Abordagem cognitivista
Por: Tatiane Andrade • 13/3/2016 • Pesquisas Acadêmicas • 1.788 Palavras (8 Páginas) • 451 Visualizações
ABORDAGEM COGNITIVISTA
Cognitivista - psicólogos que investigam os processos centrais do individuo, dificilmente observáveis como: organização do conhecimento, processamento da informação, estilos cognitivos, tomada de decisões.
Existe ênfase nos processos cognitivos separados dos problemas sociais contemporâneos e as emoções são articuladas ao conhecimento.
As concepções apresentadas posteriormente são embasadas na teoria Piagetiana.
Homem e Mundo
Conhecimento é produto da interação
Desenvolvimento humano é considerado um processo contínuo de adaptação (assimilação versus acomodação, superação constante em direção a novas e mais completas estruturas)
O ser humano tende a aumentar seu controle sobre o meio, colocando-o a seu serviço e ao fazê-lo modifica o meio e se modifica.
A inteligência ira se desenvolver tanto ontogenética (indivíduo) quanto filogeneticamente (espécie), sendo considerada uma construção histórica.
Toda atividade do ser humano implica em duas variáveis: inteligência e afetividade. São variáveis interdependentes, não havendo autonomia de uma sobre a outra.
Traça um paralelo entre o desenvolvimento intelectual e o desenvolvimento da afetividade e mostra que a emergência dos sentimentos morais faz parte de um processo mais amplo: o desenvolvimento da afetividade
Inteligência: coordenação da ação (motora, verbal ou mental) a uma nova situação com o objetivo de:
a) organizar-se para enfrentar a situação;
b) encontrar um comportamento para manter o equilíbrio entre organismo e meio.
Evolução Ontogenética - maior mobilidade intelectual e afetiva - “a evolução da criança procede do egocentrismo à reciprocidade, de um eu inconsciente dele mesmo à compreensão mutua da personalidade, da indiferenciação caótica no grupo à diferenciação baseada na organização disciplinada” (Piaget, 1970)
Sociedade e cultura
O desenvolvimento social deve caminhar no sentido da democracia, que implica deliberação comum e responsabilidade pelas regras que os indivíduos seguirão.
O nível de estruturação lógica dos indivíduos componentes de qualquer grupo, constitui a infraestrutura dos fatos sociais (regras, valores, normas) que podem variar de grupo para grupo.
Filogeneticamente: encontram-se diferentes maneiras de se viver junto, em grupos, que vai desde a anarquia (contra qualquer tipo de ordem hierárquica que não seja livremente aceita e, assim, preconizam os tipos de organizações libertárias), tirania (imposição de regras a serem indiscutivelmente obedecidas) até a democracia (deliberação coletiva sobre as regras, na base do respeito mútuo e revisão dos compromissos tomados anteriormente).
Assim como Piaget explicou por qual caminho o organismo humano constrói as estruturas mentais na interação incessante que estabelece com o meio físico e social, ele buscou explicar também o percurso que conduz o ser humano da anomia à autonomia moral.
Ontogeneticamente: desenvolvimento moral do individuo caracterizado pela:
Anomia – a moral não se coloca, a regra confunde-se com o hábito: há regularidades, mas a criança não as sente como obrigatórias, ou seja, não há normas propriamente ditas. Não há consciência de obrigação nesse período, porque é somente por volta de 1½ - 2 anos que ocorre a primeira diferenciação eu-outrem, condição necessária para que as trocas inter-individuais, isto é, as interações sociais propriamente ditas, sejam possíveis.
Para Piaget o respeito constitui o sentimento fundamental que possibilita a aquisição das noções morais.
Heteronomia - em que a moral é = a autoridade, ou seja, há o respeito unilateral onde há desigualdade entre o que respeita e o que é respeitado. Há a coação do adulto sobre a criança, gerando sentimento de dever. As regras não correspondem a um acordo mútuo firmado entre os jogadores, mas sim como algo imposto pela tradição e, portanto, imutável. Se reflete nas condutas das crianças antes do 8 anos.
Autonomia - corresponde ao último estágio do desenvolvimento da moral, em que resulta do respeito mútuo e das relações de cooperação que se caracterizam pelo sentimento da reciprocidade. As regras são entendidas como decorrente de acordos mútuos entre os jogadores, sendo que cada um deles consegue conceber a si próprio como possível 'legislador' em regime de cooperação entre todos os membros do grupo.
O respeito mútuo, sentimento que conduz a democracia, deve ser praticado dede a infância para a superação do egocentrismo.
Conhecimento
Construção contínua – passagem de um estado de desenvolvimento para outro, caracterizado por formação de estruturas cognitivas.
Não consiste em simples copia da realidade (empirismo) ou num mero desdobramento de estruturas pré-formadas no sujeito (inatismo), mas implica uma série de estruturas construídas progressivamente a partir da contínua interação entre sujeito e meio.
Sujeito essenciamente ativo – conhecer o objeto, agir sobre e transformá-lo, apreendendo os mecanismos dessa transformação vinculados com as ações transformadoras.
2 fases de aquisição do conhecimento segundo Piaget:
- Exógena: fase da constatação, da cópia, da repetição.
- Endógena: fase da compreensão das relações, das combinações.
O verdadeiro conhecimento implica a fase endógena que requer a abstração empírica (retira as informações do próprio objeto) e reflexiva (coordena as ações)
O construtivismo interacionista para a construção do conhecimento apóia-se na tese de Piaget:
- Toda gênese parte de uma estrutura e chega a uma estrutura;
- Toda estrutura tem uma gênese;
- Gênese e estrutura são indissociáveis.
Construir na teoria de Piaget implica tornar as estruturas do comportamento – motoras, verbais, mentais – mais complexas, móveis, estáveis. Tendo presente a criatividade como processo vital.
Desenvolvimento e Aprendizagem
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