Análise do Filme Em Nome da Razão
Por: Lidiane Lopes • 22/3/2023 • Resenha • 985 Palavras (4 Páginas) • 195 Visualizações
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Faculdade Boas Novas de Ciências Teológicas, Sociais e Biotecnológicas
Jocilene Sicssu Penha
Jocilene.penha@aluno.fbnovas.edu.br
RESENHA DO FILME EM NOME DA RAZÃO
(Reforma Psiquiátrica no Brasil e Manaus)
O documentário “Em nome da Razão”, dirigido pelo cineasta Helvécio Ratton em 1979, contendo depoimentos de internos e profissionais que viviam e trabalham no manicômio de Barbacena. Histórico, o filme teve uma grande importância na luta contra as formas degradantes com que eram tratados os internos nos manicômios, em especial, à época da ditadura militar. Denuncia métodos cruéis como eletrochoques, encarceramento de pessoas sem nenhum tipo de enfermidade e expões ainda as condições sub-humanas de sobrevivência experimentadas por seres humanos, evidenciando uma espécie de holocausto. Interessante notar que não houve inserção de qualquer efeito sonoro documentário, primou-se por produzir fielmente os sons do local.
O filme retratam a vida dos doentes mentais em instituições psiquiátricas, revelando a violência e as barbaridades cometidas contra esses seres humanos, que eram considerados animais e esquecidos enquanto cidadãos. O filme vem nos dizer, uma diferente realidade para aqueles ditos lúcidos e para aqueles impregnados pela loucura.
O filme se desenvolve para expor a dimensão da tragédia que ocorria por detrás dos muros dos hospitais psiquiátricos e, além disso, objetivando abrir os olhos da sociedade e mostrar como nós calamos em frente a essa realidade muito sofrida pelas pessoas portadoras de sofrimento mental.
Diante do exposto, todas as questões denunciadas no filme, são extrema relevância para a sociedade, pois, toda a tregédia, que aconteceu e ainda existe em detrimento de nossa falta de humanidade para com aqueles que, provalvelmente, estão agora confinados em suas macas, sedados, marcados com bichos, sendo submetidos às mais perversas condições de vida, em situações de violência, e sem esperança de um dia viverem como um ser humanos de direito que são.
Por isso, o que nos resta é entender que não adianta mudar somente as estruturas físicas das instituições de saúde, é preciso, ainda, mudar a nossa concepção a cerca do que é ser humano e, do que é ser cidadão,não fazendo uma reprodução da prática do saber absoluto, dos quais os médicos se apropriavam, e ainda se apropriam, sendo definitivas e questionáveis suas decisões. É preciso, pois, reinventar as instituições, sendo necessário, para isso, a criação de lugares de ocupação da construção de subjetividades, centrada no cuidado, no respeito e na autonomia do sujeito, convidando os sujeitos, que são de direito também a responsabilização pela sua própria vida e pelo seu tratamento.
Em 1979, foi criado o Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental (MTSM) e em 1987, o movimento antimanicomial, dando continuidade à luta pela nova psiquiatria.
O projeto de reforma psiquiátrica foi apresentado em 1989 pelo então deputado Paulo Delgado (MG). Após 12 anos, o texto foi aprovado e sancionado como Lei nº 10.216/2001, ficando conhecida como Lei da Reforma Psiquiátrica, Lei Antimanicomial e Lei Paulo Delgado.
A Reforma teve como marca registrada o fechamento gradual de manicômios e hospícios que proliferavam país afora. A lei que promoveu a reforma, tem como diretriz principal a internação do paciente somente se o tratamento fora do hospital se mostrar ineficaz.
Em substituição aos hospitais psiquiátricos, o Ministério da Saúde determinou, em 2002, a criação dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPs) em todo o país. Os CAPs são espaços para o acolhimento de pacientes com transtornos mentais, em tratamento não-hospitalar. Sua função é prestar assistência psicológica e médica, visando a reintegração dos doentes à sociedade.
Em nível de Secretaria Municipal de Saúde de Manaus, em 2006, foi aprovado o Plano Municipal de Saúde 2006-2009, pelo Conselho Municipal de Saúde de Manaus, o qual estabeleceu como meta prioritária o atendimento de 50% dos portadores de transtornos mentais da área de abrangência da Estratégia Saúde da Família, com implantação de 03 novos CAPS.
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