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Conceitos Junguianos

Por:   •  29/9/2019  •  Trabalho acadêmico  •  2.262 Palavras (10 Páginas)  •  425 Visualizações

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Carl Gustav Jung

Conceitos:

Self: o Arquétipo Self é o princípio organizador da Personalidade, sendo o principal Arquétipo do Inconsciente Coletivo. O Self é o Centro, assim como o Sol é o Centro do Sistema Solar. A função desse Arquétipo de extrema importância consiste na organização e na unificação, pois ele tem a poderosa missão de atrair e harmonizar os demais arquétipos. Quando uma pessoa relata estar de bem com a vida e em paz com o mundo a sua volta, podemos afirmar que o Self está cumprindo o seu papel. No entanto, quando uma pessoa sente que está tudo fora do lugar e tem a impressão de que o mundo irá desabar, podemos afirmar que o Self não está atuando de forma clara na vida dela. O principal objetivo de toda Personalidade, seja ela qual for, é chegar à auto-realização e conhecimento do próprio Self. “O Self é a meta da nossa existência, por ser ele a mais completa expressão da combinação a que estamos fadados e que denominamos individualidade.”

Consciente: A consciência é que permite ao ser humano orientar-se na vida e se adaptar às situações de vida.

Toda experiência humana é vivida psiquicamente e o agente da consciência é o ego, desta forma, o ego é o centro da consciência.

Todo conteúdo psíquico para se tornar consciente tem que, obrigatoriamente, relacionar-se com o ego. A consciência é a única parte da psique que o ser humano pode conhecer diretamente.

Ego: O ego está relacionado à vontade é a percepção geral do próprio corpo e da própria existência. O ego é a maneira que a consciência tem de tomar conhecimento do Self e sem este conhecimento não haverá integração de conteúdos inconscientes, nem tão pouco individuação como uma “expansão da consciência” Ego é o centro da consciência e um dos maiores Arquétipos da personalidade. Ele fornece um sentido de consistência e direção em nossas vidas conscientes. Ele tende a contrapor-se a qualquer coisa que possa ameaçar esta frágil consistência da consciência e tenta convencer-nos de que sempre devemos planejar e analisar conscientemente nossa experiência. Somos levados a crer que o Ego é o elemento central de toda a psique e chegamos a ignorar sua outra metade, o inconsciente. De acordo com Jung, a princípio a psique é apenas o inconsciente. O Ego emerge dele e reúne. Não há elementos inconscientes no Ego, só conteúdos conscientes derivados da experiência pessoal.

Persona: Nossa Persona é a forma pela qual nos apresentamos ao mundo. É o caráter que assumimos; através dela nós nos relacionamos com os outros. A Persona inclui nossos papéis sociais, o tipo de roupa que escolhemos para usar e nosso estilo de expressão pessoal. O termo Persona é derivado da palavra latina equivalente a máscara, se refere às máscaras usadas pelos atores no drama grego para dar significado aos papéis que estavam representando. As palavras “pessoa” e “personalidade” também estão relacionadas a este termo. A Persona tem aspectos tanto positivos quanto negativos. Uma Persona dominante pode abafar o indivíduo e aqueles que se identificam com sua Persona tendem a se ver apenas nos termos superficiais de seus papéis sociais e de sua fachada. Jung chamou também a Persona de Arquétipo da conformidade. Entretanto, a Persona não é totalmente negativa. Ela serve para proteger o Ego e a psique das diversas forças e atitudes sociais que nos invadem. A Persona é também um instrumento precioso para a comunicação. Nos dramas gregos, as máscaras dos atores, audaciosamente desenhadas, informavam a toda a platéia, ainda que de forma um pouco estereotipada, sobre o caractere as atitudes do papel que cada ator estava representando. A Persona pode, com freqüência, desempenhar um papel importante em nosso desenvolvimento positivo. À medida que começamos a agir de determinada maneira, a desempenhar um papel, nosso Ego se altera gradualmente nessa direção. Entre os símbolos comumente usados para a Persona, incluem-se os objetos que usamos para nos cobrir (roupas, véus), símbolos de um papel ocupacional (instrumentos, pasta de documentos) e símbolos de status (carro, casa, diploma). Esses símbolos foram todos encontrados em sonhos como representações da Persona. Por exemplo, em sonhos, uma pessoa com Persona forte pode aparecer vestida de forma exagerada ou constrangida por um excesso de roupas. Uma pessoa com Persona fraca poderia aparecer despida e exposta. Uma expressão possível de uma Persona extremamente inadequada seria o fato de não ter pele.

