Adulto Médio

O adulto médio

Considera-se que a meia idade inicia quando as pessoas atingem a maturidade, o que segundo Lidz, acontece mais ou menos ao longo dos 30 anos. Cabe o questionamento do que realmente significa esta maturidade. Elas já terão adquirido habilidades, conhecimentos e a segurança necessários a firmar-se em suas carreiras e vidas de família. Passam pelo período de auto avaliação e de reorientação ao redor dos 40 anos e se tornam de meia idade.

A maturidade é alcançada das mais diferentes maneiras, a maioria das pessoas começa a fixar-se e assumir compromissos mais profundos com seu trabalho e famílias. Esta fase constitui o núcleo da vida, sentidos por muitos como o ponto culminante da existência, o homem assume atitude mais séria e reflexiva. Destaca-se a capacidade de reconhecer-se como uma pessoa produtiva e útil. O adulto médio, ao contrário do adulto jovem, se dá conta dos limites impostos pelo tempo para a realização das suas metas. O caráter estará definido fortemente após os 40 anos. Existe ainda a possibilidade de mudança de carreira a meio do caminho, principalmente para aqueles que se sentem seguros e sentindo-se livres para seguir seus próprios interesses. As mulheres com alguma frequência mudam o ciclo de suas vidas em algum momento entre os 35 e 40 anos, reassumindo suas carreiras. Mosquera chama a atenção para o fato de que a idade adulta média tem seus momentos de crise, quando a pessoa sente o gradual declínio na sua força e possibilidades de desempenho; quando, na verdade, inicia-se o processo de envelhecimento, com todos os seus sinais físicos aparentes. Estes sinais acarretam mudanças psicológicas que transparecem nos comportamentos. Esta é a visão da meia idade do ponto de vista de outras gerações. O ímpeto juvenil é substituído em parte por uma maior capacidade de concentração, perseverança e resistência. Há um predomínio da estabilidade, profundidade e sossego. Aprendemos com Erik Erikson ao longo de suas obras que o sucesso desta etapa está em alcançar a geratividade e que o fracasso está na estagnação. A idéia de geratividade envolve a preocupação em orientar as novas gerações. Seu conceito inclui a idéia de produtividade e criatividade. O homem precisa ser valorizado e necessitado por seus orientados. Destaca-se que se fala muito na dependência das crianças e de uma suposta independência dos adultos. O que há na verdade, é uma interdependência, não se podendo esquecer que a geração mais velha depende de muitas formas da geração mais jovem. O fato do adulto ter filhos não é suficiente para alcançar a geratividade, pois “ paternidade não é sinônimo de geratividade e por sua vez esta última não se esgota nela” . Pode acontecer paradoxalmente a perda ( do eu) no encontro com o outro. Por exemplo, um casal onde falta o enriquecimento pessoal, a pessoa busca compulsivamente uma pseudo- identidade e se dirige a estagnação.

Amadurecer é progredir paulatinamente em direção a uma meta, é mais do que uma evolução. Pode acontecer que uma pessoa com excelentes disposição alcance a maturidade humana inferior e vice-versa, um homem com qualidades menores e mais limitadas chegue a uma maturidade humana mais alta. A pessoa “terá que viver em sua idade, assentar-se em sua idade, mas não deter-se em sua idade, terá que seguir amadurecendo”( Griffa E Moreno).

Segundo Pedrosa a maturidade que envolve a personalidade só pode ser atingida na idade adulta e tem como características:

1. Harmonia das funções que supõe autogoverno.
2. Visão global objetiva do mundo. Supõe experiência vital e sair de si mesmo, assim como inclusão da morte no plano de vida.
3. Aceitação das limitações e possibilidades, tanto da realidade externa como interna.
4. Assumir responsabilidades, independência e espontaneidade no pensar e no atuar.
5. Confiança em si mesmo e serenidade.

Satisfações e temores da meia idade segundo Lidz..

- a maioria das pessoas está agora no auge do seu potencial

- usam a sua cabeça efetivamente

- sabem conservar sua energia

- sabem o que funcionará e o que será desperdício de tempo e energia

- sabem alegar funções e dirigir assistentes

- conhecem suas áreas de competência e tem a satisfação de se sentir com o controle delas

- alguns desfrutam de prestigio e de poder

- estão estabelecidos em seu trabalho

- se ainda não atingiram o pico de suas realizações, elas podem ver até onde chegarão e ir em tal direção

- já não precisam mais provar-se de dia para dia, pois são creditadas pelas realizações passadas

- os mais maduros podem aceitar as vantagens e prazeres da meia idade

- podem sentir que o desaparecimento da responsabilidade pelos filhos tem agora uma nova liberdade para enfocar suas próprias vidas e interesse

- as pessoas pendem a encontrar uma gratificação correlata à maternidade e à paternidade em um tipo diferente de geratividade.

Mosquera destaca que a consciência gerativa que se estrutura com o desenvolvimento e maturidade do adulto faz com que as coisas adquiram sentido e verdadeiro valor. A responsabilidade aparece no valor que cada um da a sua profissão, o que a transforma numa maneira de colocar-se num mundo de solicitações e tarefas, não se pode esquecer que nem todos obtem frutos satisfatórios de seus trabalhos, e em alguns se acrescenta a insatisfação e ressentimento da vida levando a uma vazio, a uma angustia existencial, o que manifesta a insignificancia do viver. Os melhores anos se passaram e agora começa uma descida diária.

Elliot Jacques realizou uma investigação sobre a crise da metade da vida e sua vinculação com a atividade criadora. Estudou para este fim a vida de 310 pintores, compositores, poetas, escritores e escultores de comprovada criatividade e talento artístico. Observou que a crise da metade da vida afeta o trabalho de diferentes maneiras.

1. Finaliza ou esgota a atividade criadora
2. A atividade criadora começa a manifestar-se pela primeira vez
3. Produz-se uma mudança decisiva na qualidade e no conteúdo da atividade da tarefa criadora.

Mosquera destaca que uma das causas da depressão nesta idade é a conscientização, por parte do adulto, de que muitos dos seus objetivos são ilusórios.

A mulher e a menopausa

As mudanças na vida da mulher são mais claras do que as da vida do homem. A menopausa é associada a perda da capacidade gerativa na medida em que esta não gerara mais filhos. A síndrome do psicológica própria do climatério feminino são irritabilidade, insônia, ansiedade e depressão, na maioria dos casos aparece antes da menopausa fisiológica (+ ou – aos 42 anos).

As mudanças nas secreções hormonais, com a queda do estrógeno quando começa o climatério, produzem uma grande quantidade de desconfortos físicos, que variam em grau e duração de uma mulher para outra. De modo geral a menopausa começa aos 48 anos. Alguns sintomas desta fase são: