A Influência da Mídia na Erotização Precoce das Crianças
Por: Bárbara Cabral • 8/11/2018 • Artigo • 4.143 Palavras (17 Páginas) • 219 Visualizações
UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL
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CURSO DE PSICOLOGIA
PESQUISA EM PSICOLOGIA
A Influência da Mídia na Erotização Precoce das Crianças
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Bárbara Cabral
Glenda Boufleur
Melissa da Silva
Bruna Rohten
Alice Ferraz
Canoas
2018/1
ERRATA
Resumo
O presente artigo tem como objetivo investigar a possível influência da mídia televisiva, na erotização precoce de crianças. Para tanto, será efetuado uma pesquisa com crianças 6 a 12 anos através de um instrumento para medir essa erotização. Será feito dois grupos com crianças que tem acesso à mídia e as que não tem, para essa divisão será feita uma entrevista inicial com os cuidadores. Para a escolha do tema, das perguntas e da justificativa foi feito um levantamento bibliográfico dos documentos considerados mais pertinentes publicados nos últimos 20 anos. A pesquisa será do tipo quantitativa, quase-experimental de caso controle.
Palavras-chave: Erotização Precoce; Sexualidade infantil; Mídia.
Tema.
A influência da mídia na Erotização Precoce de Crianças.
Justificativa
A presente pesquisa tem como objetivo abordar questões relacionadas à mídia e a sua influência na erotização precoce das crianças, buscando responder se existe alguma interferência nesse contexto. Identificar se existe mudanças no comportamento das crianças após terem o contato com a mídia e compreender se existe qualquer consequência relevante no cotidiano das mesmas sob a temática exposta.
Para situarmos e justificarmos o assunto, este tema vem a ser atual e muito polêmico, pois envolve questões de nível social, cultural, jurídico, econômico e até mesmo político. As crianças em pleno desenvolvimento estão colocadas em situações de vulnerabilidade e a mídia, de forma sutil, através da publicidade direcionada a esse público, conduz o conteúdo das propagandas para que, cada vez mais cedo, ocorra a erotização precoce, o consumo de álcool, estimulando a agressividade e a violência. O apelo constante e massivo de bens leva a crença de que consumir será garantia de felicidade e status social. (Silva 1996).
A sexualidade manifesta-se em todas as fases da vida de um ser humano e, ao contrário da conceituação vulgar, tem no coito (genitalidade) apenas um de seus aspectos. O prazer sexual não se restringe aos órgãos sexuais, mas a todas as partes do corpo. (Vitiello, 2000)
“A erotização é precoce quando acontece antes da faixa etária correta da criança para determinado estímulo. Ela é precoce também se os conteúdos que aparecem para ela são precoces à sua faixa de idade. ” (Olmos, 2014)
Nesse sentido, deve-se evitar que fatores externos venham a impor um aspecto negativo para o desenvolvimento ainda em formação da criança, mas não afastá-la de sua sexualidade. A família, a escola e os meios de comunicação, assumem um importante papel no aprendizado da criança, e esta é muito exposta e suscetível a influências. (Gutjahr & John, 2012)
Outra fonte que utilizamos para a construção deste artigo foi o próprio Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Nele foi possível encontrar respaldo para abordar tal temática, pois lá está registrada a lei 8.069 de julho de 1990 que garante a proteção integral a crianças e adolescentes, garantindo a preservação de sua saúde tanto física quando emocional. (Guizo, 2003)
Fundamentação Teórica
Sexualidade
A sexualidade humana, como manifestação de uma necessidade e como ato humano, tem toda a complexidade da conduta geral, sendo determinada por uma série de fatores que interagem em cada indivíduo até formar dinamismos e modelos particulares de comportamento. Em vista disso, o estudo da sexualidade deve contemplar esses diversos aspectos, identificando como, e até que ponto, cada um deles condiciona a sexualidade humana em geral e do indivíduo. (Neira, 2009)
A sexualidade faz parte do ser humano, desde o nascimento até a morte. Apresenta-se diferentemente para os indivíduos, já que a cultura de cada sociedade se manifesta de várias formas, dentro do contexto na qual está inserida. O comportamento sexual é influenciado pelos aspectos biológicos (fatores anatomo-fisiológicos), condições sociais (sistemas de educação, valores ético-religiosos, culturais e jurídicos) e questões psicológicas (estrutura e psicodinâmica da personalidade) (Rezende & Rezende, 1989).
Os aspectos biológicos tem influência direta no comportamento sexual, além das qualidades e condições sociais (educação, religião e cultura) e as questões psicológicas, como a personalidade. (Neira, 2009)
A sexualidade é, portanto, influenciada por fatores biológicos, psicológicos e sociais, imbricados e interligados, formando um complexo conjunto que interage e influi nas atitudes, nos comportamentos, na forma como a pessoa age e pensa.
A Mídia e a Televisão
A palavra mídia é compreendida como qualquer dispositivo de divulgação. Designa os veículos de comunicação, como: televisão, propagandas, livros, revistas, rádio, internet, jornal, relacionando-se como uma prática social veiculando ideias, valores e comportamentos. (Brei, Garcia & Strhlau, 2007)
De acordo com pesquisa efetuada pelo IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - (BRASIL, 2012), 97/2% dos domicílios existentes no Brasil possuem aparelhos de TV; diante disto ela deixou de apenas emitir mensagens persuasivas, comerciais e se tornou parte integrante da cultura, presente no contexto social.
A TV é um fenômeno social comparada à prensa de Gutemberg (que criou explosiva oportunidade de circulação, informação e entretenimento), fazendo parte da vida da maioria das pessoas, convivendo no dia a dia, interferindo, influenciando, informando e relacionando-se positivamente ou negativamente, agindo desta forma na intimidade dos lares. A TV prende o expectador através de imagens, movimentos, sons, cores e cortes. Atinge todas as camadas sociais e culturais e está na maioria dos lares da atualidade. Une os indivíduos independentemente das divisões sociais e democratiza as informações e o lazer. (Rezende & Rezende, 1989)
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