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Psicanálise Análise do Filme "O Quarto de Jack"

Por:   •  8/3/2021  •  Trabalho acadêmico  •  1.576 Palavras (7 Páginas)  •  1.291 Visualizações

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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

CURSO DE PSICOLOGIA

Beatriz Martins

Giovanna De Marchi Benassi

Mariana Reis Vieira

Análise Psicanalítica “O Quarto de Jack”

São Paulo

2019

Beatriz Martins

Giovanna De Marchi Benassi

Mariana Reis Vieira

Análise Psicanalítica “O Quarto de Jack”

Trabalho de análise do filme “O Quarto de Jack” da disciplina Psicanálise II, apresentado ao curso de Psicologia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, como requisito para composição da avaliação da N2.

Prof. Eduardo Fraga

São Paulo

2019

Resumo

Este trabalho relata as impressões das alunas em relação ao filme “O Quarto de Jack”, relacionando-o com as teorias psicanalíticas estudadas ao longo do semestre, focando nos conceitos de D. W. Winnicott e sua teoria do desenvolvimento emocional.

Descritores: Impressões; Psicanálise; Análise Psicanalítica; O Quarto de Jack; desenvolvimento emocional; D. W. Winnicott.

Sumário

1. Introdução.................................................................................................. 5

2. Síntese do filme......................................................................................... 6

3. Análise Psicanalítica................................................................................. 8

4. Conclusão.................................................................................................. 10


1. Introdução:

Este trabalho tem como objetivo relacionar o filme “O Quarto de Jack” com as teorias Psicanalíticas estudadas durante o semestre, tendo sido escolhido pelo grupo os conceitos da teoria emocional de D. W. Winnicott. 

Levando como referência os conceitos da teoria citada e articulando com as dimensões do filme, abordaremos neste trabalho as funções do ambiente propostas pelo referido autor, assim como os demais aspectos que podem ser relacionados ao ambiente interno e externo do quarto retratado no filme e da realidade fora dele; assim como a relação mãe – bebê / mãe – filho e a relação eu – outro.

“O Quarto de Jack” é um filme dirigido por Lenny Abrahamson e escrito por Emma Donoghue, e conta a história de Joy e seu filho, Jack, que vivem isolados em um pequeno quarto sem nenhum tipo de contato com a realidade externa, a não ser pela visão na parte de cima do teto de uma pequena claraboia.

 

2. Síntese do filme

 O filme “O Quarto de Jack” conta a história de Joy, uma jovem que é mantida em cárcere privado há sete anos e, posteriormente, dá à luz a Jack.

 O menino cresce nesse quarto pequeno, escuro, apertado e sem aberturas de janelas, a não ser uma pequena claraboia que dá para o céu; ou seja, praticamente sem nenhum contato com o mundo externo, vivendo em um mundo onde a realidade é uma fantasia, que ele conhece um pouco através da TV. Por conta de viver isolado do mundo, Jack cresce acreditando que o mundo se restringe a tudo o que vê dentro do quarto.

O filme se divide em três atos: o primeiro se passa com Jack e sua mãe dentro do quarto, onde nos deparamos com a introdução de Jack no mundo. O foco da narrativa nesta parte é a percepção que o menino tem a respeito do quarto e do mundo, revelando os conflitos que existem acerca da realidade e da ficção, pois para Joy, aquele quarto é como uma prisão, mas para Jack, é mundo todo.

Jack vive em um mundo onde a realidade é uma fantasia, o qual ele conhece um pouco através da TV. Ele de fato acredita que as pessoas que estão na televisão moram dentro da “caixa cinza” e que cada canal é um planeta diferente. Tem o planeta dos médicos, das notícias “falsas”, dos animais e dos desenhos. Por mais confuso que pareça, para Jack, apenas ele e sua mãe são reais. Isso porque o mundo em que eles vivem é tudo que ele conhece.

Com muita criatividade, determinação e um imenso amor maternal, “mã” – maneira como Jack se refere à sua mãe – cria naquele minúsculo espaço uma vida para seu filho, mesmo sabendo que isso não seria o suficiente para nenhum dos dois.

Quando Jack completa cinco anos de idade, Joy explica a ele que existe um mundo fora daquele quarto, com coisas que, na visão do menino, não existiam. Jack e a mãe então, começam a traçar um plano de fuga

Fora do quarto, o contato com o mundo a partir da perspectiva de Jack é totalmente nova, as cores, os sons, os cheiros, os objetos que até então ele acreditava ser tudo fantasia.

A partir do segundo ato da trama, pode-se perceber que o filme quis trabalhar com a ideia de claustrofobia com a predominância das cores suaves e o clima sombrio retratado no ambiente do quarto; já os momentos em que estão fora daquele quarto, as tonalidades das cenas são mais coloridas e mais claras, dando uma sensação de alívio e liberdade.

Por fim o longa destaca que o papel da mãe é promover o sustento do seu filho, mesmo diante de grandes adversidades.

Ao longo do filme, percebe-se que não existe um “final feliz” para esta historia. Ao mesmo tempo que a mãe enfrenta grandes dificuldades para recomeçar sua vida, seu pai não aceita o neto que foi fruto de anos de abuso e decide que não quer contato com ele.

Evidenciados por uma imensa tragédia, Jack é quem conquista forças e consegue unificar o que ainda restou da sua pequena família. Por mais contraditório que pareça, justamente quem teria mais dificuldade de se relacionar com a liberdade foi quem obteve maior proveito dela.

A vulnerabilidade de Jack, a princípio preservada pelo colo materno, aos poucos sede lugar para uma curiosidade de quem está assimilando novos códigos, novas figuras e desejos por novas experiências.

3. Análise Psicanalítica

Para Winnocott, o ser humano tem uma predisposição natural ao desenvolvimento, que, porém, depende das condições do ambiente para ocorrer, este último sendo representado inicialmente pela mãe ou pelo cuidador. Este ambiente seria facilitador na medida em que provê cuidados ao bebê que serão a base da saúde mental. No filme “O Quarto de Jack”, Joy representa este ambiente para Jack, no qual é possível identificar um laço amoroso, sendo visível verificar a identificação de “mã” com seu filho. A mãe serve para Jack, como ego auxiliar, até que ele possa tornar-se, ele próprio, um sujeito “independente”. Além disso, Joy incentiva também as fantasias do menino, criando uma rotina, estabelecendo obrigações, dizendo “não” quando necessário e corrigindo atitudes, conseguindo portanto, ser a mãe suficientemente boa que Winnicot designa como

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