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A Psicologia do Desenvolvimento na Velhice

Por:   •  8/5/2022  •  Trabalho acadêmico  •  1.896 Palavras (8 Páginas)  •  164 Visualizações

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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ

Escola de Ciência da Saúde

Curso de Psicologia

Disciplina: Psicologia do Desenvolvimento na Velhice

Professora: Katia Simone Ploner

Acadêmicas: Brunna Salvi, Jéssica Sthefany Santos, Juliana Pichorim, Maiara Cristina Rodrigues

O filme cujo papel principal é interpretado por Julianne Moore, trouxe à atriz diversas premiações por sua atuação, incluindo o Oscar, o Globo de Ouro, entre outros. Este foi escolhido para visualização e comentário, por se tratar de uma doença que vem crescendo constantemente, o Alzheimer: transtorno degenerativo que comumente afeta indivíduos de idade mais avançada e é caracterizado pela perda de memória, deficiências cognitivas, entre outras alterações comportamentais que se agravam com o passar dos anos. A doença de Alzheimer causa morte neuronal. Com o tempo, o cérebro encolhe e perde todas as funções. Nesse caso, o córtex encolhe, danificando a área responsável pela memória e outras atividades intelectuais. O processo mais grave ocorre no hipocampo, que é uma área do córtex cerebral importante para a formação de novas memórias e se perde. A proteína que causa doenças (FERREIRA et al, 2016). Vale observar que embora não exista ainda a cura da doença, é possível que os indivíduos diagnosticados e em tratamento recebam melhores condições de conviver com essa patologia, muitas vezes hereditária.

        No longa-metragem de uma hora e cinquenta minutos, dirigido por Richard Glatzer e gravado em Nova Iorque, que estreou no ano de 2014, a personagem principal é diagnosticada com início precoce da doença, no filme com 50 anos de idade (mas também pode ser encontrada em indivíduos de 30, 40 anos). Fica isto bem evidenciado no filme, que se inicia com Alice, professora e pesquisadora de linguística, comemorando com sua família seu cinquentenário. Nesta ocasião, acompanhada do marido e dos filhos, é impossível não reparar no distanciamento de Alice com sua filha mais nova, que estuda teatro em uma cidade distante, contrariando as vontades da mãe que acredita que os estudos são o único caminho possível para a segurança financeira. Mal sabendo ela, que os muitos anos de dedicação a pesquisas e estudos, se perderiam em um piscar de olhos após a descoberta da doença.

        Convidada a palestrar e contar a respeito de sua obra utilizada para fins acadêmicos, um livro sobre neurônios substantivos, aprofundado na linguística, Alice que também é professora em uma universidade, inicia seus relatos contando sobre seus projetos futuros de pesquisa, e em meio a este momento, sinalizam-se os primeiros sintomas da doença, em lapso de memória, caracterizado pelo esquecimento do que estava falando. Neste momento ela, relatada em dois momentos por ser uma mulher inteligente, percebe que algo está errado, refletindo sobre o acontecido. Essa percepção da personagem que é adjetivada no filme como conhecedora dos processos da mente (junto de seu marido também pesquisador) difere um pouco da forma como a doença é percebida em muitos dos casos. Isso porque, nos dias atuais, parece comum as pessoas, na correria cotidiana, esquecerem-se em algumas ocasiões. Neri (2013) afirma que, alguns eventos são graduados por idade, e esses eventos estão relacionados à socialização e às expectativas sociais, familiares, educacionais e de trabalho. Eles podem adquirir funções e habilidades sociais relacionadas à idade e à estrutura social. Em outras palavras, em todas as idades e sociedades, existem regras estabelecidas de comportamento relacionadas à idade e ao gênero. Também nos idosos, lapsos de memória parecem naturais para a idade, associando a bagagem da velhice (FERREIRA et al, 2016). Isso fica evidenciado na dificuldade que Alice tem de aceitar o próprio diagnóstico.

O segundo sintoma acontece logo após, quando Alice, ao chegar em casa, decide sair para correr e em meio a esta corrida se perde nas ruas de Nova Iorque. Ela imediatamente procura um neurologista, cogitando a possibilidade de encontrar um tumor no cérebro, contrariando todos os possíveis sintomas da doença de Alzheimer. Porém estes voltam a aparecer quando na ceia de Natal, Alice esquece da receita do pudim de pão favorito de sua filha caçula, que já fizera várias vezes e também, cumprimentando a namorada do filho médico duas vezes durante a ocasião. Neste momento sendo observada por Lídia (sua filha mais nova), que percebe que há algo errado com a mãe. 

Na volta ao médico, e sem lesões cerebrais apresentadas nos exames, é diagnosticada com a doença de Alzheimer precoce, que será confirmada após a realização de mais alguns exames. O declínio de Alice inicia-se fortemente desde este primeiro diagnóstico, com problemas para dormir, ansiedade e tristeza, e, para completar, quando ela decide contar ao marido, este não acredita e lhe pede para ter calma pois ele acredita que a patologia na idade dela é algo impossível. Claramente não aceitando a nova realidade que virá.

        Nos exames, o alto índice de beta amiloides demonstra que a doença já vem avançando por alguns anos, o que neste momento faz pensar que mesmo os bons hábitos da personagem, como atividades físicas e grandes atividades intelectuais apresentadas fortemente no filme, não foram suficientes para combater a doença genética, que segundo o médico tem chance de 50% de afetar os filhos.  Estes ao receberem a notícia, ficam perplexos, com exceção da filha mais nova Lídia, que já havia percebido alguns lapsos na ceia natalina e informados sobre as chances de desenvolverem a doença, a filha mais velha Anna, que está grávida descobre que também possui o gene. Sereniki (2008) traz em sua pesquisa que, aproximadamente um terço dos casos de doença de Alzheimer são familiares e seguem um modelo de herança autossômica dominante de um único gene. Normalmente, esses casos são de início precoce e famílias numerosas são regularmente estudadas.

Acentuam-se os sintomas característicos da doença, problematizando os momentos de aula, onde a professora não consegue mais dar conta dos conteúdos propostos, convidada a conversar com seu superior, após a queixa dos alunos e neste momento então, ela decide contar sobre sua doença.        O afastamento do trabalho, oportunizou a Alice compreender os processos decorrentes da patologia e criar mecanismos para minimizar os efeitos crônicos da doença de Alzheimer. Perguntas íntimas como nome dos filhos, localização geográfica, idade, entre outras, foram acionadas em seu celular, para que todas as manhãs as fizessem pensar sobre quem era.

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