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Aconselhamento Na Terapia Holística

Por:   •  23/9/2021  •  Artigo  •  6.986 Palavras (28 Páginas)  •  151 Visualizações

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Holística - Anais Do Congresso - V 1 - Nº 1 /2020

Aconselhamento Na Terapia Holística

Maximizando seu atendimento com a inclusão da Psicoterapia


[pic 1]

Henrique Vieira Filho

Terapeuta Holístico - CRT 21001

http://lattes.cnpq.br/2146716426132854

https://orcid.org/0000-0002-6719-2559


Resumo:

A Psicoterapia é parte integrante do atendimento na Terapia Holística e um de seus maiores diferenciais em relação a outras profissões correlatas.

Uma das formas mais práticas e eficientes de introduzir a proposta em consultórios é a implementação de técnicas básicas de Aconselhamento.

Diferente do que popularmente se entende como “dar conselhos”, a conversação terapêutica aplica muito do saber ouvir, pontuando tópicos relevantes com perguntas pertinentes e convites à reflexão.

A receptividade sem julgamentos e empatia que se desenvolve entre Terapeuta Holístico e Cliente conduz a uma relação terapêutica mais eficaz e mutuamente gratificante, implementando o autoconhecimento e, com este, a maximização da Qualidade de Vida, que é o objetivo maior de nosso trabalho.

[pic 2]

 Ouvir Com O Coração - Arte: Henrique Vieira Filho é retratado como Pentheus e sua mãe, em variadas idades, compõem as Bacantes a lhe desmembrar.

Introdução:

A Terapia Holística, ainda que sob outros nomes, existe desde os primórdios da humanidade, tendo na figura dos xamãs-sacerdotes a sua personificação conhecida mais antiga. Desde o princípio, nossa profissão aplicou a devida importância à conversação e à empatia como caminhos para obtenção de melhores resultados terapêuticos. Além de manter-se sempre bons ouvintes, várias técnicas eram acrescidas para ampliar a compreensão do que estava além do alcance das palavras. Neste quesito, fatores subjetivos como os sonhos eram bastante valorizados como portal para o autoconhecimento, sendo a sua interpretação facilitada pela indução a estados alterados de consciência. Os próprios sintomas físicos do Cliente e, até mesmo, os acontecimentos sociais, eram passíveis de análise com estas mesmas técnicas.

Naqueles tempos, o paradigma Holístico reinava absoluto, porém, a partir do século V a.C., sacerdócio e terapia iniciam seu divórcio e a abordagem “científica-reducionista-elitista” cria uma nova personagem, a medicina, nascida antagônica à aborgadem “empírica-holística-acessível” de nossos ancestrais xamãnicos. A Terapia Holística, forçada a se adaptar para sobreviver às fogueiras da inquisição e, mais modernamente, à ditadura do “cientificismo”, mudou várias vezes de nome, fez concessões demais, na tentativa de incorporar a postura reducionista e mecanicista de seus algozes. Simplesmente, focou no físico, ignorou os aspectos sócio-culturais e perdeu a “alma”, desprezando o psíquico e o transcendente, esquecendo do poder do Aconselhamento e demais abordagens Psicoterápicas.

Na virada do século XX, iniciando o XXI, os perseguidos se deram conta que abriram mão demais, pois estavam perdendo justamente aquilo que lhes era o DIFERENCIAL; constataram, atônitos, que tanto cederam aos poderes dominantes, que estavam perdendo sua IDENTIDADE !

Em uma revolução silenciosa, se reorganizaram para resgatar sua herança, sua tradição e o orgulho de ser o que são. Revisitaram as técnicas ancestrais, sem desprezar o que a modernidade acrescentou de bom...

Para o resgate da abordagem Holística, havemos de compensar a ênfase de décadas aos aspectos físicos-objetivos, revitalizando as terapêuticas focadas ao psíquico-subjetivo-transcendente.

A proposta aqui apresentada busca RE-incluir a Psicoterapia no dia-a-dia das técnicas de abordagens somáticas (tais como Acupuntura, Fitoterapia, Terapia Corporal, Cromoterapia, Cristalterapia, etc.). Para tal, convém iniciarmos pelo básico, ou seja, o ACONSELHAMENTO, nome moderno que se dá àquilo que tão bem já praticavam nossos antecessores sacerdotes-xamãs.

Este trabalho é reflexo da experiência pessoal do autor, o qual, de 1982 a 1989, atuou sob o paradigma reducionista-mecanicista com Hipnose, Acupuntura, Auriculoterapia, Shiatsu e, a partir de 1990, integrou técnicas de Relaxamento, Terapia Floral, Psicoterapia Transpessoal (Vivências sobre Sonhos e Acontecimentos, Regressão/Progressão, etc), Psicanálise Reichiana e Junguiana ao seu consultório, iniciando o novo século, crendo-as bem integradas para fazer justiça à sua titulagem de Terapeuta Holístico.

Material e Metodologia:

1. Definição

ACONSELHAMENTO: processo interativo, caracterizado por uma relação única entre Terapeuta Holístico e Cliente, levando este ao autoconhecimento e a mudanças em várias áreas, sendo as mais comuns: comportamento, elaboração da realidade e/ou preocupações com a mesma, incremento na capacidade de ser bem-sucedido nas situações da vida (aumento máximo das oportunidades e minimização das condições adversas), além de conhecimento e habilidade para tomada de decisão. O Aconselhamento é parte integrante do trabalho de todo verdadeiro Terapeuta Holístico, independentemente de quais outros métodos adote.

Na cultura anglo-saxônica, o termo Aconselhamento ("counseling") é utilizado para designar um conjunto de práticas que são tão diversas quanto as que configuram as práticas de: orientar, ajudar, informar, amparar, tratar. H.B e A.C. English definem o aconselhamento como "uma relação na qual uma pessoa tenta ajudar uma outra a compreender e a resolver problemas aos quais ela tem que enfrentar ".

Um tema que concerne à filosofia do aconselhamento, predomina em toda a literatura anglo-saxônica: a crença na dignidade e no valor do indivíduo pelo reconhecimento de sua liberdade em determinar seus próprios valores e objetivos e no seu direito de seguir seu estilo de vida.

O indivíduo tem um valor em si, independentemente do que pode realizar. Muitas vezes, a pessoa não é consciente ou ignora seu potencial de desenvolvimento. O aconselhamento visa ajudá-la a desenvolver sua singularidade e a acentuar sua individualidade. Mais que uma filosofia que poderia ser interpretada, à primeira vista, como uma forma de individualismo selvagem, todos os grandes textos do aconselhamento fazem referência à responsabilidade da pessoa diante dela mesma, do outro e do mundo em torno dela. O individuo não é nem bom, nem ruim por natureza ou por hereditariedade. Ele possui um potencial de evolução e de mudança. O(A) aconselhador(a) deve considerar o sentido e os valores que o Cliente atribui à vida, às suas próprias atitudes e comportamentos porque quando uma mudança se impõe no contexto de vida, isto pode se chocar com as opções filosóficas da pessoa em questão e ser em si uma causa de dificuldade (ex. : mudança de atitude diante do trabalho, da família, da sexualidade, da morte,…).

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