A Resenha Freud

3 golpes que afetaram nossa vaidade

1. Antes de Copérnico, acreditávamos ser o centro do Universo, que os corpos celestes giravam ao nosso redor. Mas o grande astrólogo derrubou isso e tivemos que admitir que nosso planeta é apenas um dos muitos que giram em torno do sol. Incontáveis mundos.
2. Antes de Darwin, o homem acreditava ser uma espécie única, completamente separada do Reino Animal. Mas, ele fez ver que que o nosso organismo físico é produto de um vasto processo evolutivo cujas as leis em nada diferem daquelas dos animais.
3. Antes de Freud, o homem acreditava que o que dizia e fazia era um produto de sua vontade consciente. Mas, o psicólogo demonstrou a existência de outra parte de nossas mentes que funciona no mais obscuro segredo e que pode até comandar nossas vidas. O inconsciente humano, que antes era escuro e o psicólogo iluminou.

VIENNA 1885 – História se inicia com Freud admitindo uma paciente com histeria e o médico responsável pelo departamento não gosta, pois não admite histéricos no seu departamento. O médico responsável pelo departamento define a natureza da histeria como uma encenação, sintomas propositalmente assumidos para atrair atenção, causar pena e fugir das responsabilidades. A paciente alega estar com a perna esquerda paralisada e com cegueira, para provar a teoria de que histeria é encenação, o Dr. afirma que numa paralisia real, a perna não estaria tão rígida e numa cegueira a pupila não contrairia na presença de um fósforo aceso.

Freud então, pede autorização para realizar um teste, ao passo que enfia uma agulha que atravessa a carne da coxa da paciente que não reage, indicando o não fingimento. O Dr. Então afirma que há a presença de anestesia induzida por manter a perna numa posição rígida e pouco natural. Para ele, histeria é outro termo para mentira e considera não haver tratamento para isso, exigindo a liberação do leito.

Incomodado com o ocorrido, Freud, questiona sua mãe a respeito do que deve fazer, ao passo que a mesma sugere que Freud deixe o hospital. Freud reluta inicialmente, dizendo que isso significaria começar tudo de novo e que sabe o quanto ela e seu pai lutaram para que ele estivesse onde está, além de que não pode deixar sua noiva Martha esperando para sempre. Sua mãe sugere licença para viajar e que essa talvez seja a solução. Freud diz que iria para Berlim, por causa de Charcot, um gênio que está em Paris conduzindo experiências sobre histeria. Freud afirma que há certos fenômenos mentais que desafiam todas as regras da ciência e que a maioria tende a renega-las, exceto Charcot que rompeu com o princípio de que pensamento e consciência são o mesmo. Charcot provou que a mente pode pensar durante o sono induzido pela hipnose, que não é bem vista na época atual, considerada uma heresia (teoria rejeitada) para a ciência.

Freud parte para Berlim. Em uma aula, Charcot explica sobre a Histeria. Do grego Hyster que significa útero, afirma que até os dias presentes, quando os médicos dizem que ela existe, afirmam ser uma doença de mulheres. Muitos negam a existência da histeria, entretanto, enciclopédias médicas possuem registros de casos de histeria que eram julgados como bruxarias e possessões em tempos remotos. Comunidades inteiras eram infectadas com a doença, entretanto não havia germe, e Charcot afirma que a histeria rompe com as leis da medicina, onde todos os sintomas devem ser de origem orgânica, e o princípio psicológico de que a mente é capaz de um pensamento de cada vez.

Para provar que a histeria é uma doença mental e que a mente pode se dividir, seguindo duas linhas de tempo simultaneamente, Charcot apresenta uma paciente histérica que apresenta sinais de paralisia flácida a 6 anos, entretanto, não se recorda de nenhum motivo para ter tal patologia. Charcot afirma que uma das principais características da histeria é que o paciente não se lembra de nada.  Os parentes da paciente relataram que os sintomas se manifestaram após um acidente na ferrovia e que a mesma não sofreu nenhum trauma e sua doença é devida a um trauma psicológico.

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