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Análise do filme "Pão e rosas"

Por:   •  29/2/2016  •  Resenha  •  1.012 Palavras (5 Páginas)  •  510 Visualizações

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1.a) Um dos erros cometidos pelo agente externo (Shaphiro) foi ter chegado aos trabalhadores com a proposta pronta (uma vez que teve sucesso agindo dessa mesma forma em outros locais de condições trabalhistas semelhantes) sem considerar e conhecer as condições locais, incluindo o poder que o supervisor tinha de atingir diretamente os trabalhadores (demissões, delações premiadas, etc). Por esse motivo o agente externo não considerou a dinamicidade do local e nem das relações. Quando ele percebe que é necessário uma outra estratégia de atuação, acaba tendo sucesso, o que vemos de acordo com Freitas (1998):

“À medida que tais informações vão sendo obtidas - derivadas desse processo de inserção, contato e familiarização - vão se delimitando aspectos e fenômenos como temáticas potenciais e possíveis para o desenvolvimento do trabalho de intervenção”.

Porém, ainda assim houveram situações de risco que poderiam ter sido evitadas. O ideal seria fazer as análises, definir as questões envolvidas de forma conjunta. Se isso tivesse sido feito, talvez o agente externo compreendesse os reais riscos que os trabalhadores enfrentaram, uma vez que sendo demitido, o trabalhador que ganharia a bolsa da faculdade perde a oportunidade e sua amiga Maya acaba arrumando outra forma de conseguir o dinheiro (furtando em uma mercearia), o que acaba prejudicando ela posteriormente. Esses riscos poderiam ter sido evitados com essa análise conjunta.

1.b) Compreende-se como comunidade como algo dinâmico, que transpassa uma visão dicotômica entre coletivo e individual. Dessa forma, segundo Sawaia ANOOOO a comunidade seria:

“Um movimento de recriação permanente da existência coletiva, fluir de experiências sociais vividas como realidade do eu e partilhadas intersubjetivamente, capaz de subsidiar formas coletivas de luta pela libertação de cada um e pela igualdade de todos.”

Vemos claramente como isso se reflete na comunidade daquela empresa, onde os trabalhadores de diversas agências se afirmavam tanto nas manifestações em rua quanto em manifestações artísticas (como no baile organizado pelos trabalhadores no qual eram tocadas músicas em que havia uma reafirmação do coletivo). Além dessa reafirmação, podemos ver o empenho dos trabalhadores pelos direitos perdidos dos colegas demitidos, ou até mesmo o empenho de outros trabalhadores de outras agências em ajudar na conquista dos direitos dos colega se trazendo sob tudo isso uma reafirmação da nacionalidade e origem latina.

Porém, outra questão a ser levantada é a legitimidade dos integrantes da comunidade. Algumas ideias não foram aceitas pelos demais integrantes, e quando surge um conflito (quando Rosa delata os colegas de trabalhado) vemos acusações e falta de integração de alguns trabalhadores.

1.c) Fortalecimento (ou empoderamento) é compreendido por Montero (2003) como o

“Processo mediante o qual os membros de uma comunidade (indivíduos interessados e grupos organizados) desenvolvem conjuntamente, capacidades e recursos para controlar sua situação de vida, atuando de maneira comprometida, consciente e crítica para alcançar a transformação de seu entorno segundo suas necessidades e aspirações, transformando, ao mesmo tempo, a si mesmos”.

No filme vemos que esse processo de empoderamento (ou fortalecimento) é bastante visível, uma vez que os trabalhadores (juntamente com outros sindicatos, trabalhadores de outros prédios e voluntários) atuam diretamente para a melhora das condições de trabalho (e consequentemente de vida), através de reivindicações e conscientização das condições em que se encontravam, proporcionadas pela chega de um agente externo (Shaphiro).

De acordo com Kieffer (1882), o processo de fortalecimento passa por três etapas:

I. Desenvolvimento crescente de sentimento de ser-em-relação com o mundo: vemos o desenvolvimento dessa etapa quando alguns trabalhadores começam a perceber o potencial da coesão do grupo quando concluem acerca das péssimas condições de trabalho.

II. Construção de uma compreensão cada vez mais crítica das forças e políticas que atuam em nosso mundo de vida: Essa construção se dá pela conscientização do papel que que essas forças políticas têm na vida dos sujeitos, sendo que, no

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