Atuação do Psicologo nas instituições de idosos

De acordo com o estatuto do idoso, o envelhecimento é um direito personalissimo e a sua proteção um direito social, e é obrigação do Estado garantir à pessoa idosa a proteção à vida e à saúde. Portanto há a necessidade de efetivar políticas que protejam e assegurem os direitos dos idosos, e fortalecer os laços sociais em torno dele, que se encontra muitas vezes em situação de abandono e negligência. Em 1991 ocorreu a “Declaração Universal dos Direitos Humanos da População Idosa”, que estabeleceu os principios relativos aos direitos humanos: independencia, participação, cuidados, autorrealização e dignidade. Recentemente foi reforçado o conceito de envelhecimento ativo, com bem estar fisico, social e mental, ampliando a expectativa de vida saudavel, produtividade e qualidade de vida, pois a velhice não estanca o processo de relações e de autodesenvolvimento, mas é um processo imprevisivel, com um equilibrio instável entre ganhos e perdas.

A transição do convivio social para a permanência em uma instituição para idosos geralmente representa um impacto na vida do idoso, pela perda de referência e sentimento de pertença, ocorre tambem a mudança da rotina, e o momento “improdutivo”, quando ele deixa de trabalhar, e a relativa perda de espaço e liberdade, já que ele é submetido às vontades e decisões da instituição. Portanto a presença de um profissional da psicologia é necessária, e possui a função primordial de possibilitar aos idosos a busca de um sentido para suas experiencias, e o enfrentamento da velhice, é dever do psicologo promover nesses locais atividades em grupo como um recurso terapêutico, intermediando a construção de laços sociais e afetivos. É necessário que o idoso possua uma rede de relações sociais para se saber valorizado, esses relacionamentos junto com momentos de lazer trazem a alegria necessaria para a sua saúde física e mental. A presença de afetos positivos está associada a uma maior longevidade, melhorando os sistemas cardiovascular e imunológico, assim como mais recursos cognitivos e mais comportamentos de autocuidado, se tornam mais fortalecidos para enfrentar estresse, dor e ansiedade.

Tambem há a participação do psicologo no universo do declinio cognitivo, e das demências, o profissional devidamente treinado, e principalmente possuindo especialização em neuropsicologia, pode contribuir para o diagnóstico dessas patologias. Uma pesquisa feita na cidade de São Paulo mostrou uma prevalência de demência de aproximadamente 7%, e 16% de prejuízo cognitivo e/ou funcional entre idosos. O envelhecimento cognitivo é muito heterogêneo, há o envelhecimento normal, onde há alterações de memória, quadros neurodegenerativos, como o Alzheimer ou demências de origem vascular, e o comprometimento cognitivo leve, onde as alterações estão além do normal mas não apresentam prejuízo significativo na sua vida ocupacional e social, porém esses pacientes apresentam maior risco de desenvolver quadros de demência.

 Uma pesquisa encontrou uma associação entre idade, escolaridade e quadros demenciais, quanto mais alta a idade maior o risco de desenvolver demência, e quanto menor a escolaridade, também maior a chance de o idoso desenvolver essas patologias. Também foi visto que o declínio cognitivo e a dependência foram significativamente preditivos de mortalidade. É possível intervir no declínio cognitivo, evitando-o ou postergando o aparecimento de demências estabelecendo atividades educativas, promovendo a noção do engajamento mental, e incentivando-o a manter uma rotina de lazer intensa e permanecer socialmente ativo, também é possivel oferecer intervenções cognitivas, como oficinas de memória e treino cognitivo.