Atps De Psicologia
Casos: Atps De Psicologia. Pesquise 862.000+ trabalhos acadêmicosPor: franciswilhames • 21/4/2013 • 4.077 Palavras (17 Páginas) • 762 Visualizações
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 3
HUMILHAÇÃO SOCIAL - UM PROBLEMA POLÍTICO EM PSICOLOGIA 4
A DESIGUALDADE E A INVISIBILIDADE SOCIAL NA FORMAÇÃO DA SOCIEDADE BRASILEIRA...................................................................................................8
FERNANDO BRAGA DA COSTA, RETRATOS BIOGRÁFICOS DE DOIS GARIS.12
ENTREVISTA........................................................................................................................14
CONCLUSÃO.........................................................................................................................17
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.................................................................................18
INTRODUÇÃO
Mesclando a psicologia com sociologia, este desafio mostra e tenta esclarecer as origens do fenômeno da invisibilidade social, fenômeno este intimamente ligado à humilhação social que é sofrido por grande parte da sociedade brasileira atual.
Argumentações teóricas antiquadas ou influenciadas politicamente e comparações com ideologias aparentam ter menos credibilidade hoje, passada a época da revolução esperada pelo café no estado de São Paulo.
Mais ainda, ao analisarmos e compararmos o estudo de um psicólogo que por tanto tempo viveu de perto e na prática o que é ser invisível na sociedade em que antes
era reconhecido e que passou a vivenciar a humilhação social.
E, desfazendo a sensação de que essa situação possa ser pontual, a entrevista de um profissional tão essencial na sociedade e ridiculamente repudiado pela sociedade em que nós mesmos participamos, o coletor de lixo, em nossas cidades, bairros e casas, diariamente.
Palavras-chave: Psicologia social, Humilhação social, Invisibilidade social
HUMILHAÇÃO SOCIAL - UM PROBLEMA POLÍTICO EM PSICOLOGIA
Desde o começo do texto fica claro que a questão da humilhação social não pode ser explicada pura e unicamente por uma teoria ou ideologia, como a comparação entre Marx e Freud.
A humilhação social é como uma herança, passada entre as gerações e, de certa forma, cultivada e isolada pelas classes sociais dominantes da sociedade.
Chegamos então à reificação, que na sua origem alemã, significa literalmente "transformar uma idéia em uma coisa". É uma operação mental que consiste em transformar conceitos abstratos em realidades concretas ou objetos. No marxismo, o conceito designa uma forma particular de alienação, característica do modo de produção capitalista. Implica a coisificação das relações sociais, de modo que a sua natureza é expressa através de relações entre objetos de troca.
A definição de reificação para os dias de hoje nos faz entender como podemos, mesmo que inconscientemente, usar de relações sociais como objetos de ascensão em nossas vidas, e entender melhor também a descendência das discriminações por cor, raças, religiões, posses e, é claro, a influência.
Como conseqüência da reificação, o homem passa através dos tempos a ser cada vez mais isolado do restante da sociedade
no que diz respeito ao alcance dos objetivos pessoais, acúmulo de riquezas e passa a viver cada vez mais focado no trabalho para conseguir renda e cuidar de si e de seus agregados mais próximos (cônjuge e filhos, e em raras vezes, os pais) bem como para satisfazer a necessidade de compra de mercadorias e de bens que hoje são praticamente indispensáveis à sobrevivência tanto no campo quanto urbana.
Assim, o fenômeno histórico que se tornou a humilhação social, é ampliado pela desigualdade social existente desde os primórdios do descobrimento do nosso país, passando pela escravidão e a libertação dos escravos que se viram livres mas, sem o básico, necessário para se manterem vivos, passando então de escravos a empregados com o objetivo de sobreviver.
Também em situação equivalente estão os pobres e imigrantes, que vivenciam diariamente os efeitos da exclusão da classe aumentando ainda mais a desigualdade política por terem cada vez menos voz ativa e poder de palavra, recursos estes isolados entre os mais abastados, ditos de classe superior ou, como diríamos antigamente, burgueses.
Com a pressão psicológica imposta, de certa forma, inconscientemente pela sociedade, o indivíduo passa a viver a situação da maioria da classe a que pertence, fazendo com que essa situação e sentimento de impotência seja repassada para sua família e seus descendentes que desde muito cedo absorvem as dificuldades que seus pais enfrentaram tornando-as como uma rotina que os espera, cedo ou tarde.
Ao observar as características comuns aos bairros pobres, imediatamente nos vem à cabeça o ditado popular que diz que "em casa de ferreiro o espeto é de pau!". Embora tenha
certo tom pejorativo, com a indicação de pessoa sem capricho com as próprias coisas, esta frase popular toma outro sentido quando olhamos pelo lado de quem é julgado.
A paisagem dos bairros pobres se dá sempre pela imagem de casas sem pintura, construções inacabadas, instalações elétricas improvisadas, contrastando diretamente com a profissão e ofícios desempenhados pelos moradores que ali habitam, pintores, pedreiros, eletricistas...
Falta tijolo e cimento para o pedreiro terminar sua própria casa, o pintor não tem a tinta necessária para decorar sua fachada e, o eletricista não tem dinheiro para comprar os conduítes que protegem e escondem os fios. Para outros falta simplesmente, o ânimo, a motivação.
O pobre não tem memória. As conquistas materiais alcançadas durante a vida como, objetos de herança, o vestido de noiva, veículos, são sucateados, doados, vendidos a preços irrisórios e, no final da vida ele simplesmente nada tem do que se lembrar, do que se orgulhar.
Foi-se o tempo em que a cordialidade fazia parte da hospitalidade para com o próximo. A bala que a criança ganhava hora ou outra do dono da venda hoje só a leva mediante o devido pagamento. O idoso, quando não está de pé no ônibus, sentou-se, pois não havia outros passageiros ou, pela garantia que o adesivo azul dos assentos preferenciais lhe confere, mas não antes de pagar o 'preço' que muitas vezes vem na forma de caras
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