A Psicologia Humanista
Por: Danifrei • 13/11/2018 • Trabalho acadêmico • 2.358 Palavras (10 Páginas) • 185 Visualizações
Introdução
A Psicologia Humanista resumidamente falando, é considerada como a terceira grande força da psicologia. É difícil olhar para a psicologia moderna e imaginar esta, sem a presença da psicologia humanista. Para contextualizar melhor, traremos os principais pontos que ela se opõe as outras duas abordagens, Behaviorismo e Psicanalise, que juntos formam a grande tríade que sustenta a psicologia atual.
Tem como o processo psicoterapêutico como uma técnica de crescimento pessoal ou de desenvolvimento do potencial humano, e não como técnica de tratamento de doenças. Graças a esta abordagem, o pensamento equivocado da psicologia como um conceito de incoerência ou até mesmo ‘maluquice’ foi definitivamente alterado.
A Psicologia Humanista diz que só podemos mudar quando nos aceitamos, e Rogers dizia: “O paradoxo curioso é que quando eu me aceito como eu sou, então eu mudo“. Como exemplo, o problema do álcool e drogas, é melhor resolvido, quando a pessoa viciada acha que tem um controle sobre o uso. Até aceita que esta abusando, porém, não aceita que tem um problema. Sendo que neste trabalho vamos trazer um melhor entendimento da Psicologia Humanista. Sendo assim traremos os principais conceitos da Psicologia Humanista, e os dois principais percussores desta, que são Carl Rogers e Abraham Maslow.
Psicologia Humanista
A psicologia humanista se iniciou na década de 50 e ganhou força nos anos 60 e 70, em contraposição às ideias que analisam apenas o comportamental, sujeitos aos processos de condicionamento, proposto pelo Behaviorismo ou o enfoque do inconsciente e seu determinismo e na divisão do ser humano em compartimentos, defendido pela Psicanálise.
A psicologia humanista busca por conhecer o ser humano, tentando humanizar seu psíquico, indo contra a visão do homem sendo condicionado pelo mundo externo. Ela sofre uma enorme influência do existencialismo, onde o ser humano é tido como o porto de partida dos processos de reflexão e também da fenomenologia, onde o ser humano tem consciência do mundo que o cerca, dos fenômenos e sua experiência consciente.
“O homem é a medida de todas as coisas; das coisas que são enquanto são, e das coisas que não são enquanto não são”. (PROTÁGORA DE ABDERA; Pg.340; Rumos e percursos; Rio de Janeiro; 2006).
Muitos psicólogos dentro da história da psicologia humanista formularam algumas teorias, ganhando destaque: Abraham Maslow e Carl Rogers. A terceira grande força, pois como descrevemos anteriormente, veio a ser uma abordagem diferente, destoante e um contraponto ao behaviorismo e a psicanalise, sendo que estas três linhas da psicologia são essenciais para o que temos hoje como a psicologia moderna.
O foco genuíno da psicologia humanista é o homem, vemos o homem como sendo principal objeto e primórdio de estudo, situa-se em um mundo onde ele em seu total potencial e supervalorização se encontra diferente de qualquer ser e que se depara com sua existência própria. O homem é o regente dono de tudo por ter consciência, dono de seu “mundo”.
Esta escola da Psicologia concebe o homem como uma máquina complexa, com seu sistema fechado de funções parciais e regularidade estática. O Homem está construído sobre uma organização hierárquica de estímulo-resposta, que leva a padrões previsíveis de hábitos e o reforço é a palavra chave para o desenvolvimento da personalidade. FRICK, WB (1973) Psicologia Humanística.
Para dar uma ênfase maior na diferenciação da psicologia humanista para as outras duas linhas, a qual ela se opõe, destacamos os principais pontos.
Citaremos quatro dos principais pontos de crítica dos humanistas contra o Behaviorismo. O primeiro é que estes não concordam com a pesquisa com animais, como um parâmetro adequado de compreensão do ser humano, argumentando que uma psicologia baseada em dados animais, deixaria de lado o que deveria ser o primeiro objeto da psicologia: os processos e experiências distintamente humanas. Em segundo, os humanistas criticam a escolha dos temas de pesquisas da psicologia não serem escolhidos por sua adequação ao método experimental, mas sim por sua importância para o ser humano e a relevância para o conhecimento psicológico. Em terceiro, existe a oposição à concepção reativa e mecânica relatada pelo behaviorismo do ser humano, ou seja, reações previsíveis da natureza humana, sendo que os humanistas argumentam que o que motiva e gera a reação do ser humano é algo intencional e auto motivada. E o quarto ponto, de comparação da psicologia humanista e o behaviorismo é que se fosse possível ao Behaviorismo criar um catálogo de comportamentos humanos possíveis, este não ofereceria uma descrição satisfatória da natureza humana. O humanismo justifica que uma pessoa é mais que a soma de cada comportamento isolado, mas sim um todo único e indivisível, uma Gestalt.
Já a oposição da psicologia humanista à psicanalise, está na argumentação que a psicanalise é determinista, reducionista e dogmática. O humanismo crítica que na psicanalise a visão de homem e da natureza humana em Freud era pessimista, fatalista e altamente centrado no “lado negro” do ser humano e ainda conforme descrições sobre a teoria freudiana, a pessoa permanece fixada em emoções originadas de traumas da infância. As pessoas não seriam nada além de um produto de fortes pulsões de fundo biológico, que se manifestariam de acordo com a história do passado de cada um. Maslow acusa a psicanalise de estudar somente indivíduos perturbados: neuróticos e psicóticos. Como disse Maslow (1963): “o estudo dos espécimes aleijadas, enfezados, imaturos e patológicos só pode produzir uma psicologia mutilada e uma filosofia frustrada.” Portanto o humanismo traz o conceito que a psicologia deveria se voltar para o estudo das qualidades e características positivas do homem, estudando o homem sadio e não a psicopatologia.
A psicologia humanista teve como influências principais o neuropsiquiatra Kurt Goldstein e a psicologia da Gestalt, pois assim como Goldstein, a Gestalt considera o homem como uma unidade irredutível, onde tudo está relacionado com tudo e tudo é mais do que a soma de suas partes. Watson foi o fundador do Behaviorismo e Freud o da Psicanálise, mas existe resistência em se apontar apenas um teórico fundador da Psicologia Humanista, mas não se pode falar da Psicologia Humanista sem atribuir o papel principal nesta teoria a Abraham Maslow que foi o autor de obras clássicas. Maslow (1908 - 1970) nasceu nos EUA era filho de imigrantes judeus e teve uma infância difícil segundo relatos dele mesmo, pois era vítima de discriminação, e um dos maiores estímulos que ele teve foi sua dificuldade de ser aceito, despertando enorme interesse pelo que acontece na mente humana. Ele era reconhecido como um psicólogo experimental talentoso, que criou o Journal of Humanistic Psychology (JHP) e poucos anos depois foi um dos membros fundadores da América Association for Humanistic Psychololy (AAHP) isto no começo dos anos 60.
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