A Importância Do Trabalho De Conscientização Da Depressão Pós-Parto Para Mulheres Grávidas
Por: Dayani Barreto • 18/3/2024 • Trabalho acadêmico • 5.869 Palavras (24 Páginas) • 117 Visualizações
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A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO DE CONSCIENTIZAÇÃO DA DEPRESSÃO PÓS-PARTO PARA MULHERES GRÁVIDAS DA CIDADE DE SÃO GABRIEL DA PALHA, ESPÍRITO SANTO
Agnes T. de Almeida Simonassi, Alana P. Santos de Oliveira e Dayani Meano Barreto [1]
Me. Bruna H. Ferreira [2]
RESUMO
O período gestacional é repleto de grandes mudanças físicas, fisiológicas, psicológicas e sociais, as quais podem gerar angústias, medos, anseios e muitas dúvidas. Desta forma, a futura mãe irá precisar ser acolhida no intuito de evitar que estes sentimentos se transformem em síndromes psiquiátricas como a Depressão Pós-parto. A pesquisa possui metodologia qualitativa e abordagem exploratória teve como objetivo avaliar a importância do trabalho de prevenção da depressão pós-parto na visão das gestantes de São Gabriel da Palha. Participaram desta pesquisa 14 gestantes da cidade de São Gabriel da Palha, Espírito Santo. O instrumento utilizado foi um questionário semiestruturado com perguntas abertas e fechadas, realizado no Google Forms. Tal questionário buscou conhecer o perfil socioeconômico das gestantes, conhecimento das gestantes sobre a depressão pós-parto e qual o grau de importância elas dão a trabalhos de prevenção da depressão pós-parto realizado pelo viés da Psicologia. Foi utilizado como procedimento deste trabalho análise de conteúdo das planilhas e gráficos do Google Forms. Os resultados obtidos demostram que, na visão das gestantes de São Gabriel da Palha, o trabalho de prevenção pós-parto no viés da psicologia é fundamental para um puerpério saudável. Portanto, conclui-se que mais estudos sobre tema sejam realizados, posto que ajudará a criar mais formas de assistência à gestante.
Palavras-chaves: Depressão pós-parto; gravidez; atenção pré-natal; atendimento Psicológico; trabalho de profilaxia.
1 INTRODUÇÃO
Para muitas mulheres a experiência da gravidez é um momento muito esperado e planejado, pois é considerado pela família “[...] à renovação geracional, e representa o período de formação de um novo ser” (MENDES, 2009 citado por o COUTINHO et al., 2014, p. 18).
O período gestacional é longo, pois se inicia na concepção e se estende por um período de aproximadamente 40 semanas, o qual se finaliza com o parto. Sendo este um processo que permite uma reorganização corporal para a acomodação e o crescimento do bebê (KLEIN; GUEDES, 2008; MENDES, 2009 apud COUTINHO et al., 2014).
Além disso, é uma fase repleta de mudanças hormonais, físicas e bioquímicas que tem como resultado uma significativa alteração de sentimentos (KLEIN; GUEDES, 2008). Essas variações de sentimento são devido à fragilidade que a gestação e o processo do parto implicam. Além disso, ao longo da gestação também podem ocorrer diversos fatores externos como: perda de emprego, morte na família, falta de suporte social, violência doméstica entre outros que, aliados as alterações fisiológicas e psíquicas, podem ser gatilhos para síndromes psiquiátricas leves como a “baby blues” ou mais severas como a Depressão pós-parto (DPP) (RODRIGUES; SCHIAVO, 2011).
“Baby blues” é o nome dado a um período de melancolia que afeta a mulher em um determinado período do puerpério, ou seja, no período que se procede desde o parto até que o corpo volte ao normal. Essa melancolia pós-parto costuma ser comum e durar alguns dias ou até mesmo um mês, entretanto, devido a fatores endógenos e exógenos, em algumas mulheres, esse período persiste e se acentua podendo levá-la a um quadro de depressão pós-parto (RODRIGUES et al., 2017).
Tendo em vista que DPP é um quadro clínico grave, e que merece a devida atenção por parte dos profissionais, é que o presente estudo desenvolveu como proposta conhecer a importância de se realizar trabalhos de conscientização da depressão pós-parto para mulheres grávidas. Posto que somente assim, eles conseguirão desenvolver tratamentos adequados com estratégias de intervenção eficazes.
No intuito de concretizar tal proposta, estabeleceu-se como objetivo geral avaliar a importância do trabalho de prevenção da depressão pós-parto na visão das gestantes de São Gabriel da Palha. No intuito de contemplar tal meta, foram elencados como objetivos específicos: analisar o processo gestacional e as possíveis causas e consequências da manutenção da melancolia no pós-parto; obter informações sobre diagnóstico e tratamento da depressão pós-parto; discorrer acerca da importância dos trabalhos de prevenção propostos pela psicologia a fim de amenizar a incidência da doença e comparar os resultados dos questionários com as afirmações teóricas da literatura científica sobre a temática depressão pós-parto.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 GESTAÇÃO E SUA RELAÇÃO COM A DEPRESSÃO PÓS-PARTO
A gestação, para muitos estudiosos, é concebida como o momento em que a mulher se prepara psicologicamente para a maternidade, ou seja, período “[...] no qual se está constituindo a maternidade” (BIBRING et al.; 1961; BRAZELTON; CRAMER, 1992; LEIFER, 1977; RAPHAEL-LEFF, 1997; SMITH, 1999; SZEJER; STEWART, 1997 citado por PICCININI et al., 2008, p. 64 ).
Além disto, a gravidez também é um período em que a mulher faz várias reestruturações em sua vida, pois os papéis que ela exerce irão sofrer alterações. A gestante irá passar da condição de filha, onde tem todos os cuidados de sua mãe, para exercer o papel de mãe, em que será ela a responsável por cuidar de alguém. Sua vida social, econômica e laboral também irão se reajustar para receber da melhor forma possível esse bebê que está para chegar (PICCININI et al., 2008).
Desta forma, embora a gravidez seja vista como um período fisiológico normal na vida de uma mulher, ela irá causar mudanças comportamentais, biológicas, físicas, sociais e econômicas, às quais podem se constituírem como fatores potencialmente estressantes, que são capazes de trazer muitos impactos em sua vida (SOUZA; MAGALHÃES; JUNIOR, 2021). Alves e Silva (2021) descrevem que esses impactos podem também “[...] interferir nas relações entre mãe, família e amigos, interferindo também no elo entre mãe e bebê, podendo desenvolver a depressão” (apud SOUZA; MAGALHÃES; JUNIOR, 2021, p. 2).
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