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AVALIAÇÃO DA PERSONALIDADE A PARTIR DE TEORIAS FATORIAIS E TEORIAS PSICODINÂMICAS

Por:   •  22/3/2020  •  Resenha  •  3.405 Palavras (14 Páginas)  •  217 Visualizações

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Normalmente as pessoas usam adjetivos para descrever características emocionais, cognitivas, motivacionais e comportamentais de outrem. Este conjunto de características pessoais, que fazem do indivíduo um ser único é denominado personalidade.

Definir personalidade não é uma tarefa simples. Existem mais definições sobre personalidade que teorias para explicá-la. E mais complexo ainda e identificar as patologias da Personalidade.

Apesar do grande número de definições, existe uma concordância entre as definições da personalidade, em alguns aspectos: Personalidade é um padrão relativamente estável ao longo do tempo, do modo como a pessoa pensa, vivencia suas emoções, interage com o mundo, interpreta e expressa seus comportamentos. Ela é um conjunto de sistemas integrados e dinâmicos, que se retroalimentam e se interinfluenciam.

O jeito de ser de uma pessoa (i.e. sua personalidade) pode ser tanto fonte de prazer e satisfação quanto fonte de sofrimento e prejuízo funcional. Um transtorno de personalidade pode ser identificado justamente quando a pessoa apresenta um padrão inflexível e comportamentos mal adaptativos que causam prejuízos psicossociais a si e aos outros.

O presente texto tem como objetivo apresentar a Avaliação Da Personalidade A Partir De Teorias Fatoriais E Teorias Psicodinâmicas

O processo de avaliação da personalidade é considerado uma faceta da avaliação psicológica, ou seja, uma subárea da avaliação psicológica (Campos, 2004). Desta maneira, assim como em outras áreas ou facetas da avaliação psicológica (ex. Avaliação neuropsicológica), penso que alguns tópicos chave precisam ser contextualizados: (1) conceitos-chave (2) fundamentação teórica dos modelos fatoriais (3) fundamentação teórica dos modelos psicodinâmicos (4) Contribuições da avaliação psicológica para o diagnóstico psicológico (5) modelos de avaliação da personalidade, (6) avaliação da personalidade a partir das Teorias fatoriais e psicodinâmicas utilizando modelos dimensionais e categóricos; (6) CID, DSM e Escalas Semiestruturadas; (7); A integração entre teoria, pesquisa e prática; (8) A prática ética e a teoria.

PARTE 1. CONCEITOS-CHAVE:

• Temperamento: termo utilizado para referir ao que é inato e hereditário da reatividade emocional. O temperamento pode ser observado em bebês.

• Caráter: tem menos influência hereditária, é construído ao longo do desenvolvimento e é influenciado pelos processos de maturação.

• Personalidade: organização dinâmica dos sistemas psicológicos internos, que determinam o ajustamento ao ambiente. A personalidade é um termo mais amplo, que engloba temperamento e caráter.

• Traços: estruturas neuropsicológicas que subjazem padrões de pensamento, sentimento e comportamento que o indivíduo apresenta em detrimento de uma resposta a uma demanda do ambiente.

• Fatores: semelhantes aos traços. Mas são determinados empiricamente por AF.

• Domínios: Traços amplos da personalidade (ex. extroversão);

• Facetas: traços específicos da personalidade (ex: acolhimento como traço específico de extroversão).

Esses conceitos de domínios e facetas da personalidade são obtidos de AF e associam-se as estruturas da personalidade.

• Abordagens idiográficas e nomotéticas: Os psicólogos abordaram a avaliação da personalidade de duas perspectivas diferentes, comumente chamadas de idiográficas e nomotéticas. A perspectiva idiográfica enfatiza maneiras pelas quais as pessoas diferem umas das outras e se concentra na identificação da constelação única de características de personalidade de cada pessoa. Por outro lado, a avaliação da personalidade nomotética enfatiza maneiras pelas quais as pessoas se parecem e se concentra nas características e dimensões da personalidade comuns à maioria das pessoas. Em resumo, a avaliação da personalidade nomotética é principalmente focada no processo, enquanto a avaliação idiográfica da personalidade é focada principalmente nas pessoas. Os pesquisadores de personalidade avaliam as pessoas para aprender sobre o curso normal e anormal do desenvolvimento da personalidade, os tipos de disposições genéticas e as experiências de vida que dão origem a traços e estilos de enfrentamento específicos, e que tipos de pessoas tendem a se comportar de determinadas maneiras. Essa pesquisa nomotética produz declarações probabilísticas que expandem o conhecimento básico dos processos de personalidade.

• Tipos de testes – projetivos, expressivos, objetivos. O teste de Rorschach, como outros testes projetivos, baseia‐se no fato de que a pessoa a ser testada, ao procurar organizar uma informação ambígua, projeta aspectos de sua própria personalidade. Assim, tem no conceito de projeção, utilizado 128 inicialmente por Freud como um mecanismo de defesa, através do qual o indivíduo atribui de maneira inconsciente características negativas da própria personalidade a outras pessoas. Alguns teóricos, defensores dos testes projetivos, apontam que eles possuem duas grandes vantagens: "enganam" os mecanismos de defesa do indivíduo e permitem ao avaliador do teste ter acesso a conteúdos não acessíveis à consciência do indivíduo testado (Sociedade Rorschach de São Paulo, 2008). O teste compõe‐se, como já dito, de 10 pranchas di

PARTE 2. fundamentação teórica dos modelos fatoriais.

O que faz as pessoas agirem de formas distintas?

Estas questões são objetos de interesse desde a Grécia antiga.

No último século o interesse e o estudo sobre estas questões permitiram o surgimento de uma área de estudo denominada “estudo das diferenças individuais”. Atualmente, o modelo fatorial mais aceito e o denominado BIG-5. Antecedentes ao BIG-5 remontam as teorias desenvolvidas por:

a) Allport – descritores (hipótese léxica)

b) Cattell – 16 fatores

c) Eysenk – 3 fatores

- Essas teorias baseavam-se na hipótese léxica, que parte do princípio de que, se uma característica humana é relevante o suficiente para ser notada por outros e é importante para as interações sociais, ela será então descrita na linguagem por meio de um termo específico. Assim as teorias fatoriais buscam agrupar descritores (adjetivos) que compartilhassem características em comum.

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