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DOSSIÊ DISCIPLINA PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO II – PROFESSORA CARLA GELATI

Por:   •  25/4/2017  •  Trabalho acadêmico  •  2.124 Palavras (9 Páginas)  •  489 Visualizações

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UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO DE CHAPECÓ – UNOCHAPECÓ

GEZIANE CAMARGO

DOSSIÊ DISCIPLINA PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO II – PROFESSORA CARLA GELATI

PSICOLOGIA – 7° PERÍODO – 2016/2.

CHAPECÓ

2016

Dossiê

        Em nossa primeira aula recordamos vivências de nossa época de escola, onde recordei minha primeira escola, um colégio de freiras que estudei em Nonoai, por muitos anos, uma educação rígida, onde a escrita, leitura e matemática eram cobrados constantemente pela diretora da escola. Uma vez por mês nós sentávamos com a diretora da escola e ela cobrava o resumo de um livro, e a tabuada, onde tínhamos que responder com as mãos em cima da mesa para não poder contar nos dedos.

         Nesse dia também recordei da sexta série, onde eu fui muito mal em matemática, devido a não me entender com a professora, esse foi o único ano que encontrei dificuldades durante meu período escolar. Ainda nesse dia a professora passou alguns nomes de filmes que seriam interessante assistirmos para compreender, relação escola, professor e aluno. Entre os filmes listados estavam: Escritores da liberdade, O triunfo, Preciosa, O substituto e ao Mestre com carinho. Essa aula foi muito importante para recordar lembranças da época da escola e pensar o que eu queria ver mais sobre o trabalho escolar no âmbito escolar.

        Com a disciplina começamos a ver sobre O psicólogo escolar na busca de uma identidade, devido a pouca valorização desse profissional no âmbito escolar. A política de aperfeiçoamento docente tem se mostrado ineficiente, improdutivo e incapaz de modificar a prática pedagógica cotidiana, sendo necessário uma reflexão sobre a prática do professor, onde as ciências humanas nascem com o sistema vigente, assumindo um caráter adaptacionista e legitimador do mesmo, castrando na maioria das vezes o professor dentro da sala de aula.

        De acordo com Cubberley, em uma obra de 1916 (citado por Sirotinik, 1994), assim descreve o estabelecimento de ensino:

As nossas crianças, em um certo sentido, empresas em que as matérias-primas, isto é, as crianças, têm de ser modeladas e transformadas em produtos. As especificações para a manufatura provém das exigências da civilização do século XX e é a tarefa da escola construir os seus alunos de acordo com as especificações apresentadas. Isso exige boas ferramentas, maquinaria especializadas, medidas contínuas de produção para ver se o produto está de acordo com as especificações, eliminar gastos na manufatura de uma grande diversidade do produto. (CANÁRIO, 2006, pp. 15-16).

        Nesse sentido não é levado em consideração a subjetividade do sujeito ou a sua singularidade nem mesmo seu potencial, as crianças são vistas como robôs, capazes de ficar imóvel por muito tempo, alienado a regras e comportamentos estabelecidos, e se não adaptado excluído do sistema.

        A escola tem como principal função a de favorecer e incentivar o acesso ao uso da palavra oral, mas, sobretudo escrita. Para Canário a aprendizagem da língua representa a apropriação de um instrumento pelo qual o aluno se relaciona com o mundo, é preciso professor e aluno serem produtores de saber

        Nesse sentido devemos pensar qual o nosso papel dentro da escola, para Tanamachi e Meira (2003) a psicologia escolar é entendida como:

área de estudo da psicologia e da atuação profissional do psicólogo, que tem no contexto educacional – escolar ou extra-escolar, mas a ele relacionado – o foco de sua atenção, e na revisão crítica dos conhecimentos acumulados pela psicologia como ciência, pela pedagogia e pela filosofia da educação, a possibilidade de contribuir para a superação das indefinições teórico práticas que ainda se colocam nas relações entre a Psicologia e a Educação. (TANAMACHI, 2002, p. 85). (TANAMACHI E MEIRA, 2003, p. 13).

        “Para as autoras citadas acima o psicólogo escolar não é o seu local de trabalho, mas o seu compromisso teórico e prático com a questões da escola”. (p. 13).

