potenciais de uma boa integração entre os dois contextos para o desenvolvimento social, emocional e cognitivo do aluno. Quando tal relação acontece, a aprendizagem e o desenvolvimento do sujeito são potencializados, ou seja, é preciso que a escola reconheça a importância de trazer os pais para o planejamento das atividades, para a história de seus filhos e assim trabalharem juntos para transformar esse ser naquilo que há de melhor, consequentemente afetando a sociedade em geral (Polonia & Dessen 2005).

A família é peça chave no processo de aprendizagem do sujeito, assim como toda e qualquer instituição de ensino tem por objetivo contribuir de forma efetiva nesse contexto direcionado ao aluno, podendo ser práticas escolares realizadas positivamente ou negativamente a depender de como é elaborado esse trabalho e esse olhar que preza pelas boas relações e pela história do aluno. Da mesma forma, a família pode ou não contribuir para a aprendizagem de seus filhos sendo evidente a importância do papel da família no desenvolvimento de suas crianças e futuros jovens. Tanto o contexto familiar como o escolar tem o papel de desenvolver a sociabilidade, a afetividade e o bem estar físico dos indivíduos. Portanto, a articulação entre família e escola é cada dia mais valorizada, tendo como certo que para a formação integral do sujeito é composta por todo o meio e relações que o compõe no seu dia a dia, trazendo em seu contexto um histórico de identidade familiar com costumes, hábitos, valores, relações saudáveis ou não e influência direta do meio sócio econômico que se insere. Libâneo define educação como:

Conjunto de ações, processos, influências, estruturas que intervêm no desenvolvimento humano de indivíduos e grupo na relação ativa com o ambiente natural e social, num determinado contexto de relações entre grupos e classes sociais. (LIBÂNEO, 2000, p.22)

Nesse sentido, é frequente a ocorrência da família atribuir responsabilidades que sobrecarregam a escola e os professores, deixando deficiente o processo colaborativo para o aprendizado das crianças, abrindo lacunas no desenvolvimento psíquico emocional que muito em breve deverá ser reparado de alguma maneira a evitar maiores conflitos e sofrimento da criança. É de suma importância o reconhecimento por parte da família que as responsabilidades devem ser compartilhadas com a escola, inclusive para que exista a possibilidade de interação e apoio por parte da instituição de ensino de forma efetiva e direcionada levando a encaminhamentos especializados, quando necessário, diante a identificação de alguma demanda específica. Deve-se existir parceria entre as partes, nunca deixando de fora a posição, pensamentos e sentimentos do aluno propriamente dito, pois somente havendo essa tríade em sintonia poderá ser visto o aluno como um todo e principalmente suas subjetividades.