Assistência à saúde dos homens: um desafio para os serviços de atenção primária
Por: jugaf • 6/4/2017 • Trabalho acadêmico • 728 Palavras (3 Páginas) • 148 Visualizações
Assistência à saúde dos homens: um desafio para os serviços de atenção primária
Segundo o autor, a pouca presença dos homens do atendimento das UBS é uma realidade que se dá por diversos motivos. Um desses motivos seria a própria identidade masculina que foi construída através do nosso processo de socialização que desvaloriza o autocuidado masculino e à preocupação incipiente com a saúde. Outro fator que o autor coloca é de que os homens preferem recorrer a outros serviços de saúde que respondam mais objetivamente suas demandas, como farmácias e prontos-socorros. Há também a visão que o maior fator desencadeante desse fato ser o próprio UBS, que dificultam o acesso pelo grande tempo perdido da espera e pelo fato de ser frequentado principalmente por mulheres, com uma equipe composta em sua maioria de mulheres, o que pode gerar nesse homem uma sensação de não pertencimento. O autor ainda argumenta que a falta de procura desses homens pode ser potencializada pela falta de programas ou atividades direcionadas para o público masculino.
O autor discorre para a dissociação entre a falta de homens no serviços de saúde pública e exclusivamente a falta de responsabilidade dos homens ou a falta de organização das UBS, já que a ideia é compreender o problema como uma complexa teia que considera a interação de diversas dimensões que abordam os homens na qualidade de sujeitos confrontados com as diferentes dimensões da vida, os serviços na maneira como eles se organizam para atender os usuários considerando suas particularidades e os vínculos estabelecidos entre os homens e os serviços e vice-versa.
O Autor sugere soluções e debates para entender o problema, a primeira questão a ser debatida para ampliar o foco das UBS para a população masculina é identificar as necessidades de saúde dos homens. Uma maneira de por isso em prática seria observar o perfil epidemiológico da população masculina, ao identificar as maiores causas de morte ou doença nessa população, com isso é possível implementar uma intervenção com atitudes e práticas cotidianas para evitar certos comportamentos repetitivos que contribuem para a ocorrência desses problemas. O Autor reflete que em sua construção social o homem pode assumir comportamentos poucos saudáveis por relacionar com a conquista de uma masculinidade idealizada, que diz sobre a invulnerabilidade do homem e comportamentos de risco como valores da cultura masculina que seria como uma força que não pudesse ser controlada. Sobre isso é importante pontuar que a procura por atendimento pode levar a uma noção de fraqueza ou feminização perante aos outros.
Outro fator a ser pensado é o próprio espaço da UBS que fornece uma ideia de serviço de saúde como espaço feminilizado. Essa visão não significa a mudança da presença de mulheres no espaço, nem a criação de serviços específicos para a população masculina, mas sim uma mudança na postura prática de todos os profissionais de modo que haja uma maior sensibilidade para as interações entre as concepções de gênero e as demandas trazidas pelos homens no uso do serviço. Para isso é necessário uma promoção e prevenção à saúde masculina, como por exemplo, a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e a discussão sobre métodos contraceptivos e diálogo sobre planejamento familiar.
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