 Ainda para Correia (2004) os maiores desafios encontrados pelo psicólogo no contexto escolar são:

1. fazer a escola entender que ela precisa se ver como implicada em todos os seus problemas, às vezes até como a maior responsável ou a mais forte contribuinte para determinados casos – sem apontar

2. nos fazer ver, pela comunidade escolar, como profissionais que podem fornecer significativas contribuições para todo o processo educativo e que, dessa forma, precisam trabalhar como membros da equipe técnica e com os mesmos propósitos – sem impor.

3. compreender que temos relevantes contribuições para fornecer á instituição educativa e que precisamos nos capacitar para de fato atuarmos de maneira eficiente como mediadores entre a psicologia e a educação. (CORREIA, 2004, p. 79-80).

        No fazer a escola entender a sua implicação nos problemas escolares, vimos um filme interessante em sala de aula, Escritores da liberdade, onde escrevemos uma resenha crítica com perguntas disparadoras.

ESCRITORES DA LIBERDADE: UMA RESENHA CRÍTICA

ESCRITORES DA LIBERDADE: Gênero: Drama. Direção e Produção Richard Lavagranese. Roteiro: Richard Lavagranese e Erin Gruwell. EUA/Alemanha, 2007.

[pic 1][pic 2]

Baseado em fatos reais, o filme Escritores da Liberdade retrata o desafiante drama de “Erin Gruwell”, uma professora do 1º ano do Ensino Médio, que leciona as disciplinas de Inglês e Literatura numa escola da periferia de Los Angeles/EUA. Sua turma composta por adolescentes que possuem em seu contexto histórico, social, cultural, uma infância frustrada, marcada pelo medo e que cresceram totalmente desacreditados na vida, devido a situações de conflitos entre raças nos bairros pobres de Los Angeles.

Estruturalmente, o filme Escritores da Liberdade se divide em três momentos básicos: o primeiro momento mostra a alegria de Erin Gruwell em, finalmente, poder se dedicar a atividade de docência, que era um de seus sonhos. O segundo momento destaca todas as frustrações e desafios nos quais ela passa na tentativa de realizar um trabalho docente significativo. O terceiro momento enfatiza as conquistas alcançadas com a turma, os frutos colhidos, diante do seu esforço.

Reportando-se ao conteúdo do filme, a professora Erin Gruwell assume a turma do 1º ano do Ensino Médio, para lecionar as disciplinas de Inglês e Literatura cheia de sonhos e ideais. No entanto, depara-se com uma série de problemas: violência, desmotivação, indisciplina e discriminação. A maioria dos alunos vinha de uma realidade social violenta, boa parte pertencia a gangues, advinham de famílias desestruturadas e, eram estigmatizados e excluídos dentro e fora da escola.

Entretanto, esses alunos sem uma boa perspectiva de vida, tiveram a grande oportunidade de encontrar em sua trajetória escolar uma educadora que embora com pouca experiência prática, mas com bons fundamentos teóricos e, com muita motivação para enfrentar os desafios, buscou transformar aquela triste realidade.

Inicialmente, Erin Gruwell enfrenta problemas de ordem metodológica, visto que o que ela planejava desenvolver não era significativo para a turma, o que levava à desmotivação dos alunos e esses apresentavam sérios problemas de indisciplina. Contudo, ela consegue reverter àquela penosa realidade buscando novas alternativas, pois era flexível e consciente do seu compromisso com a educação. Assim, na tentativa de desenvolver um trabalho que se aproximasse da realidade dos alunos, elabora aulas dinâmicas utilizando à música, jogos, a fala dos alunos e a literatura como recursos metodológicos, objetivando elevar a autoestima e fazê-los perceber a si próprios, a vida e o mundo de maneira diferente.

Após ter conseguido avanços e despertar à atenção da turma ela decide conhecer a história de vida de cada um de seus alunos. A partir daí passa a trabalhar valores e sentimentos, objetivando sensibilizá-los para uma série de questões como: discriminação, preconceitos e tolerância, o que veio a diminuir significativamente a violência na sala de aula, possibilitando uma maior integração dos alunos nas aulas e um olhar diferenciado diante da realidade vivida.

