ALZHEIMER
Por: IZAIANNI • 14/4/2015 • Trabalho acadêmico • 1.461 Palavras (6 Páginas) • 1.553 Visualizações
- Introdução
A pessoa com doença de Alzheimer inicialmente possui dificuldades de memória e perda de capacidades intelectuais, nem sempre percebidas, porém com o tempo os sintomas são notórios e afetam a vida do indivíduo.
Daí, as tarefas diárias tornam-se cada vez mais severas, até que haja total dependência dos outros. O Alzheimer é uma doença incurável, porém pode ser controlada, através de medidas que auxiliem na convivência de seu portador com o ambiente.
O tratamento para a DA deve ser Multidisciplinar, Preventivo e Sintomático, apesar de não haver um padrão definido. Há três abordagens básicas que ajudam a melhorar a qualidade de vida do paciente de Alzheimer, retardando a sua dependência, desacelerando a deterioração cognitiva, e facilitando a vida do cuidador.
- Definindo a Doença
A doença de Alzheimer, fisiologicamente, pode ser descrita como perda sináptica e morte neuronal, principalmente no córtex cerebral, hipocampo, córtex entorrinal e estriado ventral, que advém da disfunção de ACH (acetilcolina). Assim, há encolhimento do córtex cerebral, por causa da morte de neurônios, o que danifica as áreas envolvidas no processo de memória, pensamento e planejamento, principalmente o hipocampo, que é fundamental para a formação de novas memórias; também há aumento dos ventrículos.
A doença de Alzheimer foi denominada pelo psiquiatra Alois Alzheimer em 1906, quando percebeu em uma de suas pacientes, déficit de memória, alterações comportamentais e incapacidade de realizar atividades rotineiras. Segundo Oliveira & cols. (2005), entre 50 e 70 por cento de todas as pessoas com demência têm a doença de Alzheimer, uma doença degenerativa, que lentamente destrói as células do cérebro, e afeta a memória e o funcionamento mental, como fala, pensamento, confusão; mudanças de humor e no comportamento, como incontinência, agressividade, desorientação no tempo e no espaço, deambulação, mudança de personalidade, depressão, agitação, alucinação, delírios, ansiedade, violência, insónia, perambulação; Mudanças físicas, como perda de peso, escaras de decúbito, aumento de vulnerabilidade para infecções, o que leva muitos à morte por pneumonia. Alzheimer é a forma mais básica de demência, que destrói o sistema imunológico, causando infecções, inclusive nos pulmões, o que leva a pessoa à morte por pneumonia.
3- Visão Psicanalítica
Psicanaliticamente falando, em detrimento da doença, surge um indivíduo desconhecido, hostil ou libidinalmente rompido. Dessa forma, ao analisar a história de vida desse sujeito, verificam-se elos que ajudam a esclarecer essas alterações subjetivas: esses comportamentos parecem exibir desejos/afetos hostis que, com a quebra da consciência foram suprimidos, e que foram reprimidos por muito tempo. Ou seja, repressão e memória estão lado a lado.
O ego é prejudicado no processo de DA, pois, antes da doença, enquanto sede das defesas, o eu, como pacificador buscava aplacar atos pulsionais, mas agora, após a demência, sua capacidade de reprimir torna-se enfraquecida, resultando na afrouxamento dos conteúdos recalcados, pois o ego passa a ter uma limitação na regulação das ligações do aparelho psíquico.
4- Fatores que levam ao adoecimento
Há vários fatores de risco que levam algumas pessoas a uma maior propensão à doença, como:
- Idade (problemas relacionados com a idade, como arteriosclerose), cerca de uma entre vinte pessoas acima dos 65 anos;
- Sexo, mais frequente em mulheres que em homens, pois elas vivem mais que eles;
- Fatores genéticos, a variável mais rara, afeta pessoas que herdam o a parte do DNA portador da doença, o cromossomo 21, advindo de seus pais. Em casos como esse, a doença se desenvolve entre os 35 e 60 anos, e geralmente é constante entre a família. É interessante ressaltar que, como as pessoas com síndrome de Down tem alteração nesse cromossoma, muitos deles virão a desenvolver a DA;
- Traumatismos cranianos, principalmente acima dos 50 anos, se a pessoa tiver um gene específico (apo E4) e tiver perdido os sentidos logo após o acidente.
- Nível de educação: Segundo Oliveira & colaboradores, pessoas com grau mais elevado de estudo têm menor propensão à doença do que as com baixo grau de estudo.
Assim, vários exames dos estados físico e mental são aplicados, a fim de detectar a doença (lembrando que não há uma causa específica para o surgimento da mesma, mas predisposições para tal), como: Informações sobre o comportamento da pessoa; o Mini Avaliação do Estado Mental (Mini-Mental State Examination), no qual se responde a uma série de perguntas como a data em que se está; Avaliação neuropsicológica; Exames de sangue, urina.
5- Memórias Afetadas
A pessoa com Alzheimer tem sua memória episódica afetada, ou seja, apesar de conseguir lembrar-se de alguns fatos antigos, não consegue se recordar de eventos que ocorreram há cinco minutos, por exemplo. Assim, a pessoa pode vir a realizar tarefas que atualmente não tenham importância. Por exemplo, uma senhora que não reconheça que tem filhos, netos e marido, mas lembra-se que tem mãe (embora, na maioria dos casos, não a tenha mais).
A memória semântica, relacionada ao significado das palavras, ao ser afetada, pode causar confusão, a pessoa pode confundir, por exemplo o significado da palavra flor com o da palavra cão. Entretanto, nem sempre a memória semântica será afetada. Nesse caso, mesmo sem se lembrar das palavras, pessoas com Alzheimer podem cantar bem, porém, não saber o que está cantando. Há a perda da capacidade de leitura e de interpretação de sinais. Já a memória de procedimentos, que conduz nossos atos física ou mentalmente, geralmente é afetada, o que leva a pessoa doente a não saber mais executar algumas tarefas, como se vestir.
6- Tratamento
Para um tratamento psicológico, é imprescindível que o cuidador forneça todos os detalhes do comportamento do paciente. Oliveira & cols (2005) defende que o tratamento medicamentoso deve ser o último a ser aplicado, iniciando-se a intervenção psicológica:
6.1 Tratamento Psicossocial
Há uma avaliação das atividades do dia-a-dia, promovendo recursos para a automanutenção física, higiene, vestir-se, comer, tomar banho e se arrumar. Avaliam-se também as atividades instrumentais da vida diária, como comunicação, fazer compras, arrumar a casa e se locomover. Se o cuidador é membro da família, é muito importante que haja um cuidado redobrado com essa pessoa, para que ela não adoeça física e mentalmente, já que devido ao stress, há um aumento de transtornos, como as doenças físicas, depressão, insônias, perda de peso, abuso de álcool e de medicamentos psicotrópicos, abuso físico e verbal do paciente.
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