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As Origens do Suicídio

Por:   •  7/5/2020  •  Resenha  •  595 Palavras (3 Páginas)  •  129 Visualizações

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As Origens do Suicídio

(THE SCHOOL OF LIFE)

Um dos aspectos mais surpreendentes sobre a possibilidade humana mais triste é que a taxa de suicídio cresce bastante quando uma sociedade se torna mais rica e desenvolvida.

Poderíamos esperar taxas de suicídio bem variadas no tempo e no espaço mais não aumentar com o desenvolvimento em termos de riqueza, conforto e segurança. Que podemos estar criando, sem perceber.  Nações em que mais de nós acabam por tirar a própria vida parece negar todo propósito de crescimento econômico.

No entanto, a conexão perturbadora entre suicídio e o aumento de riqueza foi identificado primeiro no final do século 19 pelo líder francês e sociólogo Emile Durkheim- e continuou a ser notado desde então. A taxa de suicídio de um país subdesenvolvido como a Republica Democrata do Congo é uma fração da taxa em uma nação desenvolvida como a Coreia do Sul. O fator crucial por trás da decisão das pessoas de acabar com suas vidas não é realmente riqueza ou pobreza. Como Durkheim descobriu, é a medida em que a cultura externa atribuiu responsabilidade pelo fracasso aos indivíduos ou então acredita que, falta de sorte, ou intervenção divina pode ser o motivo por trás do fracasso.

Acontece que, quando a sociedade se tornam modernas e industrializadas, muito frequentemente param de acreditar em demônios e deuses.

Começam a acreditar em uma filosofia meritocracia e individualista. Que surge às pessoas que o destino está sempre em suas próprias mãos. Isso pode soar generoso, mas carrega um imenso fardo psicológico, pois isso significa que – quando as falhas ocorrem, o indivíduo é visto como único responsável por isto. Falhas começam a aparecer um terrível julgamento nos valores de uma pessoa com uma humilhação pública a partir do qual parece não haver alternativas a não ser a auto aniquilação. Há duas grandes ideias culturais que podem ajudar a diminuir as pressões sobre nós: sorte e tragédia.

Acreditar na sorte é na verdade observar que o mérito e o sucesso nunca andam 100% juntos. Alguém pode ser um tolo e ganhar – ou uma pessoa virtuosa e falhar. Se nós internalizarmos e compartilharmos a noção de sorte, a vergonha do fracasso será bastante reduzida. A nossa agonia também. Seremos capazes de admitir, publicamente para nós mesmos que pessoas boas podem falhar em várias circunstancias e, portanto, que o sucesso profissional não é o único, nem tão Importante, aspecto fundamental do mérito do ser humano. Uma tragédia, como se originou na Grécia antiga, é a história de uma pessoa capaz e inteligente, que comete um pequeno que, no entanto, leva a consequências terríveis.

O objetivo de apresentar tais histórias de maneira pública (em festivais gregos, toda a comunidade assistia) era renovar o conhecimento de uma ideia extremamente importante: que se pode ser uma pessoa agradável, até mesmo admirável, e no entanto ficar numa situação totalmente desesperada. Tragédia é contar histórias cuidadosas de como desastres vem para a vida das pessoas como nós (ou até mesmo melhores). Elas, e portanto nós, sempre merecemos compaixão em vez de desprezo Durkheim sabia que não é a prosperidade por si só que aumenta o suicídio. O elemento tóxico é uma cultura involuntariamente cruel, que atribui uma elevada carga de responsabilidade para nós, ao mesmo tempo que nega a verdade de um caso e a tragédia com certeza afetarão nossos destinos. A verdadeira solução para uma alta taxa de suicídio está em um lugar inesperado: uma ideologia que nos lembra que nós nunca somos os únicos autores dos nossos destinos. E portanto, não devemos nem entrar em pânico nem comemorar demais quando ganhamos ou perdemos.

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