A dispersão do pensamento Psicológico
Por: Goncalvesgiulia • 14/9/2017 • Resenha • 1.964 Palavras (8 Páginas) • 1.591 Visualizações
A dispersão do pensamento Psicológico
O artigo busca dissertar sobre a dispersão do pensamento psicológico. De uma forma geral, ele irá tratar da extensa dispersão sofrida pela psicologia que tem sua explicação pelas diferentes concepções relacionadas a ela. A psicologia pode ser percebida por diferentes teorias e sistemas. No entanto, com passar do tempo, essa dispersão foi sendo problematizada. Logo, a necessidade de fazer a psicologia como ciência independente delineando diferentes trajetos para os estudos psicológicos, envolvendo métodos e conceitos que evidenciam a dispersão do campo da psicologia como irremediável.
A psicologia científica, veio para que os conhecimentos pudessem ser obtidos de maneira programada, sistemática e controlada para que se permita a verificação da sua validade. Suas conclusões deveriam ser passíveis de verificação isenta de emoção, para assim, tornarem se válidas para todos.
Desde que o Wilhelm Wundt criou o primeiro laboratório de experimentos em psicofisiologia A psicologia fortaleceu sua relação com os princípios e métodos científicos. Wundt recorreu tanto aos métodos experimentais das ciências naturais afim de adaptá-los à nova ciência quanto a análise dos fenômenos culturais pelos métodos comparativos da antropologia e da filosofia. Assim, considerou que a psicologia individual poderia ser complementada com o estudo do coletivo: "Psicologia dos Povos", que focalizaria a linguagem, os mitos e os costumes. Por esse enfoque, reconhecer a importância do contexto social para compreensão da consciência individual.
Com isso, a psicologia já apresentava dois enfoques metodológicos: um experimental e outro coletivo. O enfoque experimental utilizava o método experimental, característico das ciências naturais, com viés empírico independente da metafísica. "Já psicologia dos povos" que pertence ao domínio das ciências humanas recorre aos métodos descritivos pelas ciências sociais, baseadas na observação das produções culturais. Configurando assim, desde o início, um espaço intermediário entre as ciências da natureza e da cultura. Para Penna(1997) tal dispersão do pensamento psicológico é "irremediável" e sua unificação "impossível", pois reflete a extensa dispersão sofrida pela psicologia imposta pela utilização de perspectiva epistemológica metodológicos e conceituais completamente diversas.
Apesar da extensa dispersão decorrente de perspectivas epistemológicas, metodológicas e conceituais totalmente diversas, é possível focalizar a produção de teorias e sistemas que marcaram primeira metade do século XX. Assim o Estruturalismo, o Funcionalismo, o Behaviorismo, Gestalt e a Psicanálise são ressaltados. Cada uma se caracterizou pela sua definição de psicologia, pelos seus conteúdos específicos e pelos métodos empregados no desenvolvimento de atividades e pesquisas que visavam produção do conhecimento psicológico.
Ao fundar a Psicologia Estrutural, Edward Bradford Titchener marcou a clara e decisiva divisão entre a psicologia estruturalista e funcionalista. Ele defendeu a prioridade do estruturalismo ao considerar tarefa fundamental da psicologia a análise da consciência em seus elementos, na direção de determinar sua estrutura. O estruturalismo é a junção do Elementararismo com o Associacionismo. Pretendia determinar os elementos constitutivos da consciência, para isso, a psicologia deveria decompor os processos psíquicos em estruturas e elementos básicos para então descobrir seus mecanismos associativos. Dessa maneira, Titchener se manteve dentro do paralelismo psicofísico excluindo a "psicologia dos povos" e o papel da vontade e dos afetos na fusão. no entanto, tal proposta não alcançou muita projeção no processo de desenvolvimento da psicologia e desapareceu logo após a morte de titchener, apesar da significativa influência no campo da antropologia e da linguística.
A psicologia funcionalista surge nos Estados Unidos em oposição à psicologia titcheneriana. Os psicólogos funcionalistas definem a psicologia como uma ciência biológica interessada em estudar os processos, operações e atos psíquicos (mentais) como formas de interação adaptativa. Partem do pressuposto da biologia evolutiva, segundo o qual os seres vivos sobrevivem se têm as características orgânicas e comportamentais adequadas a sua adaptação ao ambiente.
Consideram as operações e processos mentais (como a capacidade de sentir, pensar, decidir, etc.) o verdadeiro objeto da psicologia, e o estudo desse objeto exige uma diversidade de métodos. Não excluem a auto-observação, embora não aprovem a introspecção experimental no estilo titcheneriano, porque esta seria muito artificial. Não confiam totalmente na auto-observação, dadas as suas dificuldades científicas: é impossível conferir publicamente se uma auto-observação foi bem feita e, por isso, é difícil chegar a um acordo baseado em observações desse tipo.
Assumindo como objetivo da psicologia a descrição e a explicação dos estados de consciência, William James elaborou a concepção de fluxo de consciência, defendendo a impossibilidade de dividi-la em fases com elementos temporariamente distintos. Apontava para dimensão processual contínua de mutação seletiva e cumulativa como característica da consciência, o que afastava do Elementarismo Associacionista.
Dewey, Angell, Carr complementaram metodologicamente a psicologia o que representou uma herança do funcionalismo para a psicologia americana que passou a utilizar o método de introspecção junto com outras técnicas de obtenção de dados: os testes com lógicos, a pesquisa fisiológica, os questionares e as descrições objetivos do comportamento. Isso contribuiu significativamente não só para as descobertas da psicologia com relação os fenômenos de aprendizagem, desenvolvimento e personalidade, mas também para desenvolvimento da psicologia aplicada como técnica.
Robert M. Yerkes incentivou a aplicação maciça dos testes de inteligência dos recrutas do Exército e manteve um, mesmo após a guerra a importância o valor de tal procedimento. Esse fato abalou status de psicologia acadêmica, já que salientava o papel e o valor dessa ciência como aplicação, orientando interesse para uma psicologia menos pura e mais preocupada com a vida das pessoas na sociedade. Esse teste começou a ser utilizado nas empresas nos serviços de seleção e treinamento de pessoal; na clínica, ressaltaram a aplicação de testes de inteligência e de orientação vocacional como atividades específicas dos psicólogos; nem centros
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