A METODOLOGIA OBSERVACIONAL DE PACIENTES NA RECEPÇÃO DE UM A UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO DE SAÚDE
Por: Regiane Roberta • 19/6/2017 • Pesquisas Acadêmicas • 2.576 Palavras (11 Páginas) • 402 Visualizações
UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAI - UNIVALI
CURSO: PSICOLOGIA – 2º. Período – noturno
DISCIPLINA: AMBIENTAÇÃO PROFISSIONAL
PROFESSORA: CARINA NUNES BOSSARDI
A METODOLOGIA OBSERVACIONAL DE PACIENTES NA RECEPÇÃO DE UM A UNIDADE DE PRONTO ATENDIMENTO DE SAÚDE.
Aroldo Manoel Vieira
Felício Waschilewski
Gabriela Fernanda S. Walko
Regiane do Amarante Novaes
Palavras chave: psicologia, saúde, observação
INTRODUÇÃO
A espera do atendimento em qualquer recepção de unidades de pronto atendimento é sempre um momento crítico. Por menor que seja o mal-estar que leva a pessoa a este ambiente, a chegada e permanência nesses locais é sempre geradora de tensão, quer pela indisposição do próprio paciente, quer pelo contato com outras pessoas em estado crítico e mesmo pela tensão de funcionários e acompanhantes no local.
Esse trabalho teve como objetivo observar o comportamento dos pacientes da Unidade de Pronto -Atendimento do Bairro Cordeiros, em Itajai – SC, e o resultado do trabalho poderá contribuir para o entendimento do nível de conforto ou stress das pessoas nesse local. A observação é um processo fundamental que não tem um fim em si mesmo, mas sim subordinado ao serviço de outros processos complexos, fornecendo os dados empíricos necessários a posteriores análises críticas. Em ciências sociais e humanas o processo de observação é envolto em certas dificuldades dada a contingência das diversas variáveis intervenientes, nomeadamente, o sujeito observador, o objeto observado, a interação sujeito observador, objeto observado, ambiente e as situações pedagógicas. (Dias, 2009). Essas dificuldades podem ser minimizadas por um bom planejamento e adequados instrumentos e metodologias de observação.
Considerando essas circunstancias, a pesquisa de observação foi precedida de várias fases de planejamento, pois todo trabalho que utiliza essa técnica para a coleta de dados, requer uma série de decisões prévias. Deve-se definir quem, o que será observado, onde será feita a coleta de dados, a frequência das observações, as técnicas de registros, etc. (Danna e Matos, 2006).
Em se tratando de observação naturalística, de um lado a mesma traz algumas limitações, porém de outro permitem o acesso a caraterísticas do comportamento que de outro modo não há condições de serem obtidas. (Dessem & Murta, 1997 apud Cordazzo 2008). O resultado da pesquisa trará informações sobre a importância da metodologia observacional, assim como fornece dados que poderão contribuir, juntamente com outros fatores, no conhecimento do nível de conforto dos pacientes na sala de espera da Unidade de Pronto Atendimento do Bairro Cordeiros.
METODOLOGIA
A pesquisa foi realizada utilizando a metodologia de observação naturalística na Unidade de Pronto -Atendimento – UPA -do Bairro Cordeiros em Itajai – SC, sendo precedida da fase de planejamento ocorrida nas datas de 27 de abril, 04, 11 e 18 de maio de 2017. A seleção dos participantes, sujeito focal, ocorreu de acordo com a ordem de chegada e sua identificação junto ao atendente na recepção. A observação se deu pelo tempo máximo de 30 minutos em registro categorizado contínuo. Na ocorrência de tempo de espera superior a esse, o processo de observação era interrompido. Os pacientes não foram identificados pessoalmente, mas categorizados por idade estimada e sexo. Como técnica de registro foram utilizados formulários categorizados, os quais deram origem aos dados. A Equipe de observadores formada por 4 membros, sendo que as observações foram efetuadas em dupla para a posterior análise do índice de concordância. Foram definidas 16 categorias de comportamentos, objetos de observação assistemática:
- Espera sentado – C1
- Espera em pé - C2
- Fala com alguém – C3
- Fala que sente dor – C4
- Reclama de algo ou alguém – C5
- Elogia algo ou alguém – C6
- Põe a mão na cabeça ou face – C7
- Se apoia em alguém – C8
- Reclina o corpo na cadeira – C9
- Balança a cabeça - C10
- Balança as pernas - C11
- Fecha os olhos – C12
- Chora – C13
- Sorri – C14
- Manuseia fone celular – C15
- Olha a TV – C16
Ao lado de cada categoria havia uma tabela com números de 1 a 5 para indicar o número de vezes que o observado adotou o correspondente comportamento, mais a coluna sempre, para indicar quando o número de vezes do comportamento adotado superou a 5. A equipe de observadores buscou assentos em locais da recepção que permitissem observação, mantendo a discrição necessária para não trazer transtorno ao ambiente. A Unidade de Pronto Atendimento do Bairro Cordeiros, atende os casos de urgência e emergência de adultos da região norte e Oeste da cidade de Itajai, no regime de 24 horas. A sala de recepção tem aproximadamente 100 metros quadrados, 30 cadeiras conjugadas, banheiro feminino e masculino, bebedouro de agua filtrada e TV a cores ligada e painel eletrônico informativo de chamada dos pacientes.
O sistema de atendimento obedece do seguinte procedimento: o paciente ao chegar dirige-se ao balcão da recepção, onde é realizado um registro inicial de acordo com a sua queixa, e aguarda na sala de recepção para a chamada de classificação de risco pela equipe médica. O registro prévio é publicado no painel eletrônico da sala de recepção com o nome do paciente e a cor da pré classificação de risco de acordo com o critério do Sistema Único de Saúde SUS:
VERMELHO - emergente - 0 minutos
LARANJA - muito urgente - 10 minutos
AMARELO - urgente - 60 minutos
VERDE - pouco urgente – 120 minutos
AZUL - não urgente – 240 minutos
De acordo com essa pré classificação, o paciente é chamado através do painel eletrônico para a classificação de risco pela equipe médica. Os casos mais graves são atendidos ou aguardam no ambiente interno dos consultórios e ambulatórios, e os casos menos graves retornam a aguardar o atendimento médico na recepção externa.
Com relação aos aspectos éticos envolvidos, a pesquisa foi realizada de acordo com a Resolução CNS 466, de 12 de dezembro de 2012 e a Resolução No. 510, de 07 de abril de 2016. Também em obediência ao Código de Ética do Profissional Psicólogo (Resolução CFP No. 010/05). Foi solicitada formalmente à administração da UPA a autorização para a realização do trabalho, e quanto aos pacientes, considerando que os mesmos não foram identificados e por se tratar de ambiente público os observados não foram comunicados. De toda forma, como requer a ética e a boa conduta, e ainda por se tratar de um ambiente de saúde, a equipe de pesquisadores se conduziu com toda discrição e respeito.
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