Inconsciente: Para Jung, de maneira empírica, os limites da consciência atingem o que chamamos de universo desconhecido. De acordo com Jung, o desconhecido pode ser dividido em dois grupos: Desconhecido do Mundo Externo; e Desconhecido do Mundo Interno. O Desconhecido do mundo interno é o mundo pelo qual denominamos Inconsciente. O Inconsciente, na concepção de Carl Gustav Jung (2016), consiste no mundo escondido, desconhecido de cada indivíduo. Este mundo, subjacente, fatalmente, escapa ao controle do campo da consciência. O inconsciente exerce uma influência poderosa na vida, nas emoções, nos comportamentos e atitudes, sem que a consciência humana tenha noção de tal acontecimento. Segundo Carl Gustav Jung (2016) , o Inconsciente para a psicologia profunda ou complexa, não tem a mesma origem que foi proposta por Sigmund Freud (1856 – 1939). É uma fonte de conteúdos que nunca se cala e ninguém pode calar, pois o inconsciente possui uma força criativa, e defende a ideia de que é o inconsciente que cria o consciente. Portanto, em última análise, na concepção junguiana, o inconsciente é a mãe da consciência. De acordo com Jung, o Inconsciente se divide em duas camadas: Inconsciente Pessoal e o Inconsciente Coletivo.

Pessoal: O Inconsciente Pessoal é o reservatório de todo material que já foi consciente, porém foi esquecido ou reprimido. Tudo aquilo que o Ego não suporta é transferido da Consciência para o Inconsciente Pessoal. Este nível da Psique é comparado a um receptor, pois ele tem a função de receber todas as atividades psicológicas e todos aqueles conteúdos que não conseguem se harmonizar com o processo de Individuação e com o Consciente. O Inconsciente pessoal na concepção da Psicologia Junguiana desempenha um papel de fundamental importância na produção dos sonhos. Todo conteúdo presente em toda a Estrutura da Psique, por mais absurdo e sem sentido que pareça, é real. Afinal, a Psique é uma grande realidade.

Sombra = Para Jung, a Sombra é o centro do Inconsciente Pessoal, o núcleo do material que foi reprimido da consciência. A Sombra inclui aquelas tendências, desejos, memórias e experiências que são rejeitadas pelo indivíduo como incompatíveis com a Persona e contrárias aos padrões e ideais sociais. Quanto mais forte for nossa Persona, e quanto mais nos identificarmos com ela, mais repudiaremos outras partes de nós mesmos. A Sombra representa aquilo que consideramos inferior em nossa personalidade e também aquilo que negligenciamos e nunca desenvolvemos em nós mesmos. Em sonhos, a Sombra freqüentemente aparece como um animal, um anão, um vagabundo ou qualquer outra figura de categoria mais baixa. Em seu trabalho sobre repressão e neurose, Freud concentrou-se, de inicio, naquilo que Jung chama de Sombra. Jung descobriu que o material reprimido se organiza e se estrutura ao redor da Sombra, que se torna, em certo sentido, um Self negativo, a Sombra do Ego. A Sombra é, via de regra, vivida em sonhos como uma figura escura, primitiva, hostil ou repelente, porque seus conteúdos foram violentamente retirados da consciência e aparecem como antagônicos à perspectiva consciente. Se o material da Sombra for tra-zido à consciência, ele perde muito de sua natureza de medo, de desconhecido e de escuridão. A Sombra é mais perigosa quando não é reconhecida pelo seu portador. Neste caso, o indivíduo tende a projetar suas qualidades indesejáveis em outros ou a deixar-se dominar pela Sombra sem o perceber. Quanto mais o material da Sombra tornar-se consciente, menos ele pode dominar. Entretanto, a Sombra é uma parte integral de nossa natureza e nunca pode ser simplesmente eliminada. Uma pessoa sem Sombra não é uma pessoa completa, mas uma caricatura bidimensional que rejeita a mescla do bom e do mal e a ambivalência presentes em todos nós. Cada porção reprimida da Sombra representa uma parte de nós mesmos. Nós nos limitamos na mesma proporção que mantemos este material inconsciente. À medida que a Sombra se faz mais consciente, recuperamos partes previamente reprimidas de nós mesmos. Além disso, a Sombra não é apenas uma força negativa na psique. Ela é um depósito de considerável energia instintiva, espontaneidade e vitalidade, e é a fonte principal de nossa criatividade. Assim como todos os Arquétipos, a Sombra se origina no Inconsciente Coletivo e pode permitir acesso individual a grande parte do valioso material inconsciente que é rejeitado pelo Ego e pela Persona. No momento em que acharmos que a compreendemos, a Sombra aparecerá de outra forma. Lidar com a Sombra é um processo que dura a vida toda, consiste em olhar para dentro e refletir honestamente sobre aquilo que vemos lá.

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