A Psicanálise e Fenomenologia e Gestalt

Psicanálise e Fenomenologia

No século XV o conhecimento humano era baseado apenas nas tradições sociais da época, foi apenas no final deste século, devido a vários acontecimentos, como, as guerras e os descobrimentos pela navegação, que o homem sentiu a necessidade de obter seu conhecimento de uma maneira nova. E essa necessidade resultou no modelo cartesiano. E foi por essa via que hoje em dia conhecemos como ciência. E no final do século XIX, o Freud elaborou a construção de um novo conhecimento a partir das regras e noções de Descartes.

Freud também é conhecido como um grande filósofo, portanto, a psicanalise é uma das abordagens da psiquê que mais tem o embasamento filosófico. A psicanalise tem como objeto de estudo o inconsciente, e esse objeto de estudo foi alvo de críticas da psicologia naturalista, pois segundo eles na ciência tradicional não haveria possibilidade de fazer uma experimentação empírica do inconsciente. Mas Freud vai dizer que o inconsciente é a manifestação do ser enquanto ser. Desta forma, há duas correntes filosóficas principais que influenciam diretamente o nascimento da psicanalise.

Filosofia do sujeito: como grandes representantes temos os filósofos Descartes e Kant, que dão a origem ao pensamento positivista, inaugurado pelo augusto Kant, é uma filosofia que nasce com o objetivo que é mostrar que não basta dizer a verdade, mas é necessário provar que se está falando a verdade, ou seja, o cientista ou filosofo ele precisa mostrar sempre a evidencia de todo o conhecimento que ele está produzindo, apresentar provas, esse tipo de filosofia torna inviável o nascimento da psicanalise, seu objeto de estudo principal é o inconsciente e não consegue mostrar a prova direta desse  inconsciente, modo como Freud apresenta o inconsciente, sempre por uma via indireta, ou seja, não a prova direta, por isso a psicanalise teve dificuldade de ser enquadrada como ciência sob o ponto de vista da filosofia do sujeito.

Filosofia das pulsões: Schopenhauer e Nietzche, defende que a grande realidade do ser humano, não é a realidade percebida, através do consciente, mas a realidade inconsciente, ou seja, o ser humano é movido por aspirações pulsionais que ele mesmo desconhecia. Esse tipo de filosofia tornou possível o nascimento da psicanálise. Freud se apoiou nesses autores para que ele se justifique e legitime a psicanalise junto a cultura e grandes teóricos, então a psicanalise foi possível em um diálogo com a filosofia em duas direções, ao mesmo tempo que Freud se valia da filosofia das pulsões para fundamentar e legitimar a psicanalise ele também se afastava, criticando e indo contra a filosofia do sujeito.

Por mais que a fenomenologia e a psicanálise sejam dois campos diferentes, com pontos de partidas, propósitos, métodos e terminologias distintas, sabe-se que tanto a fenomenologia como a psicanalise abordam o estudo da consciência. Desta forma, o método fenomenológico se apresenta à psicanalise como possível em sua aplicação de trabalho, como uma atitude e um método de investigação, onde há uma busca de tentar captar o sentido do outro, com um menor grau de interferência possível dos valores, crenças, teorias e preconceitos. Desta forma, é possível utilizar o método fenomenológico tendo o objetivo de aproximar com maior grau de evidencia possível o sentido do mundo do paciente, para então, posteriormente utilizar os conhecimentos teóricos e técnicas fornecidas pela psicanalise.