A historia para Vygotsky
Artigo: A historia para Vygotsky. Pesquise 861.000+ trabalhos acadêmicosPor: ANACLAUDIAFC • 15/5/2014 • Artigo • 1.081 Palavras (5 Páginas) • 421 Visualizações
A historia para Vygotsky
Desta forma, a história é para a Psicologia Histórico-Cultural o próprio movimento em que o sujeito, ao se apropriar, recria a realidade cotidianamente. Esse movimento por sua vez se objetiva em práticas sociais diversas que se apresentam como sínteses que contemplam aquilo que é passado no que é presente, o qual, por sua vez, se funda em um projeto de futuro, constantemente atualizado. Afirma Vygotski que: "A luz da história ilumina o presente e nos encontramos simultaneamente em dois planos: o que é e o que foi." (1995, p. 65), planos esses que dão (in)finitas possibilidades para o que pode vir a ser.
Esta historicidade é sumamente importante, pois é justamente o movimento histórico no qual o próprio sujeito ativamente participa que o constitui.
... o estudo histórico, diga-se de passagem, simplesmente significa aplicar as categorias do desenvolvimento à investigação dos fenômenos. Estudar algo historicamente significa estudá-lo em movimento no seu desenvolvimento histórico. Essa é a exigência fundamental do método dialético. Quando em uma investigação se abrange o processo de desenvolvimento de algum fenômeno em todas as suas fases e mudanças, desde que surja até que desapareça, isso implica dar visibilidade a sua natureza, conhecer sua essência, já que só em movimento o corpo demonstra que existe. Assim, a investigação histórica da conduta não é algo que complementa ou ajuda o estudo teórico, senão que constitui o seu fundamento (Vygotski, 1995, p. 6).
Desta forma, o método para Vygotski não apenas nos permite reconhecer no presente aspectos do passado, como também possibilita conhecer as especificidades da constituição do próprio sujeito, pois os processos que o constituem se dão nos próprios movimentos do sujeito em uma determinada realidade histórica que é por este singularmente apropriada. As objetivações que este realiza no mundo, tanto são produtos de apropriações passadas quanto são processos em movimento de transformação tanto de si quanto do contexto do qual é parte/partícipe, movimento este que se apresenta como em aberto, impulsionado por possibilidades de vir a ser.
Segundo Vigotski (1927/1995), o objeto e o método de investigação em Psicologia mantém uma relação muito estreita: "A elaboração do problema e do método se desenvolvem conjuntamente, ainda que não de modo paralelo" (p.47). A questão do método nas pesquisas com aporte teórico da Psicologia Histórico-cultural tem um duplo desafio: deve se constituir, a um só tempo, ferramenta e resultado da investigação, demandando, portanto, um trabalho de construção permanente do pesquisador.
Para Vigotski, "...Estudar algo historicamente significa estudá-lo em movimento no seu desenvolvimento histórico. Essa é a exigência fundamental do método dialético" (1927/1995, p.67). O que o autor quer dizer é que ao abranger, no estudo de dado fenômeno, todas as suas fases e mudanças, desde o momento de seu aparecimento até que deixe de aparecer, o pesquisador "dá visibilidade a sua natureza" (1927/1995, p.67) e, desse modo, pode conhecer sua essência, visto que ele (o fenômeno) só se mostra quando em movimento.
Outro aspecto fundamental no método proposto por Vigotski é a perspectiva de que se parte para a análise dos processos psicológicos: deve-se partir dos mais complexos para se explicar os mais simples. Ou seja, no estudo dos problemas educativos, por exemplo, demonstrar como os problemas presentes no sistema de ensino, na escola, nas práticas docentes se objetivam na aprendizagem e desenvolvimento do aluno. Essa objetivação deve ser entendida como, a um só tempo, expressão e fundamento da condição de aprendizagem e desenvolvimento. Logo, a análise não pode deixar de considerar as relações entre as partes e o todo, visto que ambos são determinados e se determinam, mutuamente.
Para Vigotski (1927/1995), a tarefa fundamental da análise é "[...] destacar do conjunto psicológico integral, determinados traços e momentos que conservam a primazia do todo" (p.99). O que possibilita a realização desse tipo de análise é conhecer o sujeito em movimento, nas relações que estabelece em seu contexto, investigando as condicionantes dessas relações, visto serem elas que promovem a emergência do sujeito tal como se manifesta. Deste modo, sujeito e realidade se imbricam em um processo de constituição mútua. Assim,
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