Análise do filme Bicho de sete cabeças
Por: laiscris04 • 24/4/2024 • Trabalho acadêmico • 763 Palavras (4 Páginas) • 108 Visualizações
ANÁLISE DO FILME – BICHO DE 7 CABEÇAS
O filme Bicho de 7 cabeças é uma obra nacional baseada na história real de Astregesilo Carrano, integrante do Movimento da Luta Antimanicomial, que escreveu o livro “Canto dos Malditos” onde relatava sua experiência nos hospitais psiquiátricos e denunciava os absurdos cometidos diariamente nessas instituições, dando origem ao filme.
O filme inicia relatando a vida de Neto um jovem, que mora com os pais e que tem um grupo de amigos da mesma idade, que faz uso de bebidas alcóolicas além de fumar maconha.
Neto, vai te encontro ao grupo sempre que passa por momentos de estresse dentro de casa, principalmente com o pai. Em uma das brigas com seu genitor, avisa que vai viajar com esses amigos, deixando o pai indignado, já que o garoto não tem dinheiro para tal viagem, o que gera uma discussão ainda maior. Neto viaja, mas percebe que seus amigos estão utilizando drogas mais fortes (cocaína) e se prostituído para sustentar o vício. Tal atitude deixa Neto inconformado, fazendo com ele se afaste e vá para rua pedir dinheiro para voltar para casa. Nesse momento, Neto conhece uma mulher, pela qual se apaixona, e se envolve sexualmente com ela. Neto, volta para casa e evita o uso de drogas com os amigos, já que só pensa na mulher que se envolveu.
O pai de Neto continua gritando muito ao falar com o jovem, sempre o colocando para baixo. Neto começa a se tornar agressivo na presença e ao se lembrar das atitudes do pai. Para piorar a situação seu pai encontra um cigarro de maconha, e decide internar o garoto em uma clínica psiquiátrica, tal decisão foi tomada por influência da irmã de Neto.
Infelizmente, Neto é levado a clínica sem esclarecimentos e contido pelos profissionais, que logo o medicam, alegando que ele é um viciado de acordo com o relato do pai. Dentro da clínica não há nenhum tipo de humanização, o “tratamento” é 100% medicamentoso, os pacientes vivem em condições precárias de higiene, o médico não tem contato com o paciente apenas prescreve medicamentos de acordo com o motivo da internação, sem nenhum tipo de exame.
Na longa-metragem fica evidenciado, o quanto naquela época, o número maior de pacientes dentro da clínica era vantajoso para o empresário (médico), já que estava diretamente ligado aos recursos financeiros que receberia do governo.
Neto, fica sem receber visita familiar por 15 dias de acordo com as orientações da clínica, o que o deixa cada vez mais depende da medicação. Durante a visita familiar o jovem pede para sair do local, explica o que acontece lá dentro, embora o local de visita seja lindo, arborizado, transmitindo paz, o ambiente diário em que os pacientes vivem é precário. Entretanto a família já foi orientada pelo médico responsável que esse tipo de relato fazia parte das “alucinações” do jovem, não devendo ser levado em consideração.
Quanto mais tempo Neto ficava na clínica, mais depende dos remédios estava, se tornando uma pessoa totalmente diferente da que era. Em uma tentativa de fuga, sem sucesso, Neto é submetido a eletrochoques, procedimento comum da época em pacientes “não disciplinados”, tal atrocidade faz com que o jovem fique apático, rígido, fraco, desanimado, com perda da iniciativa (abulia).
A volta para casa, acontece, porém o jovem já não é mais o mesmo, as medicações que agem diretamente no sistema nervoso central, os choques como tortura e o ambiente influenciaram diretamente no comportamento de Neto, o que torna o retorno para o meio social em que vivia quase improvável. As frustrações com amigos, relacionamentos e pessoais, fazem com que o jovem volte ao ambiente psiquiátrico. Dessa vez encaminhado pela polícia, por comportamento alterado em uma festa.
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