A Neurose Histérica
Por: henrique5 • 20/11/2018 • Trabalho acadêmico • 463 Palavras (2 Páginas) • 176 Visualizações
A partir das aulas e do texto de Násio (1991), algumas reflexões surgiram, a respeito do sujeito histérico. O autor refere que o histérico vive em constante estado de medo e que para tentar diminuir sua angústia, encontra-se permanentemente insatisfeito. Teme o gozo pleno e isto se torna a “essência” de sua estrutura. Busca, no outro, pontos fortes e fracos onde se deleita como convém e, dessa forma, se refugia nas suas insatisfações. Estas afirmações leva-me a questões referentes à forma como o outro se relaciona com o sujeito histérico. Como que o outro sustenta um relacionamento em que constantemente lhe é imputado barreiras? Poderíamos dizer que estas barreiras são observáveis ao outro ou permanecem somente no inconsciente do histérico? Na tentativa de histericizar a figura do analista, em análise, quais reações poderiam ser esperadas, do sujeito histérico, diante da não correspondência dos seus investimentos, visto que se nutre de sensações que ele mesmo “cria”?
Ainda sobre a histericização, o mesmo autor refere que, no contexto da análise, várias são as condições para que ela ocorra. Dessa forma, tanto o analisando quanto o próprio analista, podem “deixar-se envolver”, através de efeitos erógenos no corpo, provocados pelo próprio analisando.
Como cessariam os sintomas de conversão de um paciente histérico, em análise? Pode-se dizer que há “cura” destes sintomas somente frente a escuta do analista? Násio relata que a escuta e interpretação do psicanalista funcionam como um eu simbólico, ou seja, como um conjunto de representações. A escuta promove o cessar daquilo que o paciente recalca e concentra e dessa forma os sintomas podem vir a desaparecer. O autor diz ainda que dizer que a representação irreconciliável se integra no centro do eu da escuta, equivale a dizer que a escuta do analista dá sentido simbólico ao sintoma e dessa forma o faz desaparecer. A escuta, assim, se mostra eficaz tanto no registro energético quanto no simbólico, no entanto, a mesma deverá ser uma escuta que dê um novo sentido àquilo que o paciente trás como uma verdade. Ao analista, por vezes, passa o desejo de buscar um trabalho onde este se posicione numa relação de suportar elementos, como possíveis repetições, respeitando o tempo do próprio analisando.
Ocorre que o analista deverá estar “apto” para que consiga “sustentar” este lugar, se permitindo entrar na história do paciente, colocando-se num lugar até então possivelmente “não explorado”, auxiliando-o na ressignificação de seus sintomas, até que sejam gradativamente “eliminados”. Para isso deve considerar o quê, como e em que contexto o mesmo fala, pois discursa como pode, por vezes com empobrecimento na fala, sem linearidade e motivação para que consiga se fazer facilmente compreendido.
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