Embora diante da falta de apoio por parte da direção e coordenação pedagógica da escola, Erin, não se deixa abater e desenvolve propostas pedagógicas inovadoras com a turma, investe em leituras significativas, através do projeto literário com o livro “Diário de Anne Frank”. Esse projeto envolvia atividades como a construção de um diário, no qual os alunos escreveriam sobre as coisas boas ou ruins vivenciadas; aulas passeios a espaços culturais; escrita de cartas para a Miep Gies, “a senhora que deu abrigo a Anne Frank”, culminando com uma visita da mesma à instituição de ensino.

Através desse projeto os alunos deram um salto qualitativo no processo de ensino/aprendizagem, passaram a ser construtores de conhecimento e de sua própria história. As produções literárias dos alunos resultaram em um livro intitulado “O Diário dos Escritores da Liberdade”, e foi lançado em 1999 nos Estados Unidos.

Através desse filme, pode-se refletir criticamente sobre os fatores que contribuem para indisciplina e a violência na escola; discutir sobre as atitudes dos professores que venham a contribuir para a melhoria da relação professor-aluno e analisar o papel da escola frente aos problemas de convivência dos alunos no âmbito escolar.

Nesse sentido, no tocante aos fatores que contribuem para a indisciplina e a violência na escola, o filme aponta as condições sociais e culturais como fatores determinantes, o que ao nosso vê foi muito bem destacado, visto que conforme os estudos sobre essas temáticas, esses são, certamente, pontos importantes quando se relaciona indisciplina, violência e escola.

No que se refere às atitudes dos professores que venham a contribuir para a melhoria da relação professor-aluno, o filme destaca bem o que muitos estudos já nos indicam: que um dos caminhos para que a escola avance pedagogicamente é justamente procurar criar maior possibilidade de discussão e diálogo com os jovens, em prol do desenvolvimento e resgate de valores, em que o respeito à diversidade e a tolerância, sejam vistos como condições fundamentais para se viver harmonicamente em sociedade. O que foi muito bem enfatizado no contexto das relações entre professor e aluno em Escritores da Liberdade.

Contudo, ao examinarmos as relações sociais do contexto escolar mostrado no filme, poderemos constatar a existência de violências que também eram produzidas por funcionários da escola, visto que reforçavam estereótipos e discursos que vitimizavam os alunos por meio da violência simbólica. Nessa perspectiva, a escola não apresentava um ambiente acolhedor, onde todos se sentissem comprometidos e valorizados. O que deve ser um dos papéis fundamentais da escola para que ela venha a ter boas relações de convivência.

Por fim, a relevância do conteúdo pedagógico retratado em Escritores da Liberdade possibilita criar, também, condições subjetivas necessárias para uma série de reflexões acerca do direcionamento do trabalho do gestor e do supervisor escolar, visto que além de abordar os desafiantes caminhos do trabalho docente, nos permite discutir sobre o planejamento das ações, conteúdos relevantes, metodologias e recursos necessários ao ensino. Ampliando, assim, a discussão acerca de posturas necessárias a um bom gestor e a reflexão quanto ao que é possível ser feito dentro das possibilidades educacionais que são oferecidas.

Nessa Perspectiva, pela importância pedagógica em que se reveste o filme, recomenda-se aos educadores de forma geral, em especial aos que trabalham com adolescentes que vivem contextos similares aos apresentados e, a todos os que sentem interesse pelo conteúdo educacional, pois embora o filme mostre como contexto uma escola americana, ele nos oferece aproximações com a realidade educacional de muitos contextos escolares brasileiros.

Richard Lagravenese nasceu em 30 de outubro de 1959 nos Estados Unidos. Já produziu vários filmes de longa-metragem, como: P.S Eu Te Amo em 2007; Paris Eu te Amo 2006; A década Under the Influencer 2003, e escritores da Liberdade em 2007.

        Outro ponto importante em nossas aulas foi a visita que recebemos de alunos, estagiários do estágio supervisionado em Psicologia e Educação, para relatar suas experiências de estágios, nos trazendo um pouco da realidade experienciada dentro da escola, nos aproximando para dentro da realidade, tirando algumas dúvidas e esclarecendo pontos positivos e negativos a respeito de nossa inserção no contexto escolar.

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