A atuação da Psicologia em desastres naturais
Por: Lidiane Ramos • 20/11/2015 • Trabalho acadêmico • 2.983 Palavras (12 Páginas) • 508 Visualizações
A ATUAÇÃO DA PSICOLOGIA EM DESASTRES E EMERGÊNCIAS: UMA VISÃO ESTRATÉGICA Neyde Lúcia de Freitas Souza (Escola Superior de Guerra) Psicologia. Estratégia. Desastres. Introdução Emergências e desastres são termos que nos trazem cotidianamente a inquietante certeza do quão expostos estamos frente às ameaças, sejam elas provenientes de fenômenos naturais (terremotos, chuvas torrenciais, estiagens) ou de avanços tecnológicos (vazamentos em usinas nucleares, acidentes no transporte de produtos químicos). Cada vez mais nos convencemos de que na realidade não estamos indefesos frente as ameças, mas sim, nós mesmos vulnerabilizamo-nos diante delas, pois muitas vezes as construímos. Segundo dados do Relatório Anual de Estatísticas de Desastres (CRED, 2012), em 2011 foram registrados no mundo 332 desastres naturais, número menor do que a média anual de frequência de desastres entre 2001 e 2011, que é de 384. No entanto, os impactos humanos em 2011 foram severos: 30.773 pessoas morreram, e houve cerca de 244 milhões de vítimas. Em relação à distribuição geográfica dos desastres, a Ásia foi o continente onde eles foram mais frequentes, repetindo o retrato da distribuição dos desastres de 2001 a 2010: 86,3% das vítimas encontravam-se em tal continente. No Brasil, as estatísticas não são menos expressivas. Estudo realizado pelo Núcleo de Pesquisas e Aplicação de Geotecnologias em Desastres Naturais e Eventos Extremos (INPE, 2012), em 2007, identificou que ocorreram, no período entre 1900 e 2006, 150 registros de desastres; deste total, 84% a partir da década de 70. Em um passado ainda recente, em 2010, acompanhamos de perto o terremoto que afetou o Haiti, considerado pela ONU um dos maiores desastres da história da humanidade, e que tirou a vida de mais de 200 mil pessoas. De acordo com Tânia Sausen, coordenadora de geodesastres do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE, 2012), no Brasil as regiões sudeste e sul são as 2 mais afetadas por desastres naturais, sendo inundações e secas as que atingem maiores proporções. Valencio (2012) confirma que os acontecimentos trágicos no Brasil estão relacionados ao excesso ou a falta de chuvas. O tema desastres e emergências têm sensibilizado muitos países, que procuram estudar e definir ações que possibilitem solucionar os problemas que surgem. O Marco de Ação de Hyogo, lançado pelos governos de 168 países, reflete o compromisso com a adoção de medidas para reduzir o risco de desastres. A ser desenvolvido entre 2005 e 2015, o Marco visa reduzir as perdas ocasionadas por desastres tanto em termos de vidas como perdas sociais, econômicas e ambientais. Possui objetivos estratégicos centrados: na integração para redução de riscos de desastres em conjunto com políticas de planejamento de desenvolvimento sustentável; no desenvolvimento e fortalecimento de instituições, mecanismos e capacidades, em todos os níveis, para aumentar a resiliência frente as ameaças; e na incorporação sistemática de políticas para redução de riscos com a preparação, atenção e recuperação de comunidades afetadas (EIRD, 2012). Antes do Marco de Hyogo, em 1994, a Conferência de Yokohama já havia trazido um novo olhar para o problema, tendo introduzido a atual estratégia para lidar com os desastres, considerando-os não apenas eventos naturais ou tecnológicos, mas sim com a atenção voltada para o modelo de desenvolvimento adotado, indagando sobre o uso irracional dos recursos naturais e para as desigualdades sociais. Em 1989, a Assembleia Geral da ONU instituiu o Dia Internacional para a Redução de Desastres Naturais (segunda quarta-feira de outubro), com o intuito de que tal dia fosse destinado à reflexão sobre tal temática e suas formas de prevenção e mitigação. O tema emergências e desastres vem, nos últimos anos, adquirindo grande interesse e preocupação pública no Brasil, sobretudo a partir da visibilidade