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DA ENTREVISTA DE PESQUISA À ENTREVISTA CLÍNICA: DO CONTEÚDO AO PROCESSO

Por:   •  9/11/2018  •  Ensaio  •  1.095 Palavras (5 Páginas)  •  406 Visualizações

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FICHAMENTO

SILVARES, Edwiges Ferreira de Mattos. Psicologia clínica comportamental: a inserção da entrevista com adultos e crianças . São Paulo : EDICON, 1998.

CAP. I

DA ENTREVISTA DE PESQUISA À ENTREVISTA CLÍNICA: DO CONTEÚDO AO PROCESSO

p.11-12

  • A entrevista adotada com objetivos clínicos: processo de interação e intervenção, explorada em duas dimensões: de conteúdo ou coleta de dados, de processo.
  1. - A entrevista enquanto conteúdo e sua comparação com a observação direta
  • A dimensão conteúdo refere-se às informações especificas que se procura obter ao se realizar uma entrevista, denominada por "coleta de dados".
  • Os analistas do comportamento, principalmente os autores da Analise Experimental do Comportamento (A.E.C.) tem sido grandes críticos dos instrumentos de coleta de dados, baseados em relato verbal.
  • Primeira critica: a pessoa relata sua percepção do comportamento e não como ele realmente ocorreu. A AC exige não só respostas, mas, as contingencias presentes.
  • Os limites da linguagem utilizada, influenciada por variáveis culturais, educativas, históricas e pessoais, entre outras.

p.13

  • KANFER & PHILUPS (1974) relataram vários resultados de pesquisa na década de 60 sobre as variáveis do  experimentador e os aplicaram a situação de entrevista, no sentido de apontar os seus Limites:

1 – Dependendo de como são os experimentos, não há congruência entre o que as pessoas dizem e seu comportamento, diretamente observado;

2 - Os sujeitos tendem a responder como eles pensam que deveria ser a resposta apropriada;

3 - Os pesquisadores tendem a induzir os sujeitos para darem as respostas que confirmam suas hipóteses;

4 – Estímulos reforçadores mínimos, influenciam o tipo de produção verbal;

5 - As técnicas clássicas de interpretação, reflexão e confrontação, aplicadas de forma contingente, produzem mudanças previsíveis na produção verbal do cliente;

6 - Ha correlação entre o efeito do reforço social e a ambiguidade - pouca informação sobre a tarefa -;

7 – Características sociais do experimentador e do sujeito podem correlacionar-se com o  condicionamento verbal, resultante na pesquisa;

8 - Estudos também mostraram correlação entre variáveis do entrevistador: ansiedade, de hostilidade e de especificidade das indagações; e as respostas fisiológicas do entrevistado.

p.14

  • Frente a essas críticas o instrumento eleito, principalmente pela Analise Experimental do Comportamento, foi a observação direta que também apresenta uma série de limites.

- Dificuldades para avaliar comportamentos de frequência baixa;

- Demanda muito tempo e altos custos;

- Difícil aplica-la a comportamentos íntimos como os sexuais ou outros que envolvam aspectos morais;

- Não é aplicável diretamente aos comportamentos encobertos,

- Tende a fornecer poucas informações;

- O fato de suas informações apresentarem fidedignidade não implica que também apresentem validade;

  • Ambas as formas de avaliação possuem seus limites. A maioria dos autores comportamentais defende a utilização da entrevista como instrumento de trabalho na área de Psicologia clinica.

p. 15

  • Os passos iniciais incluem a entrevista inicial com os pais ou família, o estabelecimento do contrato com os pais e a criança e a entrevista inicial com a criança.
  • Essencial para se estabelecer os primeiros contatos com o cliente, identificar seu problema, definir objetivos de tratamento, levantar hipóteses e verificar a necessidade de outras formas de avaliação.
  • HAYES (1987) apresenta uma divisão do comportamento humano em três categorias:

- Respostas motoras: observacao direta;

- Respostas cognitivo-verbais: instrumentos de relato verbal, incluindo a entrevista;

- Respostas fisico-emocionais: medidas fisiologicas e o relato verbal;

p. 16

  • Os clínicos atuais entendem que, podem-se traçar os limites de sua aplicação e mesmo aperfeiçoa-la.

p. 17

2 - A entrevista enquanto processo

  • Processo refere a forma como se desenrola uma dada entrevista ou, ainda, a interação  terapeuta-cliente.

2.1 - A visão não diretiva

  • Os estudiosos da abordagem não diretiva, na década de 70, chamaram a atenção para a complexidade do que ocorre durante uma entrevista clínica;
  • Para MUCCHIELLI (1978): a entrevista e uma forma de indução cujo objetivo e levar o cliente a expressar seu problema, possível através  do tipo não diretivo: ausência de investigação que inclua muitas perguntas, principalmente as diretas ou fechadas; ausência da interpretação, do apoio, de conselhos e de qualquer tipo de avaliação, ou de julgamento.
  • Uma das influências desse enfoque sobre as praticas de entrevista de outras abordagens foi, exatamente, quanto a utilização de perguntas abertas;

p. 18

  • O entrevistador precisa aplicar o método centrado no cliente.
  • Técnicas básicas:

- O silencio, as reflexões de sentimentos e de cognições – parafraseados - e as reformulações, acompanhadas de expressões variadas de compreensão e empatia.

- Perguntas deverão ser evitadas; todavia, se utilizadas, só do tipo aberta.

  • O terapeuta é apenas um facilitador para o cliente conhecer-se, decidir e escolher se quer mudar;
  • O ambiente é pouco importante. Trata-se de uma visão do desenvolvimento calcada no espontaneísmo.

2.2 - A entrevista como interação

  • Os autores comportamentais, entre outros, veem a entrevista como uma interação verbal entre duas ou mais pessoas, através da qual se desenvolve uma complexa rede de influencias mutuas.
  • Uma das formas de se obter conhecimento pode ser através do estudo das variáveis do entrevistador e do entrevistado, durante a interação.

p.19

2.2.1 - Considerações sobre variáveis do terapeuta na interação com o cliente

  • Foram encontrados alguns estudos sobre as variáveis do terapeuta e da situação de entrevista:

p.21

  • Pesquisas atuais apontam para os efeitos de algumas variáveis isoladas da situação terapêutica; mas não foram encontrados indícios de um modelo de atendimento que as integrasse.
  • KANFER & PHILLIPS (1974) sugeriram reexame à luz do paradigma operante, isto por entenderem que a entrevista clinica apresenta caracteristicas particularmente propicias ao condicionamento verbal: dependência do sujeito para com as regras do terapeuta, falta de instruções especificas sobre a tarefa ou papel do cliente e a natureza verbal da interação com uso maciço, pelo terapeuta, de reforçadores generalizados.
  • Seja através de um modelo operante ou de outros modelos teóricos, uma vez reconhecido, na entrevista clinica, o processo interacional, as possibilidades de estudos das variáveis do terapeuta, e também as do cliente, tornaram-se extremamente amplas.

p.22

...

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