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Análise Funcional do Filme "O quarto de Jack"

Por:   •  8/9/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.658 Palavras (7 Páginas)  •  1.550 Visualizações

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O quarto de Jack

O filme “O quarto de Jack” conta a história de uma jovem que foi sequestrada aos 17 anos, à mesma sofria abusos sexuais, assim engravidando de Jack. Os dois foram mantidos em cativeiro até Jack fazer cinco anos e Joy armar um plano de fuga. Abaixo apresenta-se a análise funcional do filme. Segundo Skinner (2003) a análise funcional do comportamento consiste em identificar as variáveis externas das quais o comportamento é função, ou seja, tentar prever e controlar o comportamento de um organismo consiste em identificar as variáveis dependentes e independentes que controlam o comportamento.  

Joy a jovem sequestrada, foi atraída por um homem que pediu ajuda com seu cachorro que estava doente, como sua mãe ensinou para ela que deveria ser boa com as pessoas (antecedente de regra social) a mesma resolveu ajudá-lo (resposta/comportamento operante). O comportamento operante é aquele que produz alterações no ambiente e é alterado pela mesma, sendo ele emitido e voluntário (MOREIRA; MEDEIROS, 2007). Dessa forma ela foi sequestrada e mantida trancada em um quarto (consequência/punição negativa). Pode-se dizer que Joy foi punida negativamente pelo fato de ser privada de sua liberdade. 

Segundo Catania (1999) o comportamento definido principalmente por antecedentes verbais é denominado de comportamento governado verbalmente ou por regras, que são aqueles onde as pessoas geralmente fazem o que foram instruídas a fazer, sendo que na maioria das vezes seguem o que lhes foi dado como instrução.

Joy passa a ser violentada sexualmente (antecedente/punição negativa) e engravida de Jack (resposta), o menino nasce e também é mantido em cativeiro, acreditando que o quarto é o mundo real enquanto as outras coisas são de um mundo mágico (consequência).

 Skinner (1993) aponta que a punição negativa é compreendida como um processo operante no qual há a retirada de um estímulo reforçador para o sujeito, que resultara na diminuição da frequência do aparecimento da resposta ao qual esta relacionada.

Ao decorrer do filme notasse que o relógio de Joy está programado para despertar no horário que o sequestrador chega para que ela esconda Jack no armário, o que pode ser entendido como um estímulo discriminativo, já que este tem um papel importante na realização de uma resposta, pois, disponibiliza para o sujeito uma “oportunidade” de realizar um reforço, estabelecendo um momento para utilizar-se de uma resposta que se tornara reforçadora para o sujeito (DIAS; et al, 2005).

Em determinado momento Jack sai do armário enquanto o sequestrador dormia com sua mãe (antecedente), entende-se que ele saiu pelo fato da privação de doce, pois em uma cena anterior a este fato o homem tentou atrai-lo com um doce. O sequestrador acorda e conversa com Jack e Joy demonstrando desespero pede para que ele não faça nada com o menino (resposta/condicionamento operante), o mesmo a agride e faz ameaças de morte (consequência/ punição negativa).

Segundo Catania (1999), a privação é a redução da disponibilidade de algo que seja reforçador para o sujeito, sendo esta uma condição para fazer com que este reforçador ao qual foi privado, se torne novamente efetivo positivo.

Para Skinner (1993) o condicionamento operante é um processo em que uma resposta terá sua frequência de aparecimento alterada, devido a algumas consequências passadas desta ação, ou seja, a pessoa consegue chegar à eficácia de um novo comportamento.

Joy relata para Jack que uma vez tentou fugir, pelo fato de estra privada de sua liberdade (antecedente/ operação estabelecedora), então quando o sequestrador entrou no quarto bateu nele com um objeto (resposta/ comportamento operante), não obtendo sucesso em seu plano, teve seu pulso quebrado pelo homem (consequência/ punição positiva).

A operação estabelecedora muda a condição de um estímulo como reforçador ou punidor, através de reforçadores condicionados que podem mudar a condição reforçadora ou punitiva de outros estímulos que se apresentarão (MOREIRA E MEDEIROS, 2007).

Ainda seguindo os conceitos dos autores acima a punição positiva é uma relação em que um comportamento produz a apresentação de um estímulo aversivo ao ambiente, o que causará a redução do aparecimento deste comportamento novamente.

Cansada da situação Joy começa a elaborar um plano de fuga (antecedente), então passa a contar a verdade para Jack, explicando a verdadeira realidade do mundo (resposta), Jack não acredita na mãe, a chama de mentirosa, por achar que somente eles são reais (consequência).

Após conseguir formular seu plano (antecedente), começa preparar Jack para o mesmo, fazendo parecer com ele havia morrido (resposta), já que na noite anterior mentiu para o homem que o menino estava muito doente e precisava ir ao médico e ele não o levou. O sequestrador acredita e leva Jack enrolado em um tapete para enterra-lo distante dali. O menino por sua vez segue todas as instruções da mãe e assim que consegue pede socorro para uma pessoa na rua (consequência). Entende-se que essa situação foi uma punição negativa para Jack que não conhecia nada além do quarto e reforço positivo para sua mãe que alimentava a esperança de ser libertada.

O contado de Jack com o homem que andava com um cachorro na rua no momento em que ele fugiu do sequestrador pode ser visto como um antecedente discriminativo, pois ele nunca havia tido contado com a figura masculina e nem com cachorros. Distante de sua mãe e em um mundo “novo”, Jack só consegue pedir por socorro (resposta), não falando mais nada, apenas permanecendo deitado na grama, até a policia chegar e leva-lo. No carro uma policial tenta conversar com o mesmo, após o menino contar o que ocorreu ela descobre o local do cativeiro, resgatando Joy (consequência/ reforço positivo).

Santos; Leite (2013) apontam que o reforçamento positivo é o fortalecimento de uma resposta que o sujeito tenha dado em determinado momento, devido à apresentação de um “estimulo” inserido no ambiente para reforça-lo positivamente, assim possibilitando que este comportamento apareça sempre que o estimulo reforçador seja apresentado.

Retirados de lá eles são levados para um hospital, para passar por avaliações. Na primeira manhã quando acorda Jack vai até a janela e aparenta ficar impressionado com o que vê (estímulo discriminativo), uma vez que via a luz natural e o mundo somente pela claraboia do quarto. Quando o médico chega ao quarto do hospital, Jack se esconde atrás de sua mãe com medo, (fuga ou esquiva), generalizando a figura masculina que para ele é aversiva, já que a associa as suas experiências no quarto.  

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