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Por:   •  23/3/2015  •  1.761 Palavras (8 Páginas)  •  339 Visualizações

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INTRODUÇÃO

O presente trabalho trata-se do resumo de um texto argumentativo, extraído do livro, escrito por João Carlos Martins, cujo tema é: ”Vygotsky e o Papel das Interações Sociais na Sala de Aula: Reconhecer e Desvendar o Mundo”.O autor apresenta uma reflexão sobre a interação em sala de aula, o desenvolvimento da criança para que nossas crianças do futuro se tornem cidadãos que pensam e atuem por si mesmos. Para iluminar suas reflexões o autor utiliza-se dos idéias de Vygotsky.

Vygotsky e o Papel das Interações Sociais na Sala de Aula:

Reconhecer e Desvendar o Mundo

Desde os primeiros dias do desenvolvimento da criança, suas atividades dquirem um significado próprio num sistema de comportamento social, e sendo dirigidas a objetivos definidos, são refratadas através do prisma do ambiente da criança. O caminho do objeto até a criança e desta até o objeto passa através de outra pessoa. Essa estrutura humana complexa é o produto de um processo de desenvolvimento profundamente enraizado nas ligações entre história individual e história social."

VYGOTSKY

Refletir sobre a importância das trocas entre os parceiros como momentos significativos no processo ensino-aprendizagem remete , necessariamente, à psicologia sócio-histórica como paradigma de nossas reflexões.

A elaboração de idéias e o estudo de fatos conforme sugerimos garantem a conquista do conhecimento, desde que as atividades propostas para os alunos tenham por base as interações entre sujeito e objeto (mundo). Tais interações permitem ao sujeito ultrapassar a impressão inicial das idéias que lhe chegam e buscar o que está além delas, oculto, mais profundo e sistematizado, de forma a instrumentalizá-lo para o exame da realidade. Não é possível, no entanto, abordar a relação entre sujeito e objeto que se desenvolve na escola sem discutir seu papel enquanto promotora do conhecimento. Pedagogicamente, as discussões sobre a função da escola e seu papel dentro da sociedade tomaram caminhos diversos nos últimos anos e, principalmente, a partir da década de 80, quando vários estados da Federação passaram a ser governados por partidos menos autoritários e quando algumas secretarias de estado da Educação como a de São Paulo, universidades e educadores em geral recolocaram a discussão sobre as funções crítica e libertadora da Educação.

Coloca-se, novamente, um problema central: o avanço da tecnologia não tem contrapartida na vida cotidiana dos cidadãos e, entre estes, os professores e alunos envolvidos na realidade da Escola Pública, onde grande parte dos membros da comunidade escolar não tem acesso às novas conquistas da tecnologia. Note-se que não nos estamos referindo à televisão ou ao rádio, meios de comunicação de massa que há muito pertencem à vida diária dos brasileiros.

O mundo pode ser conectado via Internet e muitos dos nossos alunos saem da escola para enfrentar o mercado de trabalho antes de completar o 1°- Grau. Ora, tal descompasso nos reconduz ao mundo das políticas públicas para a Educação no Brasil.

A psicologia sócio-histórica traz em seu bojo a concepção de que todo Homem se constitui como ser humano pelas relações que estabelece com os outros. Como seres humanos e, portanto, ontologicamente sociais, passamos a construir a nossa história só e exclusivamente com a participação dos outros e da apropriação do patrimônio cultural da humanidade.

A criança e o adulto trazem em si marcas de sua própria história - os aspectos pessoais que passaram por processos internos de transformação -, assim como marcas da história acumulada no tempo dos grupos sociais com quem partilham e vivenciam o mundo.

Na teoria sociointeracionista de VYGOTSKY, encontramos uma visão de desenvolvimento humano baseada na idéia de um organismo ativo cujo pensamento é constituído em um ambiente histórico e cultural: a criança reconstrói internamente uma atividade externa, como resultado de processos interativos que se dão ao longo do tempo.

Esta reconstrução interna é postulada por VYGOTSKY na lei que denominou de dupla estimulação: tudo que está no sujeito existe antes no social (interpsicologicamente) e quando é apreendido e modificado pelo sujeito e devolvido para a sociedade passa a existir no plano intrapsicológico (interno ao sujeito).

O conceito de mãe pode-nos ajudar a entender, pois evolui da mãe pessoal de cada um para o conceito mais amplo de Mãe. Ao nascer, as situações vividas vão permitindo, no universo da vida humana, interações sociais com parceiros mais experientes - adultos ou companheiros de mesma idade - que orientam o desenvolvimento do pensamento e o próprio comportamento da criança..

A passagem das funções psicológicas elementares para as superiores ocorre, portanto, pela mediação proporcionada pela linguagem que, na abordagem vygotskiana, intervém no processo de desenvolvimento intelectual da criança desde o momento de seu nascimento; por si só, a criança não se apropria qualitativa e quantitativamente dos conhecimentos desejáveis que alcança por meio de interações profícuas com os elementos mais experientes do seu grupo social.

Desta forma, o confronto das concepções iniciais de mundo da criança com aquelas apresentadas pelos parceiros de seu ambiente torna-se fundamental para a apropriação de significados diferenciados que, dialogicamente, constituirão sentidos a serem negociados.

VYGOTSKY estabelece uma importante distinção entre significado e sentido: aquilo que é convencionalmente estabelecido pelo social é o significado do signo lingüístico; já o sentido é o signo interpretado pelo sujeito histórico, dentro de seu tempo, espaço e contexto de vida pessoal e social. Quando nos referimos a negociação, estamos valorizando as trocas entre os parceiros em sala de aula, pois é nas interações que tanto o conceito científico pode ser mais detalhado pelo professor, pois passa a ser mais discutido em um processo descendente, quanto os conceitos mais cotidianos dos alunos passam a ser enriquecidos e tomam um caminho mais ascendente, pois são ampliados pelo conhecimento científico, elaborado historicamente.

A unidade mínima do pensamento e da linguagem é o significado da palavra, ou seja, é no significado que o pensamento e a fala se unem, criando condições para o desenvolvimento do pensamento lingüístico e da fala intelectual.

Adultos e crianças, professores e alunos podem conferir às palavras significado e sentido diferentes. Desta forma, os sujeitos mais experientes, ao interagirem com as crianças, estimulam-nas não só na

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