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CARTAS A UM JOVEM TERAPEUTA

Por:   •  27/5/2018  •  Resenha  •  3.141 Palavras (13 Páginas)  •  774 Visualizações

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CURSO: PSICOLOGIA

DISCIPLINA: ESTAGIO SUPERVISIONADO BASICO I

PROFESSORA: LIHANA MARIA BOMFIM

CARTAS A UM JOVEM TERAPEUTA

 

MARIA DE FATIMA GUIMARÃES G. CAETANO        

MAT: 201501226835

TURMA: 3003

AB QUARTA-FEIRA

FORTALEZA – CEARÁ

2018

  1. Vocação profissional

A primeira carta fala sobre a vocação profissional onde se indaga qual a indicação para se tornar um bom psicoterapeuta e compara com a profissão de médico, no qual é útil e possui traços de personalidade ou de caráter que são difíceis de serem adquiridos no decorrer da formação, mas o melhor mesmo seria que estivesse com si desde o começo da vida.

É retratado que um psicoterapeuta não costuma receber gratidão como um médico, pois ele é o remédio no qual proporciona o encontro de si que exige a confiança para que as curas funcionem. O psicoterapeuta não pode ter um vínculo duradouro e afetuoso com seus clientes, ‘’nenhuma psicoterapia seja ela qual for, deveria almejar a dependência do paciente’’ porque ao invés de estar substituindo a doença traria um vício, ou seja, quanto maior a liberdade do paciente e sua independência maior o êxito da terapia.

Ao longo das razões para insistir na formação o primeiro tópico que é citado é o valor primordial da escuta, a forma de se permitir independente da forma que seja, mas sem emitir julgamentos. Se você que tem suas crenças e convicções não poderá acarretar em aprovação ou desaprovação das condutas humanas. Não é necessário que seja um modelo de normalidade como experiência de vida. Aquele que trabalha com as motivações conscientes ou inconscientes de seu paciente diante mão deve fazer a sua terapia, pois precisa se trabalhar também.

  1. Quatro bilhetes

No segundo capitulo é respondido quatro bilhetes que são sobre o início do trabalho do terapeuta. O primeiro bilhete retrará o que impediria um sujeito se tornar um psicoterapeuta mesmo diante de sua preferência sexual, como um travesti, sendo que a confiança seria uma razão e não suas fantasias que o definiam e assim haverá pacientes que se sentirão bem ou não.

O segundo persiste ao questionar sobre um pedófilo, sabendo que a pedofilia é uma fantasia de domínio. Assim a fantasia não é compatível com o exercício da psicoterapia, porque o paciente sempre supõe que o terapeuta saiba mais do que ele e se encontrar seu gozo no domínio do saber não poderá analisar de forma isenta. E a terapia não pode transformar essa suposição em dependência crônica.

O bilhete três indaga qual o seu limite? O que faria para encaminhar se não se sentir confortável e não exercer seu papel corretamente, quando a subjetividade está envolvida. O quarto e último bilhete fala da influência nos pacientes, sendo que a escolha de uma direção não deve ser decidida por meio de normas. Ao meu ver o psicoterapeuta em seu setting é um instrumento da psicologia, salvo suas características que acredito serem importantes para o desenvolvimento do exercício, mas a terapia não é só empurrar a pessoa para a sua direção e desejo porque é necessário que o desejo se manifeste.

  1. O primeiro paciente

O livro segue tocando em questões que envolvem limites, “normalidade”, preconceito e confiança. É lançada uma questão interessante, que me parece extremamente pertinente para os dias atuais: “Poderia um travesti ser psicoterapeuta ou psicanalista? E você iria num ou numa terapeuta travesti?”.
Devemos refletir em: as virtudes de uma pessoa tais como honestidade, respeito, solidariedade, confiança etc., estão relacionadas com a orientação sexual ou com o caráter?

A pergunta no início do parágrafo, que poderia sugerir algum tipo de preconceito, envolve questões e fantasias do senso comum e estereótipos que enrijecem uma visão de mundo, impedindo que se possam considerar outros caminhos. Do outro lado poderíamos questionar que tipo de paciente o terapeuta nunca deveria aceitar?

Essa questão envolve um bom grau de autoconhecimento, pois precisamos conhecer aquilo que nos toca e nos abala de algum modo. Se algo nos parece inconcebível, temos de saber que isso será um grande obstáculo no processo terapêutico e o mais indicado seria encaminhar o paciente para outro profissional. Nesse sentido, Calligaris fala sobre a angústia do primeiro atendimento e destaca a importância do fator humano no contexto profissional, onde o que conta também são as experiências de vida do terapeuta, suas curiosidades filosóficas, existenciais e sociais que vão além do setting terapêutico.

As razões que fazem com que um paciente nos escolha como terapeuta podem ser mais complexas do que imaginamos, porém, devemos nos ocupar inicialmente em ouvir, estabelecer o vínculo terapêutico, a confiança, ser nós mesmos sempre, usando a teoria como pano de fundo e o encontro como tela principal, nos colocando diante do paciente com o mesmo espírito, energia e vontade que os iniciantes possuem.

  1. Amores terapêuticos

A confiança traz os amores terapêuticos, vem da admiração, do respeito e em geral, dos sentimentos que destinamos as pessoas a quem pedimos algum tipo de cura para nossos males. Calligaris comenta que esses afetos facilitam o trabalho do terapeuta e que, neste caso, espera-se que o encantamento se resolva, acabe um dia. Sem isso, a psicoterapia condenaria o paciente a uma eterna dependência afetiva.

Acima de qualquer código de ética e conduta é importante que pensemos no seguinte: a função do terapeuta é proporcionar o encontro do ser humano com ele mesmo, facilitar a tomada de consciência mental, corporal e social. A terapia é um processo de educação para a vida. O paciente aprende sobre ele mesmo, sobre os seus sintomas, sobre sua relação com o mundo, sobre os seus desejos e suas limitações. A partir da compreensão destes fatores é possível o processo de transformação.

A psicanálise deu a essa paixão um nome específico: amor de transferência. O termo sugere que o afeto, por mais que seja genuíno, sincero e as vezes brutal, teria sido “transferido”, transplantado ao terapeuta. Esta situação de paixão transferencial leva o paciente a supor que seu terapeuta detenha o segredo ou algum segredo de sua vida. Ou seja, a paciente idealiza o terapeuta e quem idealiza acaba se apaixonando. Calligaris conclui: o apaixonamento da paciente é um equívoco.

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