Resenha do Livro: Um Carta a um Jovem Terapeuta
Por: Ministério Além do Som • 14/11/2018 • Bibliografia • 486 Palavras (2 Páginas) • 698 Visualizações
Resenha do Livro: Um carta a um jovem Terapeuta
Autor: Contardo Calligaris
O que é necessário e primordial para um ser um psicoterapeuta? Quais limites, o que esperar, o que pode ser motivador dentro da profissão? Devo ser brando, manter os preconceitos? Questões como estas afligem os estudantes e novos profissionais da área de psicologia que buscam respostas para tais perguntas que tendem a surgir com as “entraves” da profissão escolhida, e questionamentos como estes são levantados ao decorrer do livro “Uma carta a um jovem Terapeuta” que reúne uma séries de cartas escritas por Contardo Calligaris a jovens psicoterapeutas.
O livro se inicia falando sobre a vocação profissional, sobre os traços que não são adquiridos na formação acadêmica, assim como a gratificação dos pacientes com o psicoterapeuta, gratificação esta que o profissional não deve esperar, seja em páscoas, natais, aniversários. O autor compara o psicólogo como um remédio, que depois feito o efeito, quando se há sucesso, é esquecido. Muitos escolhem a profissão para ter o reconhecimento, e a essa esta profissão não é recomendada, e aos que lotam seus consultórios, na verdade tornaram seus pacientes dependentes de si.
Contardo Calligaris logo no inicio fala sobre a escuta, sendo um dom que precisa ser imparcial, livre de pré-conceitos ou conceitos já estabelecidos, um trabalho difícil por ser um habito do ser humano em ser juiz.
O Autor traz consigo ponderações sobre questões básicas relacionadas ao exercício da profissão e que contribuem para a sua construção como indivíduo, questões estas ligadas ao preconceito, aos limites de cada pessoa, e o que leva o terapeuta a questionar e pensar em si como pessoa, nos âmbitos de sua vida pessoal, suas escolhas sexuais, os relacionamentos, sua vida social, além de outros aspectos, e se essas características pesam no exercício da profissão. Por esses motivos o autor traz a afirmação sobre a importância do terapeuta também ser paciente.
No livro é discutido sobre os amores terapêuticos, sobre a idealização e o “amor” que pode existir entre ambos por haver intimidade e aproximação entre os sujeitos, onde o paciente idealiza aquele que o pode “curá-lo”, e no meio disso pode ocorrer a confusão dos “amores”. Esta idealização criada pelo paciente é importante para existir o rapport, mas é importante não ultrapassar os limites profissionais e amorosos.
Contardo diz que buscar a felicidade é não ser feliz, afirmação que traz o questionamento sobre a busca da cura, o curar ou não, onde muitas vezes a queixa não é o problema em si, e que o imediatismo pode ser uma solução apressada. É importante ressaltar que logo no início do livro ele diz que “nenhuma psicoterapia, deveria almejar a dependência do paciente”, e caso isso aconteça, estaríamos tomando o lugar da doença.
Calligaris permite nos identificarmos na relação paciente e terapeuta, analisando de forma simples e ponderada os limites entre ambos, nos levando a questionamentos sobre a prática clinica
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