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Resenha Freud e a Psicanálise

Por:   •  28/5/2021  •  Trabalho acadêmico  •  2.773 Palavras (12 Páginas)  •  281 Visualizações

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Fundação Valeparaibana de Ensino

Universidade do Vale do Paraíba – UNIVAP/Campus Urbanova

Especialização em Psicanálise: Teoria e Técnica

TATIANE SIQUEIRA MODESTO GONÇALVES

FREUD E A PSICANÁLISE

São José dos Campos. SP

2021

Tatiane Siqueira Modesto Gonçalves

FREUD E A PSICANÁLISE

Produção textual de uma Resenha Ilustrada como método de avaliação para a disciplina “O Início da Psicanálise e sua Epistemologia”, parte do curso de pós-graduação em Psicanálise: Teoria e Técnica.

Professor: Prof. Dr. Lauro Take Tomo Veloso

São José dos Campos, SP

2021

FREUD E A PSICANÁLISE

Sigmund Freud, importante neurologista e psiquiatra nascido em uma família judaica, em Freiberg, cidade pertencente ao Império Austríaco, foi pai e fundador da Psicanálise, teoria esta que revolucionou o modo de ver o ser humano e lidar com suas patologias. Em seu texto “Um Estudo Autobiográfico” (1925), Freud demonstra de maneira consistente o decorrer de sua vida e o caminho trilhado para a fundação e descoberta da Psicanálise.

Durante sua infância, mudou-se para Viena e lá concluiu seus estudos. Desde cedo se revelou um aluno ávido por mais conhecimentos, obtendo até mesmo ‘privilégios’ durante sua permanência na escola. Essa paixão por novos conhecimentos inclinou-se, ao decorrer de sua vida, para a compreensão do subjetivo e das “preocupações humanas”. (FREUD, 1925)

Ao entrar na universidade de medicina em 1873, Freud demonstra alguns desapontamentos, tais como a não aceitação de sua presença comunidade acadêmica por ser judeu, passando por empecilhos e considerando a si mesmo a Oposição no mundo acadêmico vienense. Oposição esta que se faz pelo estudo de questões marginalizadas da época, tais como questões de gênero e a repressão da sexualidade feminina e infantil.

 Seu interesse pelo estudo das subjetividades humanas o levou a iniciar suas pesquisas sobre doenças nervosas e logo promovido a médico interno no Instituto de Anatomia Cerebral. Devido a sua grande motivação pelas pesquisas, percebeu que haviam poucos pesquisadores sobre o assunto em Viena, exigindo ainda mais de si como autodidata. Através de seus estudos e participações em seminários, Freud entra em contato com a teoria de Charcot sobre as histéricas, sendo aí o ponto de partida para uma longa caminhada de fundação da teoria que viria a se tornar a Psicanálise.

Determinado a viajar para Paris a fim de conhecer Charcot e poder conhecer melhor suas técnicas hipnóticas, Freud se dedica à publicação de diversas observações clínicas sobre doenças orgânicas no sistema nervoso, a ponto de ser nomeado conferencista de neuropatologia, o que lhe concedeu uma bolsa de estudos. Com esta bolsa, Freud logo viaja para Paris e se torna aluno de Charcot. Aproveitando a oportunidade que tinha em suas mãos, se oferece para traduzir suas conferências para o alemão, aumentando seu grau de proximidade com o grande psiquiatra francês.

Ao voltar para Viena, Freud deu seguimento a seu interesse pelo tratamento hipnótico em histéricas, levando-o a novas hipóteses de ocorrência do fenômeno, tal como a histeria masculina, mas que recebeu um grande volume de críticas e foi mal recebida pela sociedade acadêmica da época. A rejeição foi tanta, que fora excluído do laboratório de anatomia cerebral, no qual trabalhara durante seus anos de pesquisa e conferencista na Universidade de Viena. Após essa dura má recepção, passou por um período em que se afastou da vida acadêmica e deixou de fazer publicações e participações em conferências. (FREUD, 1925)

Através destes estudos, seus principais métodos terapêuticos nesses pacientes eram a hipnose e a eletroterapia. A primeira fora muito utilizada por Charcot como um modo de “remover” os sintomas histéricos, e a segunda fora invalidada em seu início. Porém, com o tempo e a prática, Freud passou a perceber a insuficiência destes dois métodos para o tratamento da histeria, substituindo-os pela sugestão hipnótica.

Ao falarmos sobre a sugestão hipnótica e métodos iniciais da Psicanálise, torna-se imprescindível o reconhecimento da importância do Dr. Josef Breuer, mentor e amigo próximo de Freud. Breuer foi um psiquiatra renomado em Viena e que trabalhava com a hipnose em casos de histeria, tendo um em específico que fora importantíssimo para o estudo de novas técnicas de trabalho. O método catártico consistia em induzir o paciente a expressar em palavras as possíveis ligações de seus sintomas a situações significativas e, através dessas ligações, o sintoma se amenizasse. Segundo Freud (1985, p. 19) “os sintomas eram assim resultado de uma conciliação, pois embora fossem satisfações substitutivas eram distorcidos e desviados de sua finalidade devido à resistência do ego”.

A partir da catarse, Breuer atendeu o famoso caso de Ana O, que mais tarde se tornaria paciente de Freud devido a certas circunstancias. Esse caso fez com que ele se encantasse ainda mais pelos estudos das histéricas e se aprofundasse nas hipóteses do surgimento dos sintomas. Em 1895, Freud e Breuer lançaram o clássico livro “Estudos sobre a histeria”, no qual dava a maior ênfase sobre a origem dos sintomas e a importância dos afetos.

Do mesmo modo em que se aproximaram e criaram identificações, Breuer e Freud se afastaram devido a divergências teóricas sobre as origens das patologias, em que Breuer rejeitava veementemente a teoria sexual de Freud. Esse rompimento entre os dois marcou a transição da catarse para a Psicanálise, em que se acreditava que os afetos por trás dos fenômenos da neurose seriam de origem sexual, denominando assim as neuroses de defesa. (FREUD, 1925)

Através dessa transição e denominação da Psicanálise, foi desenvolvida a teoria da repressão, que é um mecanismo de defesa que age de maneira inconsciente sob as memórias e afetos do indivíduo. Esse mecanismo de defesa é uma maneira de proteção do psiquismo, que nas palavras de Freud (1925, p.19) o “ego era obrigado a proteger-se contra a constante ameaça de uma renovada investida por parte do impulso reprimido, fazendo um dispêndio permanente de energia, uma anticatexia, e assim se empobrecia”.

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