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AS CONSEQUÊNCIAS DA ADULTIZAÇÃO DA INFÂNCIA

Por:   •  26/6/2017  •  Ensaio  •  1.294 Palavras (6 Páginas)  •  1.260 Visualizações

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AS CONSEQUÊNCIAS DA ADULTIZAÇÃO DA INFÂNCIA

Eduarda Panazzolo Buss

Iris Soares Custódia

RESUMO: A família tem uma responsabilidade muito grande nas transformações das crianças, pois ela constitui o primeiro universo das relações sociais da criança, iniciando a moldagem de suas potencialidades com o propósito da convivência em sociedade e da busca de sua realização pessoal. O termo adultização infantil ou erotização infantil escolhido para este ensaio remete a uma infância roubada, na qual os estímulos produzidos pela mídia induzem crianças, consideradas vulneráveis aos apelos comerciais, a consumirem produtos ou serviços não condizentes com sua idade, destruindo, assim, a imagem de ingenuidade que essas possuíam.

PALAVRAS CHAVE: Adultização; Erotização Infantil; Infância.

INTRODUÇÃO

A adultização acontece com a incorporação de modelos, geralmente adultos, nas atitudes, vestimentas, acessórios infantis, dotando a criança de uma falsa independência, liberdade e felicidade, levando-a a uma emancipação precoce. As crianças sofrem influência para se adaptar a tais padrões da sociedade, dos pais, querendo imitá-los, mas principalmente da mídia, que impõe padrões de comportamento, vestimenta, não só as crianças, mas a toda sociedade.

Na sociedade atual a criança está sendo educada para e pelo consumo, realmente sendo tratada e vista como um adulto em miniatura e como consumidoras em potencial. Não ficando distantes das influências das imagens que aparecem na mídia e sofrem suas repercussões buscando se identificar com as imagens transmitidas, sendo nas roupas, maquiagem, modo de falar, andar, se portar. Todos esses meios promovem a adultização das crianças e da infância.

Sendo assim, este estudo teve por objetivo investigar quais as consequências sobre a adultização da criança. Pretende-se mostrar que a criança merece visibilidade por ser criança e não deve ser projetada como um adulto em miniatura ou considerada como tal.

CORPO DO ENSAIO

O corpo infantil transformou-se em um objeto de constantes investimentos, incluindo entre estes os mais radicais como a necessidade da transformação para atender às exigências de concursos de beleza destinados ao público infantil. O ideário da beleza aparece em propagandas e o apelo às tecnologias criadas para o embelezamento do corpo é cada vez mais nítido e impactante na formação da identidade infantil feminina.

Tornou-se frequente, garotas preocuparem-se com seus corpos e beleza, dedicando boa parte de seu tempo procurando tratamentos estéticos, maquiagens, manicure, entre outros oferecidos em salões de beleza, tornando-se miniadultos superinformatizados ou meninas-mulheres. Até mesmo em brinquedos a ideia de cultivo à beleza vem sendo incentivada, as bonecas Barbie, por exemplo, em sua maioria possuem cabelos tingidos, olhos claros, rosto bem maquiado, corpo magro, cintura fina e seios fartos, além de constantemente trocarem de roupas, sapatos e acessórios em seus diversos modelos que estão à venda. Os veículos de comunicação vendem, anunciam e impõem padrões físicos, estéticos e comportamentais a serem imitados, ditando regras às quais as pessoas devem se moldar (MELO e SOARES, 2014; ROVERI, 2012).

Na verdade, a criança possui grupos de referência, com os quais aprende sobre o ato da compra, como a família, os amigos e as instituições sociais. Na família, a criança tem nos pais os seus modelos de postura, estilo de vida e consumo, sendo esses os principais responsáveis pela formação de valores de seus filhos (TRINDADE, 2002).

Nos estudos de Freitas e Apolônio (2015) as mães entrevistadas dizem que a maior influência do consumo infantil é a referência da mãe como uma figura vaidosa, que exerce papel de espelho para as filhas, fazendo-as imitá-las no modo de se vestir, maquiar, pentear, etc. Entretanto, a maioria das mães apontou a mídia como um grande bombardeador de ideias que leva as crianças a fazerem pedidos incessantes dos mais diversos gêneros. A mídia também foi citada por todas as mães entrevistadas como sendo um incentivador ao consumo de suas filhas. Metade destacou as propagandas e programas de televisão e a outra metade mencionou a influência da internet nos apelos repetitivos das crianças.

Atualmente vemos cada vez menos crianças preocupadas em serem crianças e muito menos os adultos incomodam-se pelo fato das crianças estarem assumindo posturas adultizadas. Em consenso a isso, em muitos casos, o incentivo à entrada ao mundo adulto cada vez mais cedo, é dado pelo próprio mundo adulto. Do mesmo modo, os padrões de beleza profundamente enraizados em nossa sociedade atentam para nossas crianças que incorporam estes padrões desde cedo (GIACOMINI FILHO, ORLANDI, 2013).

Diante de constantes transformações ocorridas no mundo da moda, o mais promissor é o da moda infantil, e a representação considerada ideal para esse público é a que mais se aproxima ao mundo adulto. Isso pode denotar um desejo da criança em se tornar um adulto e a criança ganha à atenção dos mesmos quando se comporta como eles, e o vestuário se torna importante ferramenta de comunicação. Com isso a criança se torna um ator social importante, principalmente na sociedade de consumo, sendo um público cobiçado e adultizado. Essa criança acaba pulando etapas e fases do desenvolvimento, sendo forçada a uma maturação precoce, adotando hábitos de consumo fora de sua faixa etária, bem como comportamentos e estereótipos (GIACOMINI FILHO E ORLANDI, 2013).

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