A Psicofarmacologia

Farmacologia - SILVA, P.

Cap. 15

1. Identificar a importância da seletividade e do tipo de ação das drogas nos aspectos da farmacodinâmica:

Não pode-se dizer que alguma droga seja totalmente específica em agir exclusivamente em apenas um tipo de célula ou de tecido, pois a ação das drogas terapeuticamente úteis se baseia em um determinado grau de seletividade. Esta seletividade depende de vários fatores relacionados com a droga, com o paciente e com o modo de administração das drogas, tendo os mecanismos de seletividade como determinantes da margem de segurança entre os efeitos desejados e os indesejados dos fármacos e também a amplitude de aplicações clínicas.

Popularmente falando, as expressões "ação das drogas" e "efeitos das drogas" muitas vezes são usadas como sinônimos, porém não é bem assim. A ação das drogas constitui a combinação inicial da droga com o seu receptor, enquanto o efeito da droga consiste na alteração final da função biológica, consequência da ação da droga. Ao falar de ação das drogas, temos os tipos básicos, que de acordo com Krantz e Carr, são agrupados nas seguintes classes: estimulação, depressão, irritação, reposição e ação citotóxica. Na estimulação, as drogas aumentam a atividade de células especializadas. A adrenalina, por exemplo, estimula as glândulas salivares. Na depressão, as drogas provocam redução seletiva de atividade de células especializadas. Os barbitúricos, por exemplo, deprimem o SNC, a quinidina deprime o coração. Na irritação, as drogas provocam efeito não seletivo, às vezes lesivo, em células menos especializadas como as epiteliais e do tecido conectivo. E enfim, na ação citotóxica, observa-se uma ação seletiva em parasitas invasores ou células cancerosas, como, por exemplo, no uso de penicilina, cloroquina, ciclofosfamida etc.

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