Avaliação de Riscos Psicossociais no Trabalho
Por: Priscila Paula • 19/6/2018 • Pesquisas Acadêmicas • 5.246 Palavras (21 Páginas) • 298 Visualizações
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Instituto de Educação Superior de Brasília - IESB
Psicologia
Avaliação de Riscos Psicossociais no Trabalho
Alunos: Matrículas:
Ana Beatriz Rodrigues 14111120054
Jonathan Lucas F. Montes 14111120139
Juliana de Oliveira Nunes 14111120292
Priscila de Paula Oliveira 14111120393
Wederson Garcia Neves 14111120291
Brasília-DF
Setembro de 2017
Introdução
O trabalho pode ser uma maneira de obter satisfação, quando permite uma articulação entre a história pessoal e a realidade do indivíduo. Porém, o trabalho não é uma ferramenta que elimina o sofrimento adquirido no mundo civilizado. (Bertão & Hashimoto, 2006).
Brant e Gomez (2005) explicam que, com o avanço da técnica a qual possui o objetivo de proporcionar conforto maior ao homem em meio ao trabalho na contemporaneidade, quando é vista pelo o ponto de vista físico, mostra que o trabalho está sendo considerado mais leve, mas em termos psicológicos, este vem se tornando algo árduo, pesado e ainda pode ser considerado como fonte de competição. Muitas pessoas vêem o trabalho como um ambiente perigoso onde criam-se redes de intrigas particulares e coletivas, sendo assim um ambiente que proporciona em muitos casos sentimento de sofrimento aos trabalhadores.
Dejours, Abdouchelli e Jayet (1994, citado por Reis, 2013) falam que o sofrimento assume um papel de mediador entre o patológico e o saudável, na medida em que mobiliza o sujeito às mudanças da situação desencadeadora de desconforto e conflito. O sofrimento torna-se criativo quando é transformado, e o trabalho é ressignificado por meio da criatividade, e patológico quando não existe possibilidade de negociação (liberdade) entre o sujeito e a organização do trabalho. O sofrimento patogênico ocorre pela impossibilidade de o indivíduo estabelecer o seu trabalho a ressonância simbólica, não encontrando espaço de palavra (espaço público) para expressar suas questões internas (Bertão & Hashimoto, 2006).
A psicodinâmica do trabalho nasceu na França nos anos 80, possui como representante principal o psiquiatra e psicanalista Cristophe Dejours, e seu surgimento veio de uma ampliação teórica de psicopatologia. Inicialmente, o objeto de estudo era o adoecimento psíquico. Após desenvolver pesquisa em situações práticas de trabalho em instituições e empresas, podem-se notar altos níveis de sofrimentos psíquicos, os quais eram gerados pela organização de trabalho, e mesmo com tudo isso as pessoas não adoeciam (Reis, 2013).
Dejours (1992, citado por Reis, 2013) muda o foco de estudo, preocupando-se assim com o campo direcionado à normalidade psíquica e às relações de prazer e sofrimento no trabalho. A psicodinâmica do trabalho foi proposta para melhorar a organização do trabalho, diminuindo o tempo de serviços com resultados satisfatórios. O projeto inicial dessa técnica foi implantado em fábricas, pois os gestores ou diretores acreditavam que os funcionários passavam horas improdutivas no decorrer do dia, e que com a elevação da produção o resultado do esforço seria satisfatório a todos, funcionários e empregador. Para aplicação dessa técnica é necessário controle do responsável pela fábrica sobre o processo de trabalho, fragmentação e simplificação das tarefas, divisão entre gerência e operário que são mediadas adotadas por esse modelo.
Antes as organizações, tendiam a controlar os trabalhadores em seus processos de ritmo e intensidade de trabalho. Com o taylorismo (técnica), as formas psíquicas, físicas e sociais do empregado tendiam a serem mais exploradas. As tarefas, os métodos e as ferramentas utilizadas, são prescritas anteriormente e quem irá executar é o supervisor, gestor ou operário, os quais estão sujeitos à punição quanto a não execução das tarefas. Essa forma de lidar possibilitou com que pudesse ter o nível aceitável de exploração dos empregados, aumentando os lucros das empresas (Anjos, 2013 citado por Facas, 2013).
Segundo, Mendes (2012) e Anjos (2013 citado por Facas, 2013) com a aplicação dessas técnicas, acaba sendo possível a diminuição da subjetividade no trabalho, e consequentemente evita-se que os trabalhadores criem obstáculos na execução dos serviços. As operações são divididas de acordo com a aptidão dos trabalhadores, julgados a partir das características cognitivas e intelectuais do indivíduo, consequentemente funções menos intelectualizadas acabam tornando-se mais mecanizadas. As novas organizações de modelo do trabalho obedecem ao fluxo da demanda, o trabalho em equipe, a multivariada e a flexibilização de funções.
Entretanto essas características marcadas pela rigorosa divisão do trabalho, a vigilância de controle e normas, dão pouca liberdade e tempo determinado para o cumprimento dos serviços, por fim gerando assim riscos psicossociais no trabalhador e o ambiente o qual ele se encontra pode causá-lo sofrimento (Mendes, 2008 citado por Facas, 2013).
De acordo com Facas (2013), os Riscos Psicossociais são entendidos como decorrentes dos efeitos negativos da organização do trabalho sobre os estilos de gestão, sofrimento patogênico e danos físicos, psicológicos e sociais, e que provocam o adoecimento do trabalhador e comprometem a qualidade do trabalho.
Ruiz e Araujo (2012), explica que a OIT (Organização Internacional do Trabalho) desde 1984 aborda os fatores psicossociais no trabalho como a interação entre o trabalho (ambiente, satisfação e condições de sua organização) e as capacidades do trabalho (necessidade, cultura, sua situação externa ao trabalho). Por um lado, temos a inter-relação entre conteúdo, organização e gerenciamento do trabalho, entre outras condições organizacionais e ambientais, e do outro lado, temos as competências e necessidades dos empregados.
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