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Ansiedade: Como lidar com esse problema em sala de aula

Por:   •  1/6/2019  •  Artigo  •  4.899 Palavras (20 Páginas)  •  579 Visualizações

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Ansiedade: Como lidar com esse problema em sala de aula.

Lucinete Aragão Mascarenhas[1]*
Maria Iolanda Pessoa Alves[2]**

RESUMO: A ansiedade é mais comum na infância do que se imagina, porém, altos níveis de ansiedade podem prejudicar o desenvolvimento escolar. Sabendo-se disso, faz-se necessário um conhecimento mais amplo sobre a ansiedade e seus contextos, pois conhecendo o problema torna-se mais fácil percebê-lo, e lidar com o mesmo. Assim esse trabalho buscou informar sobre a ansiedade e como o professor pode lidar com isso em sala de aula, buscando fazer com que a ansiedade não interfira negativamente no desenvolvimento escolar do aluno. A partir daí buscou-se reunir informações e conteúdos bibliográficos para compor esse artigo. Por fim percebeu-se que o professor pode usar de meios com o propósito de amenizar a ansiedade de alunos e conseguir melhores desempenhos dos mesmos, visto que o professor é um agente importante na busca pelo desenvolvimento do aluno.

PALAVRAS CHAVE: Ansiedade; Sala de Aula; Ansiedade infantil; Aprendizagem.

ABSTRACT: Anxiety is more common in childhood than you think, however, high levels of anxiety can disrupt the school development. Knowing this, it is necessary a wider knowledge about anxiety and their contexts, because knowing the problem becomes easier to perceive it and deal with it. Thus, this study sought to inform about anxiety and how the teacher can handle it in the classroom, trying to make the anxiety does not negatively interfere with the educational development of the student. From then sought to gather information, and bibliographic content to compose this article. Finally it was realized that the teacher can use media in order to ease the anxiety of students and achieve better performances of the same, as the teacher is an important agent in the search for student development.

KEYWORDS: Anxiety; Classroom; Childhood anxiety; Learning.

1. INTRODUÇÃO

No Brasil, aproximadamente 12% da população é ansiosa, calcula o Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, o que representa 24 milhões de brasileiros com ansiedade patológica. Estima-se, também, que 23% da população brasileira terá algum tipo de distúrbio ansioso ao longo da vida (IPq – HCFMUSP, 2011). De acordo com Sousa et al. (2012), avaliando o cenário global de transtornos mentais, dados internacionais mostram que as taxas de prevalência de transtornos de ansiedade na infância e adolescência variam entre 6% a 20%.

Para McReynolds (1965 apud Pereira, 2008, p. 02), “o sentimento de ansiedade é parte intrínseca da condição humana. É uma resposta natural a determinados fatores ambientais e psicológicos.” Assim sendo podemos entender que a ansiedade moderadamente é necessária para a sobrevivência social. Dentro da fisiológica humana é considerada normal, podendo durar por toda a vida, e afeta a todos os seres humanos. “Ansiedade é um estado emocional com a qualidade do medo, desagradável, dirigido para o futuro, desproporcional e com desconforto subjetivo”, diz o psiquiatra australiano Aubrey Lewis (1967), autor da definição mais aceita.

Entretanto quando a ansiedade se manifesta de modo desproporcional, torna-se patológica e acarreta diversos fatores desagradáveis e problemas de ordem social. Assim, ao invés de contribuir nas atitudes do cotidiano, torna-se exatamente o contrário, ou seja, o fracasso da capacidade de tomadas de decisões (GRAEFF E BRANDÃO, 1996).

A ansiedade tem prejudicado muito o meio escolar. Dessa forma prejudica o rendimento escolar do aluno ou mesmo aumenta os índices de evasão escolar. Nas escolas constata-se um grande número de crianças que apresentam dificuldades de aprendizagem que, em alguns casos, estão relacionadas a problemas de saúde mental, como o transtorno de ansiedade.

O alunos que está sempre pedido para ir ao banheiro, tem sudorese excessiva ao apresentar trabalhos, ou em casos extremos chegar até a perder a voz diante da audiência, esquece as palavras ao fazer uma prova, são apenas alguns poucos exemplos que ilustram o perigo da ansiedade descontrolada, a ansiedade que deixa de ser benéfica e passa a ser um fator desagradável.

A pressão dos pais, da sociedade e até mesmo pessoal por desempenho cada dia melhores entre outros fatores tornam as crianças alunos ansiosas. Já alunos que apresentam rendimento escolar baixo essa pressão é ainda maior e consequentemente os níveis de ansiedade se fazem mais presentes. Alunos que sofrem de ansiedade excessiva têm grandes dificuldades em situações estressantes de avaliação devido à desatenção e o nervosismo gerado pela crise, causando com isso a diminuição dos níveis de concentração e desempenho.

O objetivo deste estudo é mostrar, através de pesquisa bibliográfica, como o professor pode lidar em sala de aula com alunos que sofrem de ansiedade, apresentando possíveis orientações para que o rendimento escolar seja satisfatório, isso é importante já que a ansiedade afeta alunos com diferentes rendimentos escolares. Também se buscou informar sobre as características da ansiedade e a gravidade que é a ansiedade excessiva na infância, pois relatos de estudos afirmam que crianças com transtorno de ansiedade apresentam um grande impacto negativo na vida social e escolar que trarão consequências futuras sérias a estas crianças (Assis et al., 2007).

2. ANSIEDADE

2.1. O que é a ansiedade?

Como se trata de uma emoção, a ansiedade é difícil de ser definida com precisão, mas pode ser apreendida e estudada através da introspecção ou, indiretamente, por seus correlatos fisiológicos (Gentil, 1997). Bravin e de-Farias (2010), caracteriza a ansiedade como um estado interno (pensamentos e sentimentos) produzido por estímulos que sinalizam perigo ou ameaça.

 Nas últimas décadas pesquisas pré-clínicas demonstraram que os estados de ansiedade teriam relação com os mecanismos de defesa dos animais diante de estímulos ameaçadores ou em situações de perigo. Estes comportamentos de defesa envolvem dois sistemas cerebrais que estariam envolvidos na ansiedade: o Sistema Cerebral de Defesa (SCD) e o Sistema de Inibição Comportamental (SIC) (GRAEFF, HETEM, 2004 apud BRAGA e colaboradores, 2010 ). De acordo com Graeff e Brandão, (1996, p. 110), “em circunstâncias onde o perigo é apenas potencial, havendo, portanto um componente de incerteza teríamos a ansiedade.”

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