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A Psicopatologia Fenomenológica e Sua Correlação com o Filme “Shine”

Por:   •  16/11/2021  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.158 Palavras (5 Páginas)  •  241 Visualizações

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Psicopatologia fenomenológica e sua correlação com o filme “Shine”

A psicopatologia fenomenológica tem como principal característica a procura da compreensão do vivido psicopatológico e de suas condições de perspectivas. A diferença entre fenômeno e sintoma está no centro profundo da fenomenologia no campo psicopatológico sendo um meio de concepção e delimitação de um modelo de clínica fenomenológica que se sustenta na experiência. A partir da história do pianista David Helfgott e a forma de como é a relação com sua                                 família, especialmente com seu pai, David, desde criança é influenciado pelo mesmo, para à tomada de decisões e, logo, na construção do seu caminho de                       vida. Assim, o principal foco do filme é apresentar o impacto que                             essa situação traz para sua vida adulta, e como são desencadeados vários traumas a partir de conflitos entre o pai e filho. A partir de autores, é considerado que a proposta se caracterize pela busca do sujeito em realizar o seu ser, assim como, Sartre (Pretto, 2013, p. 625) relata que a proposta é aberta para aquilo que ainda não é, tendo em vista que a particularidade do indivíduo é ser o desejo. A proposta é concretizada pelo desejo de ser, a partir de escolhas “ordinárias”, cotidianas, que irão definir e mover o indivíduo. Sartre diz que “a existência precede a essência”, afirmando então, que não existe uma essência pré-determinada, e sim um processo de personalização do sujeito, a partir da liberdade de escolha que o indivíduo tem sobre a constituição do próprio Eu. Essa escolha do sujeito, independente de qual seja, será a única resposta verdadeira, tendo em conta que ele fez a escolha de maneira declarada que se apoiou nos próprios valores. A ideia do filme é mostrar a ideia de entrada e de saída da loucura, mostrando que a loucura é um período, um processo histórico, que deixa marcas em relação aos comportamentos, mas não impede que o indivíduo viva uma vida relativamente normal.  A experiência da loucura que parece algo subjetivo - o sujeito ficou louco - se dá no corpo, no psicofísico, e tem o elemento do psíquico vinculado com o contexto histórico de David, que não aparece na narração retratada, mas que não deixa de ser um acúmulo e uma série de coisas que aconteceram com ele ao longo da vida e acaba naquele movimento. No filme, a psicopatologia fenomenológica é apresentada  em algumas cenas, como quando David, ao falar com a escritora, diz ter interesse em jogar tênis, fazendo mais uma vez, as escolhas passivas em relação ao seu ideal, já                           que ele só se manifesta em relação a outras áreas de interesse nessa cena do filme. Outro exemplo, é quando a menina mostra interesse em David e o pai o chama para evitar esse tipo de relacionamento, como esse tipo de                               caso vai contra os princípios morais do pai. Assim, é visto que ele ignora traços de sua própria personalidade para satisfazer o desejo do pai,  logo tais cenas afirmam como os valores do pai são impostos para o filho, o deixando sem voz para                               escolher o que realmente quer e gosta de fazer. Trazendo então a ideia de que a                             constituição do sujeito se dá a partir da relação, seja com a materialidade, com o corpo, com o tempo, ou outros. Negando então a ideia de determinismo                             biológico, psíquico ou cultural, no qual existe uma tentativa de inserir o sujeito como se ele nascesse para um propósito estabelecido. Essa questão pode ser observada na primeira cena do filme, na qual o menino já está de certa maneira encaminhado para a vida de pianista. Por isso, que na infância, a consciência de primeiro grau, voluntária, não posicional de si, alheia e espontânea acontece de maneira mais ativa, visto que a criança ainda está em processo de construção                             de sua capacidade para se distanciar do objeto e poder o questionar e analisar.

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