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A família e suas transformações: um breve histórico

Por:   •  26/9/2015  •  Resenha  •  1.929 Palavras (8 Páginas)  •  993 Visualizações

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A família e suas transformações: um breve histórico

Quando nascemos, somos completamente dependentes. Comumente, a família, passa a ser o primeiro grupo ao qual participamos.

Com o passar dos anos, a instituição da família vem sofrendo alterações em sua estrutura.

Na civilização romana, por exemplo, a estrutura familiar era a patriarcal, e era composta não somente por consanguíneos, mas também pelos escravos, parentes, criados etc. esse chefe, chamado de senhor, era o único responsável pelo futuro de cada um e suas decisões eram inquestionáveis. A casa da família era vista como um lugar público. Até mesmo o casamento, era um contrato articulado pelos pais, a fim de as famílias manterem alianças, após o casamento a noiva passa a ser subordinada a seu novo senhor, seu esposo.

A partir do século XVI, o sentimento de família passou a existir e a casa (lar) passou a ser entendida como um lugar privado.

Com a Revolução Francesa, esse método começou a ser questionado e onde o individualismo surgiu.

Segundo Ariès, a família antiga toma por objetivo a manutenção dos bens e o exercício de um ofício comum, onde a família das crianças não estavam presente na intimidade do lar. A criança era, muitas vezes, afastada de sua família para aprender um ofício. Foi a partir da Revolução Francesa que organizações da sociedade começou a ser questionada. Os ideais de liberdade igualdade e fraternidade e o respeito à singularidade de cada um na rede social ganharam força e o patriarca foi lentamente entrando em declínio. O movimento “individualismo” teve consequências nas transformações da família ocidental.

É muito importante lembrar que o casamento foi instituído pela igreja como lugar legítimo para a sexualidade, desde que seja voltado para o fim de procriação. A sociedade burguesa passa a reconhecer e valorizar a sexualidade, mas construir uma verdade conjugal. O casamento por amor foi se estabelecendo como o desejável e, entre o século XVIII e XIX o amor romântico se torna o ideal de casamento monogâmico e à família nuclear, ou seja, o quem com participação o pai, a mãe e filho.

Com o início do declínio do modelo patriarcal no meio doméstico, a relação entre pais e filhos se modificou. O domínio do homem neste terreno se enfraqueceu, e a mulher se consagrou como rainha do lar, e o espaço público privado se consolidaram como terreno masculino.

A família moderna passou a ser compreendida como um a entidade socioafetiva que tem o dever de afeto entre os seus membros.

Até meados do século passado, desejava-se que o amor, e consequentemente, o casamento, durassem para sempre e se sustentassem em projetos comuns. A inserção da mulher no mercado de trabalho e as possibilidades por ela adquiridas de controle da natalidade contribuíram para o declínio progressivo do patriarca. A pílula anticoncepcional concedeu às mulheres mais liberdade em sua vida sexual, o divórcio levou a mudanças significativas na dinâmica familiar. Não mais se aceita o casamento sem desejo e sem amor, e as exigências atuais individualismo pressionam os parceiros no sentido da ruptura de uma relação que não se encaixe nos moldes considerados ideais. O laço conjugal, só se mantém se for capaz de proporcionar satisfações a ambos os parceiros.

TIPOS DE FAMÍLIA

Família nuclear é conhecida também como família tradicional, composta por pai, mãe e filhos. Esse termo foi estabelecido entre os séculos XIX e XX. E com o aumento de separações e divórcios, essa família tem deixado de ser nuclear e passa a dar origem a outros modelos familiares, como as definidas logo a seguir.

A família monoparental é quando um dos pais, por algum motivo, sendo abandono, divórcio ou separação e morte, se ausenta na vida da criança, deixando apenas um dos pais com a responsabilidade de criá-la, educá-la e sustentá-la. Comumente, essa ausência por parte de um dos pais, pode receber um apoio social ou afetivo de amigos, membros de comunidades e naturalmente com essa ajuda afetiva, ajuda a criança a se socializar na comunidade em que vive.

Família recomposta é aquela em que ao menos um dos membros do casal teve filho(s) de relações anteriores e constituem uma nova família, levando ou não seus filhos para morar junto.

Família homoafetiva é quando um casal homoafetivo adota um filho ou adeptam ao método de fertilização in vitro, pois as crianças não nasceram de uma relação sexual.

A opção por não constituir família é quando o casal decide por não ter filhos.

A CONSTRUÇÃO DA PARENTALIDADE: RELAÇÕES AFETIVAS.

Historicamente, a tarefa de cuidar e criar de uma criança vem sendo associada ao gênero feminino tendo, assim o amor materno é idealizado como um amor incondicional.

Com base no trabalho de Elizabeth Badinter, filosofa francesa feminista, sobre “o mito do amor materno” o amor materno é um mito construído sócio-historicamente. Badinter costumava descrever o que acreditava ser o instinto materno como “uma tendência primordial que cria, em toda mulher normal, um desejo de maternidade e que, uma vez satisfeito esse desejo, incita a mulher a zelar pela proteção física e moral dos filhos”.

Antigamente a mulher era “feita” para ser mãe, porém hoje em dia uma mulher pode ser “normal” sem ser ou sem ter o desejo de ser mãe. O amor materno não é uma norma, mas pode ser adquirido ao longo dos dias passados ao lado do filho.

Para se tornar pai e mãe, não necessariamente se deve ser o genitor ou a genitora, você precisa se investir afetivamente. Por isso toda criança deve ser adota, pois, as pessoas que procuram adotar estão dispostas a investir seu afeto naquela criança, estando algumas vezes mais prontos do que aqueles que o fez.

 Ao nascer, a criança recebe o direito à cidadania, ou seja, ela é natural de algum lugar e tem direito a nome e sobrenome. Quando incluída em alguma família, a mesma tem a responsabilidade da produção de sua identidade social. Porém, não é pelo fato de ter o sobrenome que o sujeito será incluso na família. É necessário que tenha sido tratado, educado e reconhecido pela sociedade e pela família.

O investimento afetivo começa quando os pais começam a fantasiar como a sua criança vai ser. Isso cabe na gestação da mãe, ela imagina como será seu filho, porém esse tipo de fantasia também serve para os pais adotivos, pois o tempo que seria o tempo de gestação é o tempo que eles estão esperando a chegada do filho. Isso se chama “gestação psicológica”.

É importante a mãe transmiti seu desejo e as expectativas que tem sobre o filho, mostrando isso através de afetos como segurar a criança e olhá-la transmitindo todas as suas expectativas.

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