A Prática do Psicólogo no Tratamento do Câncer Infanto-Juvenil
Por: mrpsi • 2/4/2018 • Relatório de pesquisa • 3.823 Palavras (16 Páginas) • 208 Visualizações
Universidade Veiga de Almeida
Curso de Psicologia
A Prática do Psicólogo no Tratamento do Câncer Infanto-Juvenil
Relatório Final de Estágio Básico Supervisionado I
I - RESUMO
Diante do impacto do diagnóstico de câncer e de suas consequências, surge a necessidade do psicólogo atuar no auxílio para o melhor enfrentamento e para a qualidade de vida do doente e de seus familiares. Dessa forma, o relatório teve como objetivo conhecer a prática do psicólogo no tratamento do câncer infanto-juvenil, sua relação com crianças, adolescentes e seus familiares. Para tanto, foi adotado como método a leitura de artigos acadêmicos e a pesquisa de informações conceituais e estatísticas acerca da doença: sua origem, seu tratamento, suas consequências e sua incidência na faixa etária objeto do relatório, e realizada uma entrevista com a psicóloga da Casa Ronald McDonald-RJ, instituição sem fins lucrativos cuja missão é oferecer qualidade de vida às crianças e adolescentes com câncer e a seus familiares. A principal fonte de pesquisa foi o Instituto Nacional do Câncer – INCA, que mantém sua base de dados diversificada e atualizada referindo-se ao ano de 2017. A justificativa para a elaboração desse relatório é a importância da divulgação da atuação do psicólogo junto aos pacientes de câncer infanto-juvenil e no auxílio emocional e psicológico às famílias ao longo dessa nova realidade em suas vidas. Conforme o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), da Secretaria de Vigilância à Saúde, do Ministério da Saúde, desde 2014 o câncer é a segunda causa de óbito na faixa etária entre 1 e 19 anos, no Brasil. Entre 2009 e 2013, foi registrado o índice de 12% de mortes na faixa entre 1 e 14 anos, e 8% entre 1 e 19 anos. Assim, conclui-se que o relatório é de fundamental importância por apresentar a relevância da atuação do psicólogo junto ao paciente e seus familiares, assistindo-os e mediando seu sofrimento, o que inclui intervir nos propósitos de aceitação e enfrentamento da doença, com a participação de todos os envolvidos para o desenvolvimento da confiança como base de um processo contínuo da relação do psicólogo com o paciente e sua família.
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II - INTRODUÇÃO
Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA, 2017), Neoplasia ou Câncer é a designação atribuída a uma série de doenças que tem em comum o crescimento desordenado de células malignas que invadem tecidos e órgãos. A migração para outra parte do organismo ocasionando um novo tumor caracteriza o fenômeno intitulado metástase, que sinaliza a forma da doença disseminada em vários órgãos ou tecidos. O surgimento de células cancerígenas ocorre a partir de uma alteração no DNA, quando passam a receber informações imprecisas sobre as atividades. A origem da Neoplasia depende da intensidade e duração da exposição aos agentes causadores. Os fatores podem ser internos (de responsabilidade genética) e externos (meio ambiente e hábitos e costumes do sujeito). Ainda de acordo com o INCA, a Neoplasia Infanto-juvenil é considerada mais agressiva e acelerada, porém com melhor prognóstico, ou seja, previsão de duração e resultado do tratamento. “Dois terços dos cânceres em crianças são considerados curáveis se o diagnóstico for precoce e se o tratamento administrado for adequado”. (FONSECA, 2004 apud GURGEL; LAGE, 2013, p. 145).
O objetivo do presente relatório consiste em conhecer a atuação do psicólogo que se ocupa com crianças e adolescentes em tratamento oncológico e com seus familiares, divulgando o seu trabalho. O método utilizado foi baseado na leitura de artigos acadêmicos publicados em bases de dados encontrados na internet. Foram utilizadas palavras-chave que buscavam artigos e publicações disponibilizadas na íntegra, em língua portuguesa, abordando a temática proposta. As palavras-chave utilizadas como critérios de pesquisa incluíram combinações entre câncer infantil, psicologia, psico-oncologia, família de paciente com câncer infantil, atuação do psicólogo em pacientes com câncer infantil. Foram consultados ainda, sites relacionados, como o INCA e o Portal da Saúde.
“O câncer pediátrico impõe à criança sofrimento e expectativas diversas que modificam sua vida, determinando expressões de pena e de pesar decorrentes do medo e de mitos da doença”. (AMARAL; SILVA; SOUZA et al., 2012, p. 687). A partir dessa citação e das estatísticas divulgadas entre 2009 e 2017, em portais de órgãos oficiais e em artigos científicos que
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sinalizam um aumento progressivo dos casos de câncer infanto-juvenil, encontramos como justificativa para a elaboração desse relatório a importância da divulgação da atuação do psicólogo junto aos pacientes de câncer infanto-juvenil e no auxílio emocional e psicológico às famílias ao longo dessa nova realidade em suas vidas. Conforme o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), da Secretaria de Vigilância à Saúde, do Ministério da Saúde, desde 2014 o câncer é a segunda causa de óbito na faixa etária entre 1 e 19 anos, no Brasil. Entre 2009 e 2013, foi registrado o índice de 12% de mortes na faixa entre 1 e 14 anos, e 8% entre 1 e 19 anos. Dados do Registro de Câncer de Base Populacional (RCBP), do INCA, de 2017, organizados por regiões, apontam para índices elevados no Sudeste, seguido pelo Nordeste e Sul. No ano de 2014 houve 2.724 mortes, sendo superado pelos anos 2016/2017, em que a estimativa aumentou para 12.600 na faixa etária até os 19 anos. Regiões Sudeste e Nordeste lideram os índices, com 6.050 e 2.750 casos. “[...] compete ao psicólogo à presença obrigatória juntamente à equipe multidisciplinar, com o intuito de dar suporte ao atendimento oncológico junto ao SUS. Nesse sentindo, faz-se necessária a atuação desse profissional no tratamento do câncer, abrindo espaço a área denominada Psico-oncologia”. (MIRANDA, 2017). Esse relatório mostra a importância da divulgação da atuação do psicólogo junto aos pacientes de câncer infanto-juvenil e no auxílio emocional e psicológico às familias ao longo dessa nova realidade em suas vidas. Tal importância é, inclusive, reconhecida na Portaria n°3535 do Ministério da Saúde, que tornou obrigatória a presença do psicólogo em casos oncológicos. O Cronograma, inicialmente planejado, foi alterado ao longo da elaboração do relatório. Contudo, os prazos foram cumpridos de acordo com as atividades listadas.
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Atividades
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