das discussões sobre os efeitos das mudanças climáticas. A sociedade brasileira parece estar adquirindo maior consciência da importância de seu envolvimento na preservação ambiental, na prevenção e na preparação para enfrentar riscos. Em 2005, o Brasil estabeleceu a Semana Nacional de Redução de Desastres (segunda semana de outubro), com o objetivo de aumentar o senso de percepção de risco da sociedade brasileira, com vistas a uma mudança de cultura no que diz respeito à conduta preventiva em situações de risco, enfatizando-a. 3 Participação da Psicologia em Desastres e Emergências São cada vez mais visíveis as constatações de que os desastres afetam não apenas a economia e a infraestrutura do país, mas comprometem em especial a estrutura social das populações afetadas, bem como a saúde física e mental dos atingidos – e, por que não, de todos aqueles que integram equipes de resgate e de assistência aos afetados e, em nível mais amplo, de toda a sociedade. “As emergências e os desastres são fenômenos complexos e multidimensionais que causam morte, sofrimento e desequilíbrios” (ALAMO, 2007). As ações de resgate em situações de desastre requerem medidas que envolvem equipes multidisciplinares, medidas estas focadas na promoção, proteção e recuperação da saúde – física e mental – dos seres humanos, justificando, assim, a inclusão do saber psicológico em tais cenários. A psicologia das emergências e desastres, como uma nova especialidade, apresenta-se como uma consequência lógica de múltiplos estudos e experiências que demonstram que tais eventos não somente causam a perda de vidas, atentam contra a integridade física das pessoas, causam danos materiais e perdas econômicas, mas também causam um profundo impacto emocional nas pessoas, comunidades e equipes de primeiros socorros, consequências que podem durar muito tempo e interferir na posterior reconstrução da comunidade afetada; tais consequências foram chamadas, por Erikson, inclusive, de “o segundo desastre” (ALAMO, 2007). O envolvimento da Psicologia em contextos de desastres e emergências tem sido gradual, inicialmente voltada apenas para o pós-desastre e, no século XXI, incluindo ações de prevenção. A partir de 2006, o Conselho Federal de Psicologia (CFP), em parceria com a Associação Brasileira de Ensino da Psicologia (ABEP) e a Secretaria Nacional de Defesa Civil, vem inserindo psicólogos e estudantes de Psicologia nos debates científicos sobre o tema, envolvendo os Conselhos Regionais de Psicologia (CRP). O CFP também promoveu a criação da Rede Latino-Americana de Emergências e Desastres, participando de reuniões na Argentina, em Cuba, no Chile e no Brasil. O primeiro evento científico da área sobre o tema emergências e desastres ocorreu em 2006, em parceria entre a Secretaria Nacional de Defesa Civil e o Conselho Federal de 4 Psicologia, que também sinalizou para a necessidade de inserir tais conteúdos no currículo do curso de Psicologia. Mais recentemente, em função das chuvas que castigaram diversos municípios brasileiros no final de 2010, o CFP lançou um plano de ação, articulado com os CRP, visando estudar a dimensão das emergências nos municípios atingidos e estabelecer ações concretas voltadas para os afetados. Sem dúvida a ampliação da atuação da Psicologia das emergências e desastres ocorreu a partir da parceria com a Defesa Civil, que percebeu a necessidade de inserir novos protagonistas para construir cidades mais seguras (BRASIL, 2010). Assim, houve o envolvimento de psicólogos nas quatro ações preconizadas pela Defesa Civil para a redução de desastres, notadamente na realização de atividades voltadas para a prevenção dos desastres. No que diz respeito às quatro ações, a Política Nacional de Defesa Civil preconiza que as ações de redução dos desastres devem abranger quatro aspectos: a prevenção; a preparação; a resposta; e a reconstrução (BRASIL, 2007). A primeira das fases, a prevenção, visa evitar que o desastre aconteça ou diminuir a intensidade de suas consequências. A preparação, por