A PSICOLOGIA SOCIAL NO MERCADO DE TRABALHO
Por: jcs1706 • 28/5/2019 • Trabalho acadêmico • 3.539 Palavras (15 Páginas) • 370 Visualizações
UNIP
Psicologia Social
No
Mercado De Trabalho
João Cunha Da Silva Filho RA:N205270
Iara Kamyla Martins Gois RA:N131JC7
Manaus-AM
2018
Sumario
1) Introdução
2) Desenvolvimento
2.1) Políticas públicas e o lugar do jovem no mundo rural
2.2) Configurações atuais do trabalho: o fenômeno da precarização e flexibilização
2.3) Impasses da relação entre trabalho e gestão
2.4) Economia solidária e psicologia
3) Conclusão
4) Referencial
Introdução
O olhar atento para o trabalho permite observar uma enorme gama de modos de trabalhar e de estar no trabalho, que vão muito além das linhas de produção fordistas que historicamente moldaram e simbolizaram a ideia de trabalho no imaginário social. Além da atividade fabril, podemos observar a ampliação do trabalho terceirizado, do trabalho informal e de atividades no setor de serviço.
Assim, buscamos a seguir mostrar como o olhar a partir do cotidiano de trabalho evidencia distintos modos de vivenciar, de atribuir sentido e de estar em diferentes tipos de organização do trabalho, A contribuição que se pretende oferecer é a de uma psicologia social que aborda os processos cotidianos de trabalho como processos micropolíticas, isto é, processos em que poder e controle comparecem como categorias fundamentais.
Politicas publicas e o lugar do jovem no mundo rural
Tensões existentes entre a concepção de trabalho familiar presente nos projetos de assentamentos de reforma agrária e as reais possibilidades de inserção e permanência dos jovens, a parir da análise das políticas públicas para a juventude rural, especialmente aquelas designadas a promover a inserção dos jovens no mundo do trabalho. Os assentamentos rurais de reforma agrária, recentemente criados no estado de São Paulo, têm procurado resgatar a ideia de comunidade rural sustentável ao incorporar no processo organizativo a preocupação com o meio ambiente, o incentivo ao trabalho familiar e à organização de associações, cooperativas e outros dispositivos comunitários de planejamento e controle da produção que tentam recuperar as formas de solidariedade presentes nas relações de parentesco e vizinhança típicas do tradicional rural brasileiro. No entanto, as distâncias que separam os assentamentos idealizados (tanto pelo governo quanto pelos movimentos sociais) e os legalizados, mas ainda não realizados e emancipados, são, às vezes, imensuráveis, apesar da boa vontade e dos esforços dos agentes sociais que estão envolvidos no processo organizativo. Se por um lado, esses assentamentos significam moradia e subsistência para uma população que vive do trabalho incerto e precário, por outro lado, eles estão longe de significar a melhoria real das condições de vida dos trabalhadores rurais assentados.
Entre os principais problemas enfrentados estão: a ausência de infraestrutura mínima para a produção (especialmente água, energia e base técnica adequada), o excesso de burocracia e a morosidade no processo de liberação de créditos para produzir e outros recursos para viabilizar a vida comunitária, a insuficiência dos recursos financeiros diante das crônicas carências dos trabalhadores assentados, a insuficiência e inadequação dos programas de assistência técnica e extensão rural, a ausência de canais adequados de comercialização, entre outros. No que se refere à organização social e comunitária, os trabalhadores assentados ressentem-se da carência de recursos básicos tais como escolas, assistência à saúde, assistência social e lazer, principalmente. Neste cenário de precariedades econômicas e vulnerabilidades sociais, emerge como questão central para pensar o futuro dos assentamentos rurais o problema de como inserir e manter os jovens nessas comunidades. Estudos recentes sobre as problemáticas que envolvem as relações entre trabalho rural e juventude apontam certa indisposição generalizada entre os jovens para dar continuidade aos projetos de trabalho dos familiares na pequena agricultura. No geral, as análises apontam para a existência de uma crise social na agricultura familiar, na medida em que os filhos dos agricultores não podem ou não querem exercer a mesma profissão de seus pais porque as suas aspirações educacionais e profissionais, assim como as suas preferências pelo local de moradia (rural ou urbana), são orientadas por uma formação escolar urbana e até mesmo pelos valores das próprias famílias que, por mais que necessitem da força de trabalho dos filhos e reconheçam os impactos negativos da migração campo-cidade, tendem a reforçar ou incentivar a opção por uma escolha profissional. Os jovens, por sua vez, criticam e desvalorizam o trabalho rural e, em geral, descartam a possibilidade de trabalhar e viver no campo. No entanto, são ainda escassos os estudos que se dedicam a entender a problemática dos jovens que permanecem no campo e os estudos que analisam o movimento contrário, ou seja, a inserção dos jovens em assentamentos rurais cujas famílias migraram da cidade para o campo em busca de melhores condições de sobrevivência.
Nestes assentamentos, a problemática dos jovens configura-se a parir do movimento da migração cidade-campo. As famílias, embora no passado tenham tido algum tipo de relação com a terra, migraram das periferias das cidades para o campo buscando na luta pela reforma agrária uma alternativa de sobrevivência econômica e segurança social. Os jovens constituem uma parcela expressiva da população, mas não trazem consigo as heranças e a experiência do trabalho na agricultura porque nasceram e se criaram nas periferias urbanas em famílias cuja relação com o campo, no limite, era de assalariamento temporário. No vácuo da insuficiência de políticas públicas que viabilizem a transformação desses espaços em comunidades organizadas do ponto de vista socioeconômico e político, por estarem os assentamentos localizados próximos a grandes centros urbanos e por comportarem uma população que traz a herança do desenraizamento, a questão que se coloca é a da possibilidade de os jovens assentados vivenciarem e reproduzirem os mesmos problemas que hoje enfrentam os que habitam as periferias das cidades: a dificuldade de acesso à escola; a inadequação da formação escolar e profissional recebida para enfrentar o mundo do trabalho, as dificuldades de inserção no trabalho, tanto na cidade quanto no campo, especialmente quando se trata do primeiro emprego. Se frequentar escola e trabalhar na cidade são estratégias do jovem rural para migrar para as cidades, cabe perguntar: Como se apresenta e qual é o futuro do trabalho familiar nos assentamentos rurais? Como é possível manter trabalhando no campo jovens assentados que possuem formação educacional e experiências profissionais urbanas? Para reler sobre as condições de inserção e permanência de jovens trabalhadores neste tipo de assentamento rural é importante analisar qual é o lugar que tem sido destinado à pequena agricultura familiar no processo de desenvolvimento do mundo rural e do país. É necessário também considerar as especificidades sociais e culturais do jovem rural em relação ao jovem urbano e também reconhecer as semelhanças existentes entre eles, especialmente no que se refere aos hábitos de lazer, consumo, linguagem, interesses e gostos diversos, porque eles configuram grupos sociais historicamente construídos no contexto de formações socioculturais concretas.
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