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Atps Psicologia

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Por:   •  5/9/2014  •  2.001 Palavras (9 Páginas)  •  350 Visualizações

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Introdução.

Para a elaboração deste relatorio buscamos abordar um pouco sobre assuntos como humilhação social, desigualdade e a invisibilidade de alguns trabalhadores, que na verdade para muitos são assuntos relativamente novos e se relacionam à forma como são vistos os trabalhadores de profissões desprovidas de status, glamour, reconhecimento social e adequada remuneração. Isto numa sociedade onde o nível de consumo de bens materiais é o agente determinador do posicionamento de cada participante nas classes sócio-econômicas conhecidas. Assim, os trabalhadores que executam tarefas imprescindíveis à sociedade moderna, mas assumidas como de categoria inferior pelos mais variados motivos, geralmente não são nem percebidos como seres humanos, e sim apenas como “elementos” que realizam trabalhos a que um membro das classes superiores jamais se submeteria. E por esse motivo fizemos a escolha de uma dessas classes de trabalhadores a dos Auxiliares de Serviços Gerais.

Humilhação social: um problema político em psicologia.

“A humilhação social corresponde a um caso particularmente doloroso de angústia: um afeto mórbido derivado da exposição do homem pobre a mensagens de inferioridade social”.

Mensagens essas que lhes são assiduamente dirigidas pelos outros e pela cidade. Mensagens verbais e também mensagens mudas: são palavras ou são circunstâncias públicas que lhe parecem como o perpétuo lembrete de que não estão em casa. Então dessa maneira o sentimento da dignidade humana parece desfeito. Deixa de ser espontâneo. É preciso um esforço de atenção para conservá-lo. Um esforço nem sempre eficaz para o humilhado – um cidadão pobre não é humilhado porque sente ou imagina sê-lo: o sentimento e a imaginação estão fincados numa situação real de espoliação econômica e aviltamento público. No humilhado, a submissão é que se torna espontânea. Diríamos melhor: torna-se automática, compulsiva. A humilhação social é, sem dúvida, um fenômeno histórico. A humilhação crônica, longamente sofrida pelos pobres e seus ancestrais, é efeito da desigualdade política, indica a exclusão recorrente de uma classe inteira de homens para fora do direito a casa, direito ao trabalho e direito à cidade. Mas é também de dentro que, no humilhado, a humilhação vem atacar. A humilhação assume internamente, como um impulso angustiante, o corpo, o gesto, a imaginação e a voz do humilhado. A humilhação social é fenômeno ao mesmo tempo político e psicológico, caracteriza assiduamente a psicologia do oprimido: desencadeia afetos embriagantes ou paralisadores. As formas deste desencadeamento podem variar: são lágrimas, o emudecimento, o protesto confuso, a ação violenta e até o crime. Os pobres são os que sofrem frequentemente o impacto dos maus tratos. Psicologicamente, sofrem continuamente o impacto de uma mensagem: ‘Vocês são inferiores’. E, o que é profundamente grave: a mensagem passa a ser esperada. Para os pobres, a humilhação ou é uma realidade em ato ou é frequentemente sentida como uma realidade iminente, sempre a espreitar-lhes, onde quer que estejam com quem quer que estejam. O sentimento de não possuírem direitos, de parecerem desprezíveis, torna-se-lhes compulsivo: movem-se e falam, quando falam, como seres que ninguém vê. E dessa forma segue urgente à tarefa de superação política e psicológica da humilhação social, tarefa que é de todos nós: tarefa a que se dedicam os cidadãos pobres, pessoal ou coletivamente, consciente ou inconscientemente, reagindo isoladamente ou em grupos organizados. Pois não só os pobres, mas varias classes de trabalhadores se sentem humilhados diante a sociedade.

A Desigualdade e a invisibilidade social na formação da sociedade brasileira.

No mundo em que vivemos percebemos que os indivíduos são diferentes, estas diferenças se baseiam nos seguintes aspectos: coisas materiais, raça, sexo, cultura e outros. Os aspectos mais simples para constatarmos que os homens são diferentes são: físicos ou sociais. Constatamos isso em nossa sociedade, pois nela existem indivíduos que vivem em absoluta miséria e outros que vivem em mansões rodeadas de coisas luxuosas e com mesa muito farta todos os dias enquanto outro não tem sequer o que comer durante o dia. A desigualdade social se apresenta como uma condição social onde as relações sociais estão caracterizadas pelo acesso diferenciado aos bens culturais produzidos pela coletividade; nas relações uns são possuidores e os outros carentes; uns são doadores e os outros receptores; uns valem mais que outros; uns são hierarquicamente superiores a outros na escala social. Por isso vemos que existe a desigualdade social, ela assume feições distintas porque são constituídos de um conjunto de elementos econômicos, políticos e culturais próprios de cada sociedade. E assim constatamos que as desigualadas são fruto das relações, sociais, políticas e culturais. Mostrando que as desigualdades não são apenas econômicas, mas também culturais, participar de uma classe significa que você esta em plena atividade social, seja na escola, seja em casa com a família ou em qualquer outro lugar, e estas atividades ajudam-lhe a ter um melhor pensamento sobre si mesmo e seus companheiros. E por incrível que pareça às desigualdades são vistas como coisas absolutamente normais como algo sem relação com produção no convívio na sociedade, mas analisando atentamente descobrimos que essas desigualdades para determinados indivíduos são adquiridos socialmente. As divisões em classes se da na forma que o indivíduo esta situado economicamente e socio-politicamente em sua sociedade. E se formos analisar tanto a humilhação quanto a desigualdade social se enquadram perfeitamente na maneira que vários trabalhadores se colocam diante dessa questão de invisibilidade social.

Trabalhadores invisíveis.

Entendemos que o sofrimento social quando se manifesta na forma de depressão ou sofrimento psíquico enfrentado pelos sujeitos socialmente excluídos é o que se diz respeito ao próprio ser a tal configuração do mundo do trabalho e afeta, sobretudo trabalhadores que desenvolvem um trabalho considerado desqualificado e socialmente rebaixado, sendo na maioria deles marcados pelo preconceito e pela a falta de: educação, respeito e reconhecimento pela a sociedade. Por não ser visto não ser notado, por ninguém reagir diante deles com um bom dia, uma boa tarde, um muito obrigado. Por nenhuma saudação corriqueira, um olhar, sequer um aceno de cabeça. Não é notado ou cumprimentado, ou seja, se torna invisível. O trabalhador deprimido não sofre por conta de sua passividade, pelo contrário,

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