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A psicanálise e a adolescência

Por:   •  21/5/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.089 Palavras (5 Páginas)  •  267 Visualizações

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A psicanálise e a adolescência

O estudo psicanalítico da adolescência começa com FREUD. Em seu trabalho de 1905, “Três ensaios sobre a sexualidade”, realçou as importantes fases da sexualidade infantil, até então negadas pelo meio científico, e também o que ocorria no jovem, no período intermediário entre a infância e a vida adulta. No vocabulário científico usa-se o termo libido como correspondente à fome para designar a necessidade sexual. A concepção anterior a FREUD era que essa libido estaria ausente na infância e se instalaria na puberdade. Tal afirmação carece hoje de fundamento. O que ocorre é uma sexualidade em dois estágios, um na infância e o outro após a puberdade com uma fase de relativa tranqüilidade intermediária, o chamado período de latência. Essa situação quiescente é perturbada com as mudanças que ocorrem na chegada da puberdade, destinadas a dar à vida sexual infantil sua forma final .O instinto sexual que até então fora predominantemente auto-erótico, encontra agora um objetivo sexual. Todos os instintos parciais se combinam para atingir o novo objetivo sexual sob a primazia da zona genital. Ocorre confluência da corrente afetiva e da sensual e o instinto sexual está agora subordinado a sua função reprodutora, tornando-se assim altruístico. De acordo com JONES (1922), o indivíduo recapitula e expande no segundo decênio de sua vida todo o desenvolvimento que ele passou durante os cinco primeiros anos de vida. Ana FREUD (1958) estudou e ampliou o tópico , fazendo um levantamento histórico sobre o assunto até a década de cinqüenta de muita importância. Ela mencionou o uso por Bernfeld do termo adolescência prolongada, usado para descrever um tipo especial de jovem do sexo masculino cujo período de adolescência se expande além do limite normal de tempo. O adolescente está destacando sua libido dos antigos objetos e buscando novos, um certo luto por esses objetos do passado é inevitável. Na adolescência como no enamoramento ou ainda no luto, grande parte da libido está voltada para o objeto do presente ou do recente passado e há insuficiente libido disponível para se ligar à figura do analista e atualizar material pela transferência. Isso deveria ser levado em conta por todo aquele que trata de adolescentes, pois há necessidade de certa modificação da técnica clássica de psicanálise. Ana FREUD salientou tipos de defesa contra os vínculos objetais e contra os instintos. Com referência aos primeiros citou o deslocamento da libido, a inversão dos afetos, a retirada da libido para a própria pessoa e a regressão. Com relação aos segundos citou o ascetismo, a intelectualização e as defesas maníacas entre estas a onipotência, o triunfo e o desprezo. DEUTSCHE (1944) marcou a importância da mudança de valores sociais e culturais influindo de diversas formas na adolescência. Ressaltou que na sua atualidade os adolescentes não mais teriam um conceito de identidade e maturidade adultas, descobrem que isto se torna obscurecido uma vez que os próprios pais freqüentemente estão envolvidos com sua própria adolescência ainda incompleta. Citou ainda que a precocidade na iniciação sexual poderia trazer dificuldades à capacidade de sublimação do adolescente. Para BENEDEK (1983), a condição de pais é um estágio de desenvolvimento e muito dos genitores dos adolescentes de hoje não o atingem. Adolescentes da cultura atual, menos autoritária, tenderiam uma vez passada a rebelião do processo adolescente a ter uma atitude para com seus filhos de dúvidas e insegurança sobre o papel parental. Essa geração seguinte seria criada por genitores menos seguros que perseguiriam metas menos estáveis em um mundo em mutação. Para a autora, a parentalidade, como uma experiência biopsicológica, ativaria e alimentaria um processo de desenvolvimento no genitor. É uma fase de desenvolvimento a que muitos evitariam chegar. JACOBSON (1954) afirma que os adolescentes apresentariam mais resistências à análise que os adultos e esses geralmente não reviveriam as reações emocionais correspondentes ao período adolescente apesar de produzirem abundante material mnêmico. Definiu a adolescência como o período entre a triste despedida da infância do self e dos objetos do passado e uma gradual e ansiosa passagem de barreiras através do caminho que

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