A Inteligência Naturalista

Introdução:

Howard Gardner, foi um importante estudioso americano, autor da Teoria das Inteligências Múltiplas, que tinha como objetivo investigar a natureza e realização do “Potencial Humano”.  

Gardner (1983) publicou sua obra Frames of Mind (Estruturas da mente), na qual propunha a existência de pelo menos sete inteligências básicas. São elas: a Inteligência Linguística, a Inteligência Lógico-matemática, a Inteligência Espacial, a Inteligência Corporal-cinestésica, a Inteligência Musical, a Inteligência Interpessoal e a Inteligência Intrapessoal.

Mais tarde, porém, avanços na Teoria das Inteligências Múltiplas levaram à sua revisão e expansão. Gardner (1996), fez a primeira ampliação da sua listagem original, acrescentando uma oitava inteligência ao seu elenco original das sete inteligências: a chamada Inteligência Naturalista, que inclui a capacidade de discriminar ou classificar diferentes espécies de fauna e flora ou formações naturais como montanhas ou pedras (ARMSTRONG, 2001).

Teoria das Inteligências Múltiplas:

Teoria criada pelo psicólogo Howard Gardner (1994). Após anos de pesquisas sobre inteligência humana, desenvolveu sua teoria, teoria esta que mostra a pluridimensionalidade da mente e defende a existência de nove inteligências no ser humano. Segundo Gardner (1994), Inteligência é: “a capacidade de resolver problemas ou criar produtos que são importantes num determinado ambiente cultural ou comunidade” (GARDNER, KORNHABER e WAKE: 1998, p. 215)

Para Gardner (1994) não podemos fazer comparações sobre quem é mais inteligente, pois para ele os indivíduos possuem inteligências diferentes. Assim não podemos dizer que um cientista é mais inteligente do que um pedreiro, apenas que possuem conhecimentos diferentes, e são bons em suas respectivas funções.

Porém, grande parte das pessoas possui uma ou duas inteligências desenvolvidas. Por esse motivo um indivíduo pode ser muito bom com cálculos matemáticos, porém não ter muita habilidade linguística. São poucos casos onde um indivíduo pode ter diversas inteligências desenvolvidas. Leonardo da Vinci foi um destes casos raros de genialidade. Da Vinci foi um excelente anatomista, botânico, pintor, matemático, e inventor. (Gardner, 1994)

Estas inteligências podem apresentar-se de duas formas: quando a genética contribui, ou seja algumas pessoas já nascem com determinadas inteligências. mas, os estímulos ao longo da vida e as experiências vividas  também colaboram para o desenvolvimento de certas inteligências. Por exemplo: se uma pessoa, nasce com uma inteligência musical, porém o ambiente onde está inserido não oferece estímulos para o desenvolvimento das capacidades musicais, dificilmente este indivíduo se tornará um músico. (Gardner, 1994)

“O ponto essencial na teoria das IM, é que não existe apenas uma capacidade mental subjacente. Ao invés, várias inteligências, funcionando em combinação, são necessárias para explicar como os seres humanos assumem papéis diversos, como físicos, fazendeiros, feiticeiros, dançarinos” (GARDNER, 2000, p.61).

Tipos de Inteligência:

Eram 7 no início as inteligências teorizadas por Gardner, posteriormente foram acrescentadas mais 2, totalizando 9. São elas:

Lógico­matemática: Gosto por padrões, cálculo, ordem e sistematização. É a habilidade para lidar com raciocínios, reconhecer problemas e resolvê-los. O prazer na solução de problemas significativos, a facilidade para o cálculo, o gosto pelas ciências exatas, as competências em lidar com conceitos e resolver problemas matemáticos são características existentes. (GARDNER, 1994)

Linguística: Essa é a mais conhecida e valorizada por todos. É a habilidade do uso da linguagem para convencer, agradar, estimular ou transmitir ideias, além de lidar – na forma escrita e falada – com a linguagem de forma mais criativa e integrada. (GARDNER, 1994)

Espacial: É a capacidade para entender o mundo visual e espacial de forma precisa. E mais: possibilitam às pessoas perceberem as imagens, transformá-las e criá-las a partir da memória. O individuo demonstra capacidade em memorizar e recriar aspectos captados pela memória visual, em geral, consegue enxergar detalhes que ninguém percebe. (GARDNER, 1994)

Corporal­cinestésica: A tradição cultural da civilização ocidental secundarizou as atividades corporais e supervalorizou as atividades da mente. Esse equívoco hoje é reconhecido, tendo em vista que estudos mostram que o funcionamento motor está integrado ao sistema perceptivo e exige uma função cortical tão complexa quanto às atividades de pensamento. (GARDNER, 1994)

Interpessoal: Conhecer a si mesmo e aos outros, na perspectiva da teoria das múltiplas inteligências, são aspectos fundamentais no desenvolvimento integral das pessoas, tão importantes quanto a aprendizagem de outros tipos de conhecimentos. É a habilidade de interagir com as outras pessoas, entendê-las e interpretar seu comportamento. (GARDNER, 1994)

Intrapessoal: É a habilidade de reconhecer os próprios sentimentos e desenvolver modelos mentais precisos sobre si mesmo. É a inteligência que dá acesso ao conhecimento de seus sentimentos, sonhos e ideias. (GARDNER, 1994)

Musical: Habilidade para apreciar, compor ou reproduzir uma peça musical, comunicar através da linguagem musical, podendo para tanto fazer uso da voz, do corpo ou de instrumentos musicais. Inclui percepção de sons, temas musicais, sensibilidade para ritmos, texturas e timbre e habilidade para reproduzir e produzir sons de maneira criativa. (GARDNER, 1994)

Naturalista: Adicionada recentemente à lista das inteligências múltiplas, é a habilidade de identificar e classificar padrões da natureza. Essa competência se manifesta em pessoas que demonstram uma forte atração e sensibilidade pelo mundo natural. (GARDNER, 1994)

Existencial: A mais nova inteligência adicionada à lista e está sendo estudada por Gardner. Refere-se à preocupação e formulação de perguntas sobre a vida, a morte, o universo. (GARDNER, 1994)

Inteligência Naturalista:

A Inteligência Naturalista não fazia parte do estudo original de Inteligências Múltiplas, listava apenas 7 tipos de inteligência. Em 1995 Gardner considerou a consciência naturalista essencial para a sobrevivência do ser humano e de outras espécies no planeta Terra. (ARMSTRONG, 2001).