A Psicologia do Senso Comum Aplicado ao Vídeo "Vida Maria"
Por: Viviane Furlan • 25/11/2018 • Trabalho acadêmico • 1.132 Palavras (5 Páginas) • 233 Visualizações
PSICOLOGIA COMO CIÊNCIA
Enquanto ciência, a psicologia estuda os hábitos de cada pessoa e os métodos mentais com o objetivo de entender por que as pessoas agem, sentem e pensam de determinada maneira. Nada é tão interessante, uma vez que cada ser humano reage de uma forma a diversas situações.
A PSICOLOGIA DO SENSO COMUM
A psicologia da vida pode e deve ser aplicada no dia a dia pois nem tudo precisa ter fundamento científico. Existem conhecimentos espontâneos, é aquilo que sabemos e ponto. É o caso de uma mãe que dá chá de boldo ao filho com dores estomacais sem ter nenhum conhecimento cientifico. Este conhecimento é involuntário, intuitivo e deriva de tentativas e erros, ou seja, em algum momento um de nossos antepassados tomou este chá, o incomodo cessou e ele repassou esta informação aos seus filhos, que passaram aos seus netos e assim sucessivamente, até chegar em nós, e é isso que chamamos de psicologia do senso comum.
Todo o saber sem embasamento cientifico, todo o conjunto de idéias acumuladas que foram transmitidas culturalmente sobre as experiencias humanas, pessoais e sociais, suas causas e sobre o comportamento, podem ser chamadas de senso comum.
CRENÇAS
A sociedade de hoje é a evolução da sociedade do passado e a sociedade do futuro será a evolução da sociedade de hoje, apesar de a humanidade não ter evoluído globalmente, mas de forma setorizada.
As superstições – criadas pelo povo e passadas de geração em geração – são uma espécie de crendice popular que não possui explicação científica e, portanto, não são embasadas na experimentação. Entretanto, devido à repetição e força com que se acredita em determinada sabedoria popular, o processo de indução acaba por explicar e generalizar os fatos. Acredita-se tanto que, mesmo desconhecendo as causa e efeitos de determinados fenômenos científicos, se atribui uma explicação irracional e acumulam conhecimento equivocado, caindo no senso comum e se consolidando entre a população.
Ás vezes, as superstições podem atrapalhar a vida das pessoas. Para quem acredita fielmente que o dia treze pode atrair energias negativas, a coincidência do fato pode prejudicar as atividades cotidianas, por exemplo. Quem nunca ouviu “tem alguém falando mal de você” quando sua orelha estava quente ou avermelhada? Tomar leite com manga, mata. É bom passar creme dental na queimadura. Levar susto acaba com o soluço. Cerveja faz o leite da mulher aumentar e ficar mais forte. Mulher menstruada não pode lavar o cabelo. Mulher menstruada não pode visitar mulher que está amamentando porque senão o leite seca.
São muitas crenças passadas de “geração em geração”, algumas até difíceis de acreditar nos dias de hoje.
QUESTÃO GERACIONAL
O senso comum é todo o conhecimento passado pelas gerações e também se nota em detalhes quase imperceptíveis. Durante toda a vida observamos familiares e seus costumes, maneiras de agir, falar e de pensar; crescemos num ciclo de pais, irmãos, avós etc. onde absorvemos pequenos costumes e aprendizados. Todos temos uma situação onde nos pegamos falando igual algum familiar, ou agindo como tal; temos toda uma criação baseada no que nos passam, afinal não poderia ser diferente disso, já que são nossas inspirações durante a vida. Você já parou para pensar como seria seu pensamento, hoje, se tivesse crescido num ambiente familiar diferente? Com toda a certeza você teria atitudes, pensamentos e toda uma história, baseada nestes, diferente.
Também temos o lado negativo desta questão: os fardos psíquicos.
“VIDA MARIA” E A HERANÇA CULTURAL
O passado marca, tanto para o bem como para o mal, o presente de uma pessoa, e isso atravessa as gerações, todas elas marcadas pela presença do “fantasma familiar”. A pessoa pode ser apenas o reflexo de outras gerações e não possuir “sua própria vida”, aquilo que ela gostaria, pois pode, de fato, ser a reprodução programada e automática de várias histórias de familiares que vieram antes dela.
O vídeo “Vida Maria” demonstra bem a questão geracional; o citado, retrata uma criança de 5 anos, no sertão nordestino, desenhando seu nome até ser interrompida bruscamente por sua mãe, que a obriga a abandonar os estudos e começar a cuidar dos afazeres domésticos e trabalhar na roça. Seguindo sua difícil trajetória a menina cresce, casa, tem vários filhos, executa sua rotina de muitas tarefas, envelhece e junto com isso vai se tornando uma pessoa mais rude. O último de seus filhos
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