Análise Crítica do Estudo de Caso: ‘’Excelência não tem preço’’
Por: Tony Batista • 12/10/2016 • Trabalho acadêmico • 993 Palavras (4 Páginas) • 341 Visualizações
UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA
Grupo: Adalia Lacerda
Alida da Silva
Antônio Batista
Hiago Soares
Nayanne Melo
Disciplina: Psicologia do Trabalho I – Prof. Thaís Augusta
Análise Crítica do Estudo de Caso: ‘’Excelência não tem preço’’
Com o capitalismo flexível novas formas de organização do trabalho instalaram-se no mundo. Desta forma, como outrora, não há um único modo de produção, mas a utilização de princípios de variados modelos do mesmo. No modelo taylorista/fordista, por exemplo, havia a necessidade de controle de horário de entrada e saída dos trabalhadores, porém, na conjuntura atual, tal posicionamento está em desuso e o que vigora é a flexibilização do trabalho, ou seja, o assalariado tem ‘’liberdade’’ para fazer o seu horário, entretanto, o mesmo possui metas a serem cumpridas, assim como antigamente. Esta maleabilidade é vista de forma positiva pelos gestores, visto que, dessa maneira os trabalhadores ganham autonomia, todavia, essa independência mascara a intensidade do trabalho, pois, não é porque o trabalhador faz seu horário que ele trabalha menos, pelo contrário, terá que produzir mais, em busca de um reconhecimento por parte da organização.
Após a Revolução Industrial, o trabalho deixa de ter a perspectiva de algo mais austero gerado principalmente por movimentos repetitivos no qual os trabalhadores eram submetidos, o que causava nos indivíduos uma fadiga física exacerbada, neste momento histórico, o trabalho ganha um caráter muito mais mental do que físico, provocando nos indivíduos um aumento da pressão psíquica. Tal assertiva é apontada por Daniel Cohen (apud GAULEJAC, 2007, p.214):
O homem moderno descobre hoje que uma sociedade que próspera não é uma sociedade liberta do trabalho. Com efeito, ao contrário do que pensam os teóricos do fim do trabalho, as técnicas modernas não substituem o homem. Elas exigem, ao contrário, que ele faça mais coisas. Para pagar sete vezes mais os operários hoje do que ontem, o capital exige por seu dinheiro que os operários façam, igualmente, sete vezes mais coisas.
Esta tensão pode ser explicada pelo fato de que na sociedade capitalista há a necessidade de produzir sempre mais e melhor, isto é, o mundo do trabalho passa a ser visto como uma eterna competição quer seja por parte da empresa que quer está entre as melhores da sua área e assim garantir sua sobrevivência ou pelo lado do trabalhador que precisa gerar rendimento para a empresa, garantindo sua permanência no novo ciclo do trabalho. "Uma pressão contínua, um sentimento de jamais fazer o suficiente, uma angústia de não estar à altura que a empresa exige." (GAULEJAC, 2005)
Para Gaulejac (2007, p. 216): ‘’Não é a organização que, definitivamente, se torna responsável pelo lugar de cada um, mas o mérito de cada um, que é considerado como determinante do lugar ocupado’’. No estudo de caso, percebemos claramente o quanto o gestor coloca como essencial o mérito do trabalhador, ou seja, nessa lógica da competividade cada um tem que por si só provar que merece está em determinado posto de trabalho, pois com a incerteza do mercado financeiro e o desemprego que assola vários países, se o trabalhador não se engajar e dá o seu melhor, milhares estão na fila de emprego esperando ocupar o lugar do mesmo. Para corroborar tal afirmativa, citamos:
A lógica up or out [subir ou sair] é considerada como norma. Ela impede cada um a se superar em favor do "sistema", a fim de garantir sua perenidade.
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