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A POLÍTICA NACIONAL DE HUMANIZAÇÃO COMO POLÍTICA QUE SE FAZ NO PROCESSO DE TRABALHO EM SAÚDE

Por:   •  18/10/2021  •  Resenha  •  1.665 Palavras (7 Páginas)  •  210 Visualizações

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS

UNIDADE DIVINÓPOLIS

CURSO DE PSICOLOGIA

DISCIPLINA: DIMENSÕES INSTITUCIONAIS E SAÚDE COLETIVA

PROFESSORA: ELOÍSA BORGES

Adriano Nunes de Oliveira

Agatha Nelise de Castro Jesus

Crisiana Aparecida Campos

Eliza de Medeiros

Felipe Eustáquio Teixeira

Gabriela Eduarda  S. Dumont

Higor Henrique da Silva

Rafaela Gonçalves Ferreira

A Política Nacional de Humanização como política que se faz no processo de trabalho em saúde

 (Resumo)

DIVINÓPOLIS-MG

2021

Introdução

O artigo faz uma análise do modo de fazer da Política Nacional de Humanização (PNH) a partir da experiência prática dos autores, seja como consultores da PNH ou como formadores de profissionais de saúde. A partir das ações de apoio institucional

A Política Nacional de Humanização se constitui com base em um conjunto de princípios e diretrizes que operam por meio de dispositivos.  O movimento que a Política Nacional de Humanização se propõe é, sobretudo, a destituição da racionalidade biomédica que sustenta o sistema de saúde atual, a inseparabilidade entre e clínica e a política e também a transversalidade, uma comunicação nos grupos e entre os grupos.

Entre as práticas da PNH estão: a clínica ampliada, a cogestão de serviços, a valorização do trabalho, o acolhimento, a defesa dos direitos dos usuários entre outras. Dentre os dispositivos, que possibilitam as práticas supracitadas, temos algumas como: acolhimento com classificação de risco, colegiado gestor e a visita aberta.

A PNH tem como finalidade, portanto, a alteração da forma como o trabalho se estabelece nos campos de saúde, mas não só; também, a interferência nas práticas instituídas por meio do desequilíbrio dos arranjos. Cabe finalmente a pergunta: o que pode a PNH?

O conceito de humano: um outro humanismo comparece...

Para fundamentar a discussão, introduz-se a concepção de humano e humanização. A PNH compreende humano aquele que se constitui nas experiências concretas dos serviços, não havendo uma forma de ser humano que já está dada; e humanização como o que surge na experiência cotidiana do trabalho, na maneira como se age. Segundo a PNH é a partir das próprias práticas de saúde que a prática de humanização pode se efetivar, pois é algo que acontece no encontro entre sujeitos, mulheres e homens comuns, trabalhadores e usuários que habitam e produzem o cotidiano do SUS e suas experiências. A humanização está sendo constantemente construída.

Tendo em vista esse entendimento “toma-se como princípio do trabalho nos serviços um enfoque que contribui para desidealizar a concepção de humano e de humanismo, assim como de ‘serviços idealizados’”(SANTOS FILHO, S.B. et al. 2009). Saindo dessa ideia de algo ideal ao qual seres viventes teriam que ficar se adequando a, compreendendo o ser humano em sua construção diária, é possível entender a forma como um serviço ou processo de trabalho em saúde se institui. Uma obra conduzida por sujeitos em constante formação de modos de existência, trata-se de “processos que desestabilizam formas instituídas de ser trabalhador e experimentam outras” (SANTOS FILHO, S.B. et al. 2009).

Esse princípio é operacionalizado quando os coletivos do SUS analisam os diferentes serviços e as diferentes maneiras de agir nesses serviços, destinando-se ao encontro de formas mais satisfatórias. Isso é possível por meio de estratégias: convocação de gestores, trabalhadores e usuários, num movimento de inclusão para discutir o serviço; análise das variáveis que atravessam e constituem serviços, indo de encontro ao que constrói os modos de ser e fazer do mesmo; execução de apoio institucional.

O apoio institucional é uma estratégia para auxiliar os envolvidos no cotidiano naturalmente desafiador do trabalho em saúde, para existirem menos desgastes nesse processo. É um modo de fazer, que se baseia numa gestão participativa, buscando a criação de grupos que se fortaleçam, estabelecendo uma rede. É sobre estar junto dos envolvidos, gestores, trabalhadores e usuários, auxiliando na organização e na gestão dos serviços, intervindo na forma como estes estão estabelecidos, num movimento que busca potencializar trabalhadores e usuários como protagonistas, co-responsáveis, da produção de saúde. Essa estratégia combate qualquer deslegitimação do outro, entendendo a importância de cada sujeito na construção de saúde.

No rastro da premissa de indissociabilidade entre atenção e gestão...

Dentre os princípios que a PNH partilha está a indissociabilidade entre a atenção e a gestão, que visa contribuir com a qualidade na produção de saúde, dimensionando as discussões e construindo estratégias no coletivo para o melhor acesso nos serviços. O texto elucida o objetivo de auxiliar os coletivos organizados nas articulações, pactos, arranjos, ações concretas para que ocorram mudanças nas gestões e consequentemente reverberem nos modos de atenção, partindo da prática de estabelecimento de espaços de escutas, rodas de conversas que incluem todos os atores envolvidos.

Esses expedientes seriam importantes e potentes para intensificar as discussões, todavia, o que agregaria de forma mais intensa e especial seria o apoio institucional, que se dá em meio aos processos.

Em suma, o texto reitera que a atuação da PNH seria auxiliar os coletivos locais a se fortalecerem para protagonizarem discussões e articularem os componentes do processo de trabalho, que a relevância não está apenas nas pressões dos resultados e metas, e sim, no grande desafio de si colocar em análise o próprio trabalho (com a inclusão de todos atores), buscando acompanhar um processo e não apenas a realidade.

No rastro da premissa de indissociabilidade entre produção de serviços e produção de sujeitos 

Uma das premissas da Política Nacional de Humanização é o incentivo da participação dos trabalhadores no sentido de analisar e intervir no processo de trabalho. Assim, existirá uma tríade de produção de serviços, produção-sustentação da organização e produção de sujeitos. Essa característica da PNH é essencial para colocar o trabalhador da saúde em foco, estimulando seu protagonismo. Um outro benefício dessa política é uma gestão menos centralizada e mais equitativa, visto que os trabalhadores são incentivados a verbalizar e colocar em prática suas ideias.

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