sua vez, tem por finalidade melhorar a capacidade da comunidade frente aos desastres para atuar em caso de evento adverso. A resposta visa socorrer e auxiliar as pessoas atingidas, reduzir danos e prejuízos e garantir o funcionamento dos sistemas essenciais da comunidade. A fase de reconstrução, finalmente, abrange as ações voltadas para restabelecer a comunidade atingida, proporcionando seu retorno à normalidade e considerando a minimização de novos desastres. Quanto às ações da Psicologia nas quatro fases, as possibilidades foram apontadas em documento elaborado pela Secretaria Nacional de Defesa Civil (BRASIL, 2010). São elas: na prevenção, atuar com capacitação comunitária para a percepção de riscos, em projetos educativos, no desenvolvimento de projetos para a minimização de vulnerabilidades sociais, e no mapeamento de áreas de risco. Na preparação, auxiliar as comunidades a estabelecer e estruturar planos de contingência. As ações durante o desastre e na recuperação pós-desastre, por sua vez, estão voltadas para a gestão e administração de seus efeitos, o atendimento às pessoas afetadas, a administração dos 5 abrigos provisórios, e a concepção dos planos de reconstrução voltados às necessidades da população. Na atualidade, a participação de psicólogos em emergências e desastres é uma realidade, sobretudo nos países latino-americanos. Contudo, é preciso refletir sobre tal participação. Questões como: o que é a psicologia de desastres e emergências; qual a sua finalidade; o que ela deveria ser; quais deveriam ser seus objetivos; e qual a sua responsabilidade social, devem nortear o fazer psicológico em situações de desastres e emergências. A atuação deve ser, necessariamente, estratégica, inserida em um contexto que considere o ambiente e as contribuições de outras áreas de conhecimento. O Conselho Federal de Psicologia (CFP) parece estar atento a isto, pois em 2006, ao pronunciar-se em nome do CFP na abertura 1º Seminário Nacional de Psicologia das Emergências e dos Desastres, o vice-presidente do Conselho, Marcus Vinicius de Oliveira, assinalou ser necessário que a Psicologia das emergências e desastres ocupe lugar estratégico na contribuição com a Defesa Civil (OLIVEIRA, 2006). Nos dias de hoje, a Psicologia conta com ampla bagagem de investigações nesta área, que vem evoluindo desde o princípio do século XX, desde os estudos descritivos e individuais até os recentes trabalhos sociológicos abrangendo propostas específicas de intervenção. Os primeiros estudos psicológicos em situações de emergências e desastres tiveram início com o trabalho de Eduard Stierlin, em Zurique, que investigou o comportamento humano em sobreviventes de um acidente em uma mina e posteriormente entrevistou 135 pessoas após o terremoto de Messina, na Itália (MOLINA, 2006) No entanto, o estudo considerado pioneiro é o do médico psiquiatra Erich Lindemann, que em 1944 efetuou um trabalho com sobreviventes e famílias das vítimas do incêndio no Clube Noturno Coconut Grove, em Boston – morreram mais de 400 pessoas em tal incêndio. À ocasião, elaborou um informe clínico sobre as reações psicológicas dos sobreviventes. As investigações subsequentes apontaram a existência de diferentes reações das vítimas de desastres, tanto durante o impacto do evento quanto posteriormente, 6 concluindo sobre a inexistência de um comportamento padrão nas fases de choque inicial e de recuperação. Há também registro de estudos psicológicos à época das guerras mundiais, em especial sobre o denominado estresse pós-traumático, conhecido também como fadiga de batalha ou neurose de guerra. O documento referente às contribuições da Psicologia elaborado pela Secretaria Nacional de Defesa Civil (2010) salienta que a Psicologia das emergências e desastres busca estudar as reações dos indivíduos e dos grupos humanos no antes, durante e depois da situação de emergência ou desastre, bem como implementa estratégias de intervenção psicossocial orientadas à mitigação e preparação da população. Prieto (CFP, 2011), da Sociedade Argentina da Psicologia das Emergências e dos Desastres, enfatiza a necessidade de considerar, sempre, os atores sociais como protagonistas, como agentes capazes de transformar a situação de risco em oportunidade de desenvolvimento. Compreender as emergências e desastres como fenômenos sociais possibilita vislumbrar a Psicologia como contribuinte frente ao sofrimento humano, conforme destacou Molina (2006). É fundamental que a ação do psicólogo seja acompanhada de posicionamento crítico sobre a conjuntura e sobre as políticas públicas. A cultura da prevenção deve ser premissa para a atuação psicológica. Nas intervenções psicológicas bem sucedidas devem estar presentes o planejamento, a informação, o treinamento e o apoio aos envolvidos (BRASIL, 2009). O incentivo aos próprios envolvidos para que utilizem seus mecanismos de enfrentamento, adaptação e estruturas de apoio são considerados responsáveis pelos bons resultados em saúde mental. Mattedi (2008) enfatiza que conhecer os fatores que ameaçam as comunidades, bem como incrementar pesquisas, além de acreditar na capacidade de preparação e recuperação das comunidades afetadas, devem ser as reais contribuições da Psicologia nas emergências e desastres. Propõe o desenvolvimento de uma psicologia reflexiva, que busque tornar as comunidades mais conscientes da insegurança a qual estão submetidas, e sugere que os psicólogos fujam da caracterização daqueles que habitam tais comunidades como 7 pessoas desintegradas física, psicológica e moralmente, mas sim as considerem participantes de redes dinâmicas capazes de aprendizado. Gómez (2006) complementa, indicando que, quando o psicólogo intervém em uma situação de desastre, está intervindo com a cidadania. Kapucu (CFP, 2011), por sua vez, reforça que as redes – instituições governamentais e não governamentais, cidadãos, setor privado – são a melhor maneira de lidar com a complexidade dos desastres. Afinal, temos a consciência, como constatou Albuquerque (1997), de que os desastres não acontecem em um vazio social. Desastres e Emergências Segundo a Política Nacional de Defesa Civil (PNDC) (2007), os desastres são definidos como “resultado de eventos adversos, naturais ou provocados pelo homem, sobre um ecossistema vulnerável, causando danos humanos, materiais e/ou ambientais, e consequentes prejuízos econômicos e sociais”. Ainda que haja dificuldade em definir consensualmente o que seja desastre, pois cada área do conhecimento faz a leitura do termo segundo suas especificidades, Valencio (2010) aponta para a existência de grande concordância quanto a ser necessário estabelecer parâmetros para fazê-lo. Reconhece, também, que a complexidade de tais eventos é fator que dificulta o consenso. Enquanto algumas correntes enfatizam que o desastre é uma construção social, outras o vêem apenas como um acontecimento físico; o consenso está na carga de subjetividade e juízo de valor atribuídos ao desastre, e na consideração de que a destruição severa excede a capacidade da comunidade afetada de recuperar-se sozinha. A Estratégia Internacional para a Redução de Desastres, da Organização das Nações Unidas define desastre como: uma séria interrupção no funcionamento de uma comunidade ou sociedade que ocasiona uma grande quantidade de mortes e igual perda e impactos materiais, econômicos e ambientais que excedem a capacidade de uma comunidade ou a sociedade afetada para fazer frente à situação mediante o uso de seus próprios recursos (EIRD, 2012, p. 1). No Glossário de Defesa Civil Estudos de Riscos e Medicina de Desastres, Castro (2004), diferencia os desastres naturais – provocados por fenômenos e desequilíbrios da natureza e produzidos por fatores de origem externa que atuam independentemente da 8 ação humana; dos desastres humanos – provocados por ações ou omissões humanas; e dos desastres mistos – ocorrem quando as ações ou omissões humanas contribuem para intensificar, complicar e/ou agravar desastres naturais. Há autores que insistem na necessidade de diferenciarmos emergência de desastre. Consideram que quando enfrentamos uma emergência temos ferramentas para isso – como habilidades cognitivas, por exemplo. No caso do desastre, o sistema de respostas não consegue ser aplicado. Mattedi (2008) aponta para a existência de um paradoxo quando decidimos estudar os desastres, pois ao mesmo tempo em que aumentam os recursos investidos em monitorá-los, a destruição provocada por toda ordem de impactos é intensificada. Há, assim, o que Tobin & Montz, citados por Mattedi, classificaram como ciclo dos desastres: desastre-danos-reparação-desastre. Heredia (2006) enfatiza que a intervenção psicológica deve ter um enfoque que combata a passividade, de modo a descartar a possibilidade de que a assistência se converta em assistencialismo. Para isso, as ações devem contemplar a participação ativa da comunidade, permitindo que os envolvidos conheçam o que irá acontecer com suas vidas futuramente. A Visão Estratégica da Psicologia de Desastres e Emergências As contribuições da Psicologia em situações de desastres e emergências abrangem atuações no desenvolvimento de planos de curto, médio e longo prazo para minimizar riscos, reduzir condições de vulnerabilidade e preparar para a resposta, considerando cada situação e cada comunidade. Ainda que possamos vislumbrar intervenções psicológicas em situações de desastres e emergências, as decisões sobre as estratégias para administrar riscos não podem estar baseadas somente nas avaliações objetivas e nas estatísticas sobre a probabilidade de risco. Faz-se necessário uma visão mais ampla e diversificada de tais riscos, de modo a compreender como as pessoas percebem o perigo e desenvolvem estratégias mais eficazes de prevenção. Ainda que possam ser detectados princípios gerais, cada situação requer suas próprias estratégias e planos em função de suas realidades e características. 9 Assim, devem ser incrementadas pesquisas sobre percepção de risco, prevenção de desastres e estratégias de mitigação sob o enfoque psicológico (LOPEZ, 2006). O desenvolvimento de estratégias eficazes da administração de risco requer tanto o conhecimento do ambiente físico como dos processos sociais e psicológicos que podem afetar as respostas das pessoas às condições de perigo. Se entendermos que estratégia: é a arte de articular meios e fins, em função de objetivos de interesse, antagônicos ou não, considerando os outros, de toda ordem, tantos quantos existam, que quando aplicada, tenha consequências, predominantemente no tempo (SANTOS, 2012), reconheceremos que é preciso que a Psicologia tanto se aprofunde em suas especificidades, ampliando o conhecimento especializado sobre o tema, quanto amplifique suas indagações, colocando-se como mais um campo de estudo a colaborar com as situações de desastres e emergências. Considerar a intervenção psicológica em emergências e desastres como estratégica é, portanto, vislumbrar como, quando e onde tais intervenções ocorrerão. Para a formulação da estratégia é preciso analisar, ainda, o contexto e as possíveis ameaças, para que não haja surpresas, que dificultem ou inviabilizem as ações. O desenvolvimento da Psicologia em emergências e desastres deve ampliar-se à medida que a participação de psicólogos em tais eventos afirme-se, o que impõe uma demanda crescente de estratégias de formação de profissionais em diferentes níveis de profundidade – cursos de graduação e de especialização, fóruns de discussão, treinamentos. Não podemos perder de vista a noção de que os desastres são ao mesmo tempo produto e processo, decorrentes tanto da transformação e crescimento da sociedade quanto de fatores sociais e ambientais ligados a maneiras de viver - o que pode produzir a vulnerabilidade ao desastre. Parafraseando Coelho (2006), “nunca podemos desconsiderar que, quando vamos atuar em desastres, não queremos que tudo volte ao que era antes. Queremos que mude, pois, se o desastre ocorreu, é porque alguma coisa já não estava dando